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Por favor, se vocês gostarem, comentem eu amooo interagir :)) e isso me anima a continuar com a história.

"Ai, não é nada, é... que ah sei lá, eu devo tá de tpm" desvio do assunto ainda secando as lágrimas.

"Certeza?" Ele insiste e eu sei que ele não comprou minha mentira mas é óbvio que eu não vou dizer nada pra ele.

"Absoluta, e também eu bebi demais, misturei muita coisa" Noto que ele ainda está passando a mão no meu cabelo e me sinto uma idiota por ter sido grossa hoje, ele não tem culpa do que eu sinto.

"Isso é né, tem que maneirar"

"Você me levou pro baile da gaiola, Victor" 

Ele solta uma risada "ah qual é, você gostou"

"Até demais" admito.

"Vem, esse chão tá gelado" fico um pouco relutante de ter que levantar porquê estava tão bom ali, ele me segurando, passando a mão no meu cabelo, ai como eu sou iludida.

Ele me ajuda a levantar e me leva até a cama, quando olho minha cama lembro do sonho que tive com ele e tento afastar o pensamento imediatamente.

Sento na cama dando um suspiro e me assusto quando o celular do Victor começa a tocar, a essa hora, só pode ser uma pessoa.

"Oi coisa linda" ele atende o celular e eu faço uma careta aproveitando que ele não está olhando.

"É, faz um tempinho já" ouço ele dizendo mas a voz dele fica fraca, ergo a sobrancelha achando esquisito o tom de voz dele, por que ele tá falando assim?

"É, eu sei mas sei lá, foi impulso, era pra uma amiga a surpresa" ele diz e olha pra mim.

"Tá, eu sei" ele fala menos entusiasmado.

"Beijo, também te amo" Meu humor desce de vez pro fundo do poço mas decido não demonstrar.

Ele desliga e coloca o celular encima da mesa que tem no canto do quarto.

"E aí, você não sentiu mais enjôo?" Ele cruza os braços na frente do peito e eu não posso evitar olhar pro jeito que os músculos dele se movem quando ele faz isso, o cabelo dele amarrado no topo da cabeça e umas mechas caindo na frente e ele estava olhando pra mim como se ele realmente se importasse, mas não é bem do jeito que eu quero que ele se importe comigo. "Ow" ele estala os dedos e eu saio do meu mundo.

"Ah, sim, quer dizer...não senti mais não" eu tentava puxar na minha mente alguma coisa pra fazer ele ficar mais tempo aqui.

"É, então e-"

"Na verdade acho que eu tô me sentindo um pouco zonza" coloco a mão na cabeça, espero que as aulas de teatro no ensino médio valham pra algo agora.

"É? Você não acha melhor ir no médico?" Ele pergunta se aproximando e senta na cama, colocando a mão na minha testa.

"Não!" Fala um pouco mais alto e ele olha confuso pra mim "Quer dizer, tá muito tarde, eu não quero dar trabalho. Acho que eu só preciso descansar" Digo fazendo uma cara de coitada, não faço ideia se ele se tocou que eu estou fingindo.

"Então, você quer ficar sozinha?" Ele pergunta.

"Não, Victor!" digo um pouco alto, frustrada com as perguntas dele. "Ai, desculpa, não, eu não quero ficar sozinha" deito a cabeça no travesseiro tentando parecer doente, meu Deus eu sou uma sonsa, a que ponto cheguei.

"Ah tá bom, beleza" ele fala baixo como se estivesse com medo de me incomodar, tira o tênis e se encosta na cabeceira da cama.

Eu e o Victor somos muito próximos desde que comecei a trabalhar com ele, e isso faz só 5 meses, mas nunca próximos a ponto dele deitar na mesma cama que eu, e olha só o que ele está fazendo agora

Me sento na cama bruscamente e olho pra ele, que levanta a sobrancelha confuso "Qual é a pergunta que você tá mais de saco cheio de ouvir?"

Não sei porque estou fazendo isso mas não quero dormir, quero passar o tempo com ele, não é sempre que vou poder ter ele só pra mim assim.

"De onde saiu isso?" Ele solta uma risada.

"Vai, responde" empurro o ombro dele.

"Hmm tá bom, deixa eu ver, pô..acho que  quando perguntam 'nossa, você é um sucesso como você se sente?' é uma pergunta genérica demais, que pergunta né, vou responder o que? 'ah é uma droga, tô famoso'

Dou risada da resposta dele

"Odiei o sucesso"  ele continua e começamos a rir junto.

"É uma pergunta bem clichê mesmo" concordo com ele e noto nossa proximidade.

"Sim" ele diz.

Meus olhos fixados na boca dele, aha, aqueles vídeos de coach de relacionamento até que serviram pra alguma coisa.

"Você...é..o que você achou de hoje?" Ele pergunta com a voz falhando, eu sei que o que estou fazendo é errado, e isso é o pior de tudo, agora quem está olhando pra minha boca fixamente é ele.

"Se eu não tivesse estragado tudo" me aproximo um pouco mais, certeza que ainda tem álcool no meu sangue, nunca, em milhões de anos, eu faria isso se eu estivesse no meu estado normal.

"Não estragou, vai, você dançou a noite toda" ele se mexe um pouco, se ajeitando na cama, sua mão acaba esbarrando e parando encima da minha, não sei se foi sem querer mas ele continuou com ela lá, meu coração batia mil vezes mais rápido e meu estômago se contorcia de ansiedade e antecipação, eu queria saber o que ele estava pensando, o que ele estava sentindo, queria consumir todo e qualquer pensamento dele.

"Não sabia que você tinha reparado" provoco ele.

"Tem muita coisa que você não sabe" ele diz, repetindo o que eu tinha falado pra ele de madrugada, bem baixinho e antes que eu pudesse piscar os olhos ele se aproximou de mim e me beijou.

Meu cérebro entrou num turbilhão de nervos, eu não conseguia nem respirar direito, fechei os olhos e o beijei de volta, sentindo minha pele arrepiar toda, o contato dura alguns segundos até Victor se afastar e me olhar com os olhos arregalados. Droga.

"E-eu porra, mano" ele levanta da cama e começa a andar pra lá e pra cá "Eu não podia" ele fala com ele mesmo e fica repetindo a mesma frase toda hora.

"Victor" eu chamo ele tentando fazer ele parar de surtar

"Victor" ele continua andando

"Vitão" grito e ele olha pra mim "O que? Taynara, eu não-não era pra gente fazer isso"

"A gente? Você me beijou" digo com tom de deboche.

"Ah sei, você tava me provocando" ele me acusa, se aproximando

"Eu hein, Victor, eu tô passando mal, tô te provocando como?" Cruzo os braços e fico de joelhos na cama.

"Fica perto de mim assim..." Ele se aproxima do meu rosto como da última vez.

"E isso é provocar?"

"Claro, você sabe muito bem o que tá fazendo" pensei que ele ia se afastar mas ele continuou próximo de mim, não consigo me conter e beijo ele novamente, dessa vez não tenho intenção nem de deixar espaço pra ele pensar em outra coisa, ele está em pé e eu ajoelhada na cama, sinto uma mão dele na minha cintura e a outra na minha nuca, ele enrola meu cabelo em sua mão e dá um puxada de leve, me seguro pra não soltar um gemido, minhas mãos lentamente deslizam nos seus ombros, isso é mil vezes melhor que meu sonho.

Fico sem ar por uns instantes e afasto nossas bocas, Victor não diz nada, apenas beija meu maxilar e vai descendo até o meu pescoço, cravo minhas unhas no ombro dele sob a camiseta sentindo meu corpo pegar fogo.

"Bem que você disse que eu não sabia de muita coisa" ele sussurra contra minha pele.

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