CAPITULO XXVII

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**RALPH**

HAYDEN E KRISTEN NÃO ESTÃO MAIS AQUI. TUDO O QUE VEJO É O BATER DAS ASAS DO GRANDE PASSARO ACIMA DE MIM. ESTOU SUSPENSO EM UM PEDAÇO DE CHÃO, MAS PERCEBO QUE ISSO É A ÚNICA COISA QUE RESTA DESSE MUNDO. NÃO EXISTE MAIS O CÉU, MAS SIM UMA IMENSA PLACA DE METAL QUE SE ESTENDE ALÉM DO QUE MEUS OLHOS PODEM VER, DESTE MODO, TAMBÉM NÃO HÁ MAIS CHÃO, SÓ O ABISMO NEGRO E NADA MAIS.

Não sei quanto mais posso aguentar, meus dedos parecem querer ceder. Mas ainda assim o encaro.

Seus olhos vibrantes me mostram muitas coisas. Vejo uma senhora deitada sobre uma cama, ela parece bem mau. Há vários medicamentos e um copo d’agua sobre um criado mudo ao lado de seu leito.

Seu olhar triste se desperta quando a porta do quarto se abre. E então um homem entra. Embora ele esteja bastante diferente, o identifico. Sou eu.

“_Como se sente?  – pergunto.

A mulher força as vistas para me encarar. Com dificuldade ela consegue dizer algo:

_Estou me recuperando filho.

Meu coração se parte ao ver minha mãe nesse estado. Ela está enferma, e sua idade avançada só piora a situação.

Com cuidado levo minha mão ao seu rosto, acariciando seu rosto sofrido, digo palavras de força a ela. Ela segura minha mão.

_Você não pode sofrer com isso –ela diz olhando em meus olhos, -É assim meu filho, na vida as coisas vêm e vão. Em breve eu irei, assim como foi com seu pai. Você precisa estar pronto para isso, não deixe que a morte lhe faça sofrer.

Suas palavras são fortes. Seus sentimentos mais ainda, queria eu ter a força que minha mãe sempre demonstrou, mas não tenho. Uma lagrima escapa do meu olho. Enxugo rapidamente, não quero parecer fraco.

_Acho melhor abrir a janela, está muito abafado. Não acha? –Digo disfarçando.

Deslizo as cortinas permitindo que a luz do sol invada o quarto, e quando meus dedos tocam no puxador da janela, sinto uma vibração diferente.

Ao abrir a janela sinto realmente muito medo. Há várias pessoas correndo desesperadamente pelas ruas de Washington. Não entendo por que correm até meus olhos presenciarem uma criança de aproximadamente treze anos pular sobre uma mulher a derrubando. De fato a mulher não tem mais vida depois que a criança lhe ataca como um cachorro lhe estilhaçando.

Logo percebo uma multidão de pessoas se juntarem ao corpo da mulher, como em um banquete, porém agressivo e ensanguentado. Parecem mortos vivos, não acho que eu esteja delirando ao ver toda essa cena. Volto meu olhar para minha mãe.

ESCOLHIDOS - EARTH CHILDREN - Livro Um - #Wattys2015Onde histórias criam vida. Descubra agora