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E aí meus amores, como tá a quarentena de vocês? Eu tô pintando todas as madeiras existentes na minha casa e quando acabar não sei com o que vou me ocupar kkjkk

"E aí, mano, já tá vazando?" Ouço logo atrás de nós e reviro os olhos.

"É, e-eu eu tô um pouco cansado" Victor vira pra cumprimentar o amigo "Mas aproveita aí, tá super bacana, a Carolzinha é talentosa demais."

Continuo de costas sem saber o que fazer, eu cumprimento ele também? Ou finjo que não estou aqui? A segunda opção me agrada mais. Afinal ele não é meu amigo, é amigo do Victor.

"Pode crê, vai lá então"

Respiro aliviada quando ele se despede e se afasta, até que enfim.

"Nossa esse cara é tão antipático" resmungo.

"O Luccas?" Victor pergunta indignado.

"É" dou de ombros.

"Ele é meu parceiro pô, ele não é antipático não"

"Você que tá dizendo" Murmuro quando chegamos na porta do carro, talvez eu esteja bêbada mas eu acho esse Luccas um antipático mesmo.

Sento no banco do carro respirando fundo tentando enxergar bem, mas eu estava bem zonza de tanta bebida que tomei essa noite. Nada saiu como planejado, não era pra eu estar aqui indo embora com ele.

Ele entra no carro após alguns segundos e olha pra mim, só agora com a luz do post em frente ao carro dele que consigo ver seu rosto claramente, o cabelo amarrado no rabo de cavalo caindo pro lado como sempre, por que agora eu acho que ele está mais lindo ainda? Droga.

"O que você tá pensando?" Ele pergunta enquanto procura as chaves no bolso.

"Nada"

"Tem certeza? Você tá com uma cara que-" antes que ele pudesse terminar a frase interrompi ele com um beijo, ele imediatamente retribui e me puxa pra mais perto dele, acabo ficando de joelhos no banco, ele segura minha cintura e me puxa para seu colo, eu não conseguia pensar em mais nada a não ser nele, eu tinha caído talvez na minha própria armadilha, eu não consegui seguir em frente do jeito que eu pensei que seguiria.

Suas mãos agarram a barra do meu vestido e eu olho pra janela ao meu lado, o lugar que o carro dele estava estacionado, aparentemente não passava ninguém por aqui, mesmo assim eu tinha receio

"Não dá pra ver nada do lado de fora" Victor fala ofegante, como se tivesse lido minha mente e começa a beijar meu pescoço, sinto minha pele arrepiar e a temperatura do meu corpo aumentar, é inegável o quanto o meu corpo sentia falta dele.

Agarro seu rosto e o beijo novamente me esquecendo de tudo que aconteceu, eu não estava pensando direito, eu sabia disso, no fundo minha consciência gritava pra eu fugir e me esconder o mais rápido possível mas eu não tinha forças pra sair disso agora.

Flashes de quando a gente se viu da última vez voltam na minha mente, ele jogando nossas alianças no mar, ele me mandando embora, ainda doía muito. Eu tentava silenciar minha mente enquanto ele aprofundava o beijo e suas mãos exploravam todo meu corpo desesperadamente como se o tempo dele fosse contado.

"Vai logo" apresso ele e mexo no botão da sua calça "Você não vai comprar um cinto não" resmungo quando vejo o cadarço amarrado em sua calça.

"Não tenho tempo" ele responde e eu reviro os olhos. Ajudo ele a abaixar a calça e a cueca, com o poucos espaço que tínhamos demorou mais do que o esperado mas conseguimos. Ele me olhava como se esperasse alguma aprovação e eu não sabia como me sentir. Será que ele me ama mesmo? E por que eu estou aqui, afinal?

Ele agarra minha bunda com as duas mãos repentinamente e eu apoio minhas mãos em seu ombro, eu não podia mais esperar.

Ele passa minha calcinha pro lado e eu solto um gemido fraco quando enfim o sinto dentro de mim. Ele não me deu tempo pra nada e fazia movimentos de vai e vem rapidamente, eu não importava dele ter o controle, eu me sentia anestesiada a tudo enquanto tentava rebolar lentamente e encontrar o ritmo perfeito.

Ele sobe suas mãos pra minha cintura, me guiando e acelera mais ainda o ritmo, meus olhos lacrimejam de tanta intensidade mas eu gosta, cravo minhas unhas em sua nuca tentando acompanhar o ritmo dele e quando enfim consigo ele começa a gemer no meu ouvido, de todas as vezes que transei com ele, essa parece ser a melhor, será que é por que eu tô com raiva dele?

Solto seu cabelo e ele resmunga "Ah, vai grudar tudo na minha cara"

"Shh" o silencio e o beijo, sua mão se perde entre meus cabelos e ele puxa levemente aumentando meu desejo por ele.

"Porra, e-e, Taynara eu.." antes que pudesse terminar a frase desço minha boca até seu pescoço e dou um leve chupão fazendo ele ficar sem ar e o sinto gozar dentro de mim, ele continua se movimentando lentamente e beijando meu pescoço até me fazer gozar.

Quando terminamos não lembro de muita coisa a não ser ele dirigindo e apago rapidamente.

+

Abro meus olhos assustada e sinto uma náusea instantânea. Me levanto e corro pro banheiro e em segundos vomito tudo que eu havia bebido ontem. Eu sabia que eu não devia ter bebido ontem. Quando me levanto meu coração dispara, eu conhecia muito bem esse banheiro.

Me seguro na parede sentindo um pouco de tontura. Volto pro quarto andando o mais devagar possível pra não fazer barulho, procuro meu sapato e não o encontro em lugar nenhum, pelo menos eu estava vestida com as minhas roupas.

Olho pra ele dormindo tranquilamente na cama, como eu queria que a gente pudesse voltar no tempo.

Decido olhar embaixo da cama pra procurar o sapato e quando eu me abaixo sinto a cama se mexer, droga. Meu corpo gela, eu esperava que ele continuasse dormindo até eu sair.

"Taynara" ele chama depois de alguns segundos.

Ok, eu estava tentando me esconder embaixo da cama mas não iria dar certo, pelo menos achei o sapato.

Me levanto lentamente e seguro meus sapatos nas mãos. O olho sem saber o que falar, eu não quero falar nada na verdade, eu não acho que tenha mudado alguma coisa a noite de ontem. Ele se levanta e eu me afasto da cama.

"Ah, fica aí" eu falo quando ele começa a se mover e ele me olha como se eu fosse louca. "Você fica aí desse lado e eu vou indo já"

"Tay, mas a gente"

"Não tem mais a gente, Victor. Eu tava bêbada"

"Ah, entendi. Coloca a culpa na bebida" ele cruza os braços.

Fico parada pensando "Se você me passou coronavirus eu vou te matar"

"Coronavirus, você tá louca?" Ele me olha confuso.

"Você foi pra Portugal, você pode muito bem tá com coronavirus, Victor"

"Eu não tô com coronavirus" ele revira os olhos.

"Que seja, mas eu já tô indo" Quando dou um passo pra frente ele se mexe também e eu volto pra trás.

"Eu achei que a gente ia poder conversar"

"Quem te disso isso? A gente não tem mais nada pra conversar"

"É que-"

"Chega, isso foi só uma vez. Da próxima vez que me ver finge que não me conhece, é melhor mantermos distância" falo e saio correndo do seu quarto até a porta de saída de seu apartamento.

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