CAPITULO VI

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 Parte do sol já invadiu o interior da caverna. Abro os olhos e me espreguiço. Esta foi a primeira noite que dormir completamente bem.

Kiara e os outros estão lá fora, sigo para o exterior da caverna. 

_Bom dia, dormiu bem? -David me pergunta assim que me aproximo.

_Sim, obrigada.

Vejo algumas frutas no pé de uma árvore. Parece que acordaram bem cedo para procurarem alimentos. 

_Kristen, teremos uma grande jornada hoje -Kiara diz vindo a mim- ,está preparada?

Ralph me encara, esperando minha resposta.

_Estou sim -digo, e Ralph, com uma cara de deboche, se afasta do grupo.

_Não ligue para ele -Kiara diz bem baixo.

David e Kiara me deram algumas instruções de o que fazer quando entrar pela porta. Tenho que ser rápida, pegar tudo o que for útil, e de formar alguma, abrir a segunda porta.

_Por que não posso abrir a segunda porta? -pergunto após as instruções.

_Cometemos esse erro -David responde- depois que você entra pela segunda porta... É difícil sair de lá.

David diz e deixa um ar de pensar. Tudo o que me disseram me deixou mais ansiosa ainda. O que vou encontrar no tal templo? Será que vou encontrar todas as minhas respostas? Ou ainda, será que vou encontrar o que todos procuram?

Todos esses pensamentos, me trazem estranhos pressentimentos.

David e Kiara me acompanharam, assim que estamos entrando na mata, Ralph aparece.

_Onde pensam que vão? -ele pergunta, já furioso.

_Levaremos Kristen ao templo, já tínhamos conversado sobre isso -Kiara diz.

_Não posso deixar vocês irem. Pelo menos não vocês dois.

_Mas ela precisa de guias, ela não vai chegar lá sozinha -David protesta.

_É muito arriscado -Ralph diz se aproximando de nós- Não posso perdê-los, preciso de vocês aqui.

_David -Kiara diz, já saindo- ,você fica e eu vou com Kristen.

_Você vai se arrepender. Ela vai acabar te matando! Vai matar á todos nós! -Ralph grita, mas Kiara e eu já estamos longe.


                                                                            *** 


O sol está acima de nossas cabeças. Não sei o que tanto temem o por do sol, mas Kiara trata de se apressar.

Passamos por diversos lugares diferentes. Percebo a mudança de bioma. Já não estamos mais em um bosque, mas sim em um pântano.

A água cobre os nossos pés, mas progredimos a longa caminhada. O topo das arvores impedem a passagem da luz do sol, deixando o pântano um tanto sombrio.

_Meus pés estão me matando -resmungo.

_Aguente mais um pouco -Kiara diz, sem olhar para mim, ambas estamos cansadas- ,estamos chegando ao fim do pântano.

Percebo que de fato o pântano está acabando. Ao longe, consigo distinguir uma linha amarela, forte e vibrante. Não demora muito para entrarmos em um denso deserto.

Em poucos minutos, sinto saudade do pântano. O sol acima de nós é tão forte que penso que está fritando nossas cabeças.

Nossos pés afundam na areia escaldante. Já não conseguimos ver o bosque, o pântano em que passamos. Tudo o que vemos é areia e dunas, só isso.

Bem longe, uma estrutura alta se destaca em meio ao deserto. O templo. Ele é tão magnifico e acolhedor. Só consigo pensar em chegar e me livrar do sol.

Estamos na frente do templo. Sua sombra enorme nos acolhe. Ele é mais glorioso de perto. Posso ouvir o ruído do bater do vento em suas longas paredes. O templo tem um aspecto de abandonado. Uma escada repleta de musgo guia para a enorme entrada.

Kiara e eu trocamos olhares até então caminharmos em direção á grande entrada. Subimos o primeiro degrau e logo em seguida o segundo. Quando tocamos nossos pés no terceiro degrau, uma grande explosão estremece o templo, fazendo nos cair sobre os musgos da escada.

_O que foi isso? -pergunto com um ar de desespero e medo.

Kiara somente responde com um sinal de cabeça. O que me deixa mais desesperada ainda.

ESCOLHIDOS - EARTH CHILDREN - Livro Um - #Wattys2015Onde histórias criam vida. Descubra agora