Capítulo 4 - Nervosismo

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Kageyama


Ultimamente, Hinata tem agido de forma estranha. Isso desde o dia que trombamos feio durante a partida do treino. A partir daí ele tem mudado o comportamento. Não em tudo, mas em algumas determinadas ocasiões.

No geral, ele estava como sempre. Cortava meus levantamentos normalmente; ficava demasiado feliz quando conseguia um bom feito no treino; e tínhamos nossas briguinhas costumeiras. Mas parece que ele não ficava mais tão à vontade quando estava a sós comigo. Evitava fazer contato visual direto e procurava não ficar muito próximo a mim. Ele estava assim há dias, e isso de algum modo me deixou encucado, pois fazia parecer que eu estava sendo desagradável em algum ponto. Eu devia descobrir qual era e corrigir o mais rápido possível, pois se nosso entrosamento for abalado, podemos ter problemas na hora de jogar a sério contra um outro colégio.

Desta vez, resolvi ir atrás do Hinata durante o intervalo das aulas mesmo. Tiraria satisfação hoje e não deixaria escapatórias.

Sei que ele costumava fazer sua refeição dentro da própria sala de aula, então para lá que eu fui. Ao encostar-me à porta, vi-o sentado em sua carteira, entretido mexendo no celular. Sutilmente chamei-o.

- Hinata.

Ele logo voltou seu olhar para mim, guardando o aparelho no bolso.

- Ah... Kageyama. O que foi?

- Vem aqui. – Fiz um gesto com a mão para que ele viesse para fora da sala de aula. Em reação ele começou a gaguejar.

- Hã? M-mas p-por que?

- Vem logo, idiota, eu só quero falar uma coisa.

- Que... que tipo de c-coisa? – Ele parecia cismado. Eu realmente não estava com paciência naquele momento, então já fui logo até ele e o puxei pelo braço até o lado de fora da sala. – Ei, Kageyama! Espera, eu não terminei de comer ainda!

Eu nada dizia. Mesmo sentindo-o se debater, apenas ia puxando-o pelo corredor até chegar perto das escadas, onde parecia ser um lugar mais privativo. Ali, soltei seu braço e fiquei à sua frente.

- Ei, isso se chama sequestro, sabia? – Hinata massageava o pulso o qual eu aplicara força pra não deixá-lo escapar.

- Quero saber qual é o problema.

- Hã? Como assim...? Simplesmente não é certo arrastar as pessoas pra outros lugares contra a vontade delas...!

- Não é isso. Quero saber por que você tá agindo esquisito ultimamente. – Fui curto e direto. Mantive uma voz autoritária para inconscientemente pressioná-lo a responder.

- C-como assim? Eu estou normal!

- Você está sozinho comigo agora. – Fi-lo refletir, pois a estranheza dele começava nessa condição. Ele logo abaixou o rosto ao se dar conta de que o aquele hall estava vazio, com exceção de nós dois. Ele pousou sua mão sobre o peito, demonstrando claro nervosismo. – É disso que eu estou falando!

- "Disso"...?

- Por que fica tão nervoso perto de mim? Você não era assim antes.

- V-você está vendo coisas... – Hinata desviou o olhar, mas mantinha a mão sobre o peito.

- Não estou não. Noto que você não tem me olhado diretamente, às vezes fica até tremendo. Só quero saber o que foi que eu fiz!

- V-você não fez nada, Kageyama...

You Little DumbassWhere stories live. Discover now