ESCOLHIDOS - EARTH CHILDREN - Livro Um - #Wattys2015

CAPITULO XIV

 **KRISTEN**

Cambaleio em direção a Ralph. Ele está muito ruim, sangue escorre pelo seu rosto. Hayden me ajuda a levanta-lo, mas Ralph é muito ilegível.

_Me soltem, eu consigo andar sozinho -ele resmunga, e quando o soltamos, Ralph vai de cara ao chão.

O pegamos de volta, e desta vez ele se sustenta em nossos ombros. Ralph precisa de nós, querendo ele ou não.

_O que vamos fazer? -pergunto, ainda ofegante.

_Onde estão os outros? -Ralph pergunta, se esforçando para aguentar a dor.

Respondo com um sinal negativo. Não acredito que fomos separados, estávamos fortes juntos e eles sabiam disso.

_Acho que foram levados, mas não foram as Feras. -Hayden diz, pensativa.

_Acho que sei do que está falando -digo e todos olham para mim, esperando mais - Já estive com eles, na verdade, todos nós já estivemos.

_Do que está falando? -Ralph indaga, incrédulo.

_Tive visões e em uma delas, estive com dois deles.

Antes que nosso dialogo pudesse continuar, ouvimos o rugido de alguma fera, vindo do bosque. Cambaleando, seguimos a direção contraria.

                                                                                         

                                                                                             ***

Nossa jornada se seguiu pela tarde fria, neutra e incerta. O Bosque, antes verde, cheio de vida, agora morto, um borrão branco de neve. De vez em quando barramos com alguns coelho ou esquilos, mas não estamos bem para caçar, talvez amanhã.

Em uma clareira aberta e rochosa, nos abrigamos. Despedindo-nos de um dia de fracasso e fatalidades, torcendo pelo um amanhã melhor.

Tyler, lembro-me dele ao me deitar sobre a neve. Observando as estrelas distantes e sonolentas; vazias e imperfeitas; enganadas pelo seu próprio destino, não existe variação do que virá, lhes resta apenas esperar por um futuro iminente. Adormeço, perdida entre as estrelas e em meus profundos pensamentos.

_KRISTEN! ACORDE, TEMOS QUE CORRER! -Desperto com os gritos impetuosos de Hayden.

Não demora muito para compreender tudo o que acontece ao nosso redor.

Não só uma, mas dezenas de Feras nos cerca. O nascer do sol revela uma passagem subterrânea a alguns metros de nós. Sem dizer nada, reunimos tudo o que conseguimos sem tirar os olhos das Feras. As primeiras já começam a avançar, não nos dando outras opções, se não lutar.

Ralph, mesmo ferido, atira e atinge três Feras que vieram pela nossa direita. Hayden acerta sua espada, derrubando mais algumas Feras. Minha adaga está em minhas mãos, mas não passa de uma adaga pequena e inútil. Não sei como a fiz se transforma em uma lança, tudo o que eu precisava agora era disso. Vejo meus companheiros lutarem velozmente em quanto eu nada posso fazer. 

Uma Fera avança em minha direção, e antes que eu pudesse pensar em correr, uma outra Fera me atinge. Sou jogada a alguns metros e sinto como se todo o meu corpo se quebrasse em milhões de pedaços.

Ralph corre em minha direção e me pega em seus braços. Ele vai em direção a passagem subterrânea enquanto Hayden derruba outras Feras.

A passagem subterrânea é escura é úmida, mas é melhor do que lá fora. 

_Está bem? -Ralph me pergunta preocupado.

O fato de saber que Ralph está preocupado comigo me surpreende.

_Vou ficar melhor -digo, tentando acreditar em minhas próprias palavras.

Pouco tempo depois, Hayden consegue entrar na passagem. Um fundo corte sangra em seu rosto.

_Estão todos bem? -ela pergunta, tocando em sua nova ferida.

_Vamos cuidar disso -Ralph diz, se referindo a Hayden.

Com um pedaço de pano, Hayden cobre seu corte, para estancar o sangue.

_Não temos tempo para isso -ela diz, seguindo adentro o túnel.

_Ela vai ficar bem -tento tranquilizar Ralph.

Seguimos adentro o túnel. Pouco depois, estávamos em uma imensa caverna, repleta de morcegos. Caminhamos cambaleando por vários metros, paramos somente quando ouvimos um gemido, como se alguém estivesse chorando.

Ao me aproximar, fico chocada ao distinguir de quem vem o choro.