CAPITULO VII

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Entramos correndo pelo grande salão do templo. No momento em que entramos, senti um grande alivio por escapar do forte sol.

A principio, nada de mais está acontecendo aqui dentro, a suposta explosão até parece ter sido um fruto de nossa imaginação.

_O que foi aquilo? -pergunto, ainda assustada.

_Precisamos descobrir -Kiara diz, determinada e valente. Sinto tanta inveja de sua atitude que me sinto envergonhada por ser tão medrosa.

Ainda não sabemos o motivo do grande tremor de agora a pouco, mas tudo aqui é tão calmo e parado, que nem parece ter vindo daqui.

Kiara e eu caminhamos pelo imenso salão. No centro dele, uma estátua me chama a atenção. 

_Que coisa mais estranha -digo me aproximando da estátua.

Trata-se de uma imensa cobra de pedra, com duas cabeças. Sinto um arrepio percorrer meu corpo.

_Vamos, ainda temos um longo caminho pela frente -Kiara diz, e assim seguimos.

No fundo do salão, trés entradas dão acesso a corredores estreitos e escuros. Entramos no corredor do meio.

O corredor é  apertado e por isso temos que seguir de lado. Atrás de Kiara, me encolho e a sigo com certa dificuldade.

Mau consigo respirar, as paredes parecem apertar cada vez mais. 

Seguimos o corredor por pelo menos dez minutos, até finalmente chegarmos ao fim dele.

Chegamos em um novo salão. Ele é exatamente como o anterior, a serpente de pedra no centro, corredores no fundo. Minha mente parece estar me enganando, mas continuamos.

O novo corredor é uma especie de escada em espiral. Descemos cada degrau sentindo nossa respiração. 

Finalmente chegamos ao nosso tão esperado destino. Uma sala grande, trés portas á esquerda e outras trés á direita. As seis portas se destacam. 

Me aproximo de uma das portas e deslizo a mão. Por baixo da poeira, encontro o número dois. "Dois, onde ele está nestas horas? Deveríamos estar juntos." ,lamento.

_Está preparada? -Kiara me faz desperta.

Faço que sim com a cabeça, ela aponta para uma porta indicando onde devo ir. Estou parada na frente da porta encarando o número cinco bem á minha frente. De repente, um laser escaneador percorre o meu corpo, num piscar de olhos, a porta se abre a minha frente.

_Vá -Kiara diz atrás de mim- seja rápida, e não entre na segunda porta! Não se esqueça disso.

Dou meu primeiro passo adentro e a porta se fecha atrás de mim. Isso me deixa assustada, mas continuo.

Tudo aqui é diferente. Branco do chão ao teto. Meus primeiros passos deixam para trás rastos de poeira. O ar aqui é mais denso e sinto a mudança de temperatura, agora sinto o frio dos piores invernos.

"Não tem nada aqui" ,penso em quanto caminho em meio ao nada. Então uma parede se abre a minha esquerda, revelando uma série de objetos.

O primeiro objeto que meus olhos encontram é uma espada, pego-a e me vejo no reflexo branco. A solto quando encontro uma pedra ao lado de um par de botas. Não sei por que está pedra me chamou tanto a atenção, mas a pego na palma da mão e de repente não estou mais na sala branca...


 "Estamos á caminho da escola de Thomas. Em seguida papai e mamãe vão me deixar no centro da cidade, onde marcaram a minha entrevista de emprego. Papai está dirigindo, mamãe está no banco do carona e Thomas e eu atrás. Thomas está concentrado em um jogo de celular, nem se que pisca os olhos. Papai e mamãe conversam sobre uma futura viagem. Eu observo o lado de fora. As lojas, os carros que passam por nos, as pessoas apressadas atravessando a rua. Tudo é tão normal!

     Chegamos á escola de Thomas. É um prédio Azul com grandes árvores na frente. Um grande número de alunos e pais formam uma multidão do lado de fora.

    Thomas está se despedindo. Sinto um pressentimento ruim, algo ruim de mais para mudar toda a minha historia, toda a minha vida.

_Kristen, tchau e boa sorte na entrevista -ele diz a mim, mas não abro a boca, estou paralisada.

_Kristen minha filha, você está se sentindo bem? -Mamãe pergunta, preocupada.

_Não,  saia do carro! -finalmente grito, assustada.

      Meus pais me observam mais assustados ainda. Então, vários acontecimentos começão a surgir rapidamente: A multidão se dispersa, pessoas correm para todos os lados. Ouve-se vários tiros e gritos. Medo e desespero transparece no rosto das pessoas. Thomas está prestes a abrir a porta quando um corpo é arremessado contra a frente do carro. O corpo atravessa o para-brisas. É um homem, ele ergue a cabeça, seu rosto está transfigurado, sua boca pinga sangue. Ele rosna, se atirando ao papai, que não tem chance de se proteger. A criatura ataca o seu pescoço, fazendo jorrar sangue por todo o lado. Mamãe ao lado grita desesperada, sem saber o que fazer. Minha visão fica turva ao ver toda a cena.


ESCOLHIDOS - EARTH CHILDREN - Livro Um - #Wattys2015Onde histórias criam vida. Descubra agora