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1 mês e nove dias, eu o acompanhava de longe, não conseguia não assistir os stories dele, não conseguia não vibrar com as conquistas dele, mas meu coração se apertava a cada vídeo e cada foto que eu via dele, eu sentia falta dele a todo instante, sentia falta dele me chamando de doidinha, dele reclamando que eu deixo a porta do quarto aberta em todo hotel que ficamos...de tudo. É óbvio que todo mundo vai me dizer que eu fiz o certo, eu sei que fiz o certo mas no meu coração tem um buraco enorme, um nó na garganta que parece que nunca sai. Mas eu fiz a coisa certa, né?

Depois daquela noite, ele me ligou várias vezes, me mandou mensagem no WhatsApp, no Instagram e eu chorava ao ler tudo, em algumas mensagens ele estava mais tranquilo, em algumas mais nervoso...eu nunca me atrevi a responder nenhuma, às vezes eu abria o WhatsApp e olhava o contato dele, queria digitar mas não conseguia, eu não tinha coragem, eu não tinha mais o que falar pra ele. Era o fim mesmo.

Hoje, depois de um mês eu ainda abria as mensagens dele, depois de duas semanas que me afastei por completo, ele parou de mandar mensagem e aquilo me destroçava por dentro mas eu sabia que ele também não ia ficar insistindo se eu não queria mais f...

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Hoje, depois de um mês eu ainda abria as mensagens dele, depois de duas semanas que me afastei por completo, ele parou de mandar mensagem e aquilo me destroçava por dentro mas eu sabia que ele também não ia ficar insistindo se eu não queria mais falar com ele.

Agora eu tô aqui, num sábado a tarde secando minhas lágrimas enquanto eu leio as mensagens que ele tinha me mandado, foi o que me restou de tudo isso. Nas primeiras semanas fui direto pra casa da minha mãe, eu sabia que eu tinha que falar tudo pra ela, eu sabia que iria levar o pior sermão da minha vida mas eu não ia conseguir ficar em paz comigo mesma, quando eu contei pra ela, ela estava fazendo o jantar, ela derrubou a faca no show e me olhou.

"O que?" Ela me questionou "Foi isso que eu te ensinei? Será que eu falhei como mãe?"

"Não, eu sou adulta, sou dona das minhas escolhas" eu murmurei. Ela me deu gelo durante dois dias, não conversou comigo, não quis saber os detalhes e aquilo me machucou mais ainda. Meu pai, meu padrasto...que seja, pra mim ele é um pai, um dia vendo o clima entre nós entrou no meu quarto com o sorriso dele de sempre

"Posso invadir?" Levantei o olhar da tela do notebook e concordei com a cabeça, ele perguntou o que estava acontecendo. E eu contei.

"Ela não quer falar sobre" eu dizia com a voz falhada, não tinha coragem de explicar os detalhes pra ele "eu sei que o que eu fiz foi errado, e eu tô sofrendo cada segundo com isso." As lágrimas começam a rolar.

"É importante que você reconheça seu erro, mas se martirizar por muito tempo por conta disso não vai te ajudar em nada."

Eu não conseguia encontrar uma forma de abordar esse assunto com a minha mãe e ela mostrava que não me daria espaço pra isso, eu chorava durante a noite e durante o dia editava fotos e mais fotos, dele, essa rotina estava me matando por dentro. Quando liguei pra Marina, ela bufou de raiva com a reação da minha mãe.

"Por que você não vem pra casa, tem alguém sentindo falta de você" Ela diz se referindo ao Fred, meu gato. Eu sorri ao lembrar dele e decidi que estava na hora de parar de me torturar, pelo Victor e agora pela minha mãe. Meu padrasto não curtiu muito a idéia, mas concordou que era o melhor e prometeu ter uma conversa com a minha mãe, fui embora sem me despedir dela, não queria mais ter momentos desagradáveis.

E agora eu estou aqui, quando entrei no ônibus de volta pra São Paulo eu estava decidida a esquecer do Victor e assim que eu entrei dentro do meu apartamento toda minha confiança foi embora, quando eu abri a porta e entrei notei algumas cartas no chão, achei esquisito porquê a Mirella praticamente mora aqui e ela é louca por limpeza, por que ela deixaria essas cartas no chão? Quando abri um envelope totalmente em branco tinha um pingente dentro, meu coração começou a bater mais rápido e meus olhos lacrimejar.

"Ai olha o que você fez" reclamo com ele enquanto ele ri segurando meu braço

"O que?" Ele para tentando se afastar pra me olhar "ué" ele ri de novo quando vê meu pingente enroscado na blusa dele.

Quando ele finalmente consegue se afastar meu pingente se parte ao meio

"Ah não, Victor" reclamo frustrada olhando pro pingente destruído

"Eu mando arrumar, tá bom?" Ele diz e beija minha mão e como num passe de mágica, eu já não estava mais brava com ele.


Eu tentei ignorar meus pensamentos mas eu não conseguia, coloquei o pingente no meu braço e comecei a chorar olhando pra ele, eu chorava tanto que minha visão ficava embaçada, sinto algo se mover contra minha perna e quando vejo é o Fred, me abaixo e começo a fazer carinho nele e ele esfrega o focinho na minha cara, parecia que ele sabia que eu não estava bem.

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A comida pra mim, não tinha gosto e eu só conseguia pensar nele, deitei na cama e o Fred me seguiu, se aninhando do meu lado, mandei mensagem pra Mirella e pra Marina avisando que eu havia chegado mas ambas estavam ocupadas, óbvio, o mundo não ia parar porquê eu ainda estava sofrendo pelo Victor. As lágrimas começam a correr novamente e eu olho o pingente no meu pulso, apesar de não ter sido nada de especial que ele me deu, eu me sentia mais perto dele de alguma maneira, será que ele pensa em mim também? Será que está sofrendo como eu? Claro que não, como eu sou ingênua...até onde sei ele ainda está com a Thaylise, os meninos da produção, incluindo o Douglas tentaram manter contato comigo, mas eles me lembravam o Victor, eu preferi me afastar. Decidi apagar o número dele e assim fiz, eu tenho que de alguma maneira me desconectar dele. Levanto e vou até o banheiro, olho meu reflexo no espelho, eu estava horrível, olheiras enormes e cara inchada, meu cabelo com a raíz enorme e sem vida, jogo água gelada no meu rosto e através do barulho da água penso ter ouvido a campainha mas acho que estou ouvindo demais e continuo lavando o rosto, quando fecho a torneira ouço a campainha de novo. Não é a Mirella nem a Marina, elas tem a chave, quem poderia ser? Fico receosa de perguntar quem é e ando na ponta do pé até a porta, quando olho no olho mágico meus batimentos cardíacos se elevam no mais alto nível, minha pele pinica e eu me afasto lentamente da porta.

"Taynara, eu sei que você tá aí, eu tô vendo a luz acesa"

𝓢𝓾𝓻𝓽𝓪𝓭𝓪 ♡ Onde histórias criam vida. Descubra agora