Capitulo 16 - Primeira Vez

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Hinata

Depois de devidamente higienizado, vestido e com o cabelo arrumado, vim descendo as escadas de fininho ao encontro do mais alto. Pude avistá-lo sentado no sofá com o controle na mão, trocando canal por canal na busca de algo mais interessante para se distrair.

Por algum motivo eu meio que congelei ao adentrar a sala. Eu mordia o lábio inferior tentando conter minha ansiedade momentânea ou ela se transformaria em dor de estômago.

- Oi... – Minha voz saiu tão baixa, mas tão baixa, que Kageyama até demorou na reação e me olhou de canto.

- Hum... Oi... – Sua resposta foi no tom inexpressivo costumeiro dele, porém a pronúncia fora mais lenta que o normal. Ele desviou o olhar de volta para a televisão.

Eu, de momento, fiquei no mesmo lugar, mexendo na barra de minha camiseta enquanto pensava desesperadamente no que fazer em seguida. Eu estava doido para começar o assunto sobre "ficar íntimo" com ele, mas não tinha ideia de como começar. Acabou ficando um silêncio esquisito no lugar e eu já estava sentido o enjoo começar, então quase que eu já usei a minha tática de falar a primeira coisa que me vier em mente só para quebrar o silêncio, mas para minha sorte o Kageyama falou antes.

- Por que tá aí parado...? Senta aqui. – Ele apontou o grande espaço ao seu lado no sofá.

- Ah! Er... C-claro...!

Caminhei acanhado até lá e me acomodei um tanto longe do levantador. Ficamos ambos apoiados nas extremidades do sofá, fitando apenas a televisão. Momento ou outro que eu dava olhadas de canto para ver sua expressão, mas só esboçava aquela típica cara de "nada" dele.

Na televisão, apenas observava os canais que ele trocava. Por ser TV por assinatura, o horário aparecia no canto da vinheta que indicava o nome do canal e a programação. Incrivelmente já era quase onze horas da noite, o que me fez perceber que o jantar dos pais de Kageyama começaria tarde.

- S-seus pais já foram, né...? Acho que eles vão jantar bem tarde... – Comentei.

- É... É como se fosse o Natal, onde jantamos à meia-noite. – Disse o mais alto, finalmente parando em um canal e deixando o controle de lado.

- Nossa... desse jeito eles vão voltar bem tarde... – Continuei a comentar, observando que ele deixara num canal de documentário sobre ilhas paradisíacas.

- Exatamente... – Ele dera uma pausa na fala, mordendo o lábio inferior, possibilitando que a música de fundo do programa se tornasse a música ambiente da sala, mesmo o volume estando bastante baixo. – ...Está nervoso...? – Perguntou ele.

- Hã...? Er... P-por que tá perguntando isso...?

- Você não para de mexer nos dedos. – Dito isso é que percebi que eu realmente estava inconscientemente brincando com os indicadores, logo relaxei minhas mãos sobre o apoio de braço do estofado, disfarçando demais sinais de nervosismo.

- Não é nada...

- Tá assim porque estamos sozinhos agora, né...?

- Pode ser... – Eu olhava mais para minhas próprias unhas do que para o levantador, por isso acabei não percebendo a aproximação sutil dele. Apenas no momento que um de seus braços passou em torno de meus ombros é que eu virei-me para ele, dando de cara com o seu olhar a centímetros de mim. – Eita! V-você chegou rápido...

- Não nos beijamos até agora desde que chegamos... Eu não consigo mais esperar. – Assim, com a mão livre, Kageyama segurou meu queixo e trouxe-me até nossos lábios se tocarem. No mesmo instante já fechei os olhos com força, sentindo o corpo tremer mais desta vez. Era estranho, afinal, era um beijo típico que dávamos sempre... mas desta vez senti o clima bem diferente.

You Little DumbassWhere stories live. Discover now