Como evitar o inevitável?

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Apesar de muito surpreso por ouvi-la me pedir um beijo tão explicitamente, tomo coragem e começo a me aproximar lentamente de sua boca. No entanto, quando finalmente roço os meus lábios nos de Hinata. Começo a ouvir vozes e barulho vindo da porta dos fundos, por consequência, nós dois arregalamos os olhos e eu saio apressadamente de cima dela.

Corro para pegar meu lámen e finjo que nada aconteceu. Mas preciso colocar uma almofada em meu colo, para amenizar a situação.

— Ah, que alívio ver que estão bem. - Minha mãe corre até nós, beijando a testa de Hinata e a minha na sequência. - Ficamos tão preocupados, se não conseguíssemos chegar, seria bem capaz de Hiashi mandar a polícia vir resgatar Hinata. - ela suspira colocando a mão no coração.

Enquanto isso, vejo meu pai me encarar com um olhar afiado e questionador, como se me perguntasse por telepatia, se eu segui todos os seus conselhos de algum tempo atrás. Engulo em seco e sinto uma onda de remorso de invadir, quase me deixei levar por meus instintos.

Será que é tão errado assim beijar Hinata?

— Está tudo bem. - Hina diz, comendo seu lámen.

Eu a acompanho, ainda sentindo os olhos de águia do meu pai me queimarem.

— Vou avisar que conseguimos chegar, não será possível Hina ir embora ainda, porém, pelo menos estamos todos juntos. - dito isso, minha mãe se afasta.

Restando apenas nós três.

— Naruto, pode me ajudar? - meu pai mantém o timbre neutro, mas acho que é um disfarce.

— Claro, pai. - respondo, tentando soar o mais natural possível e vejo Hina me olhar pelo canto dos olhos.

Algum tempo depois, começo a ajudá-lo a retirar a neve que se apossou da nossa casa quando eles entraram, até que ouço sua voz:

— Naruto, aconteceu algo entre você e Hinata?

— Na-nada. - gaguejo sem querer, me entregando de cara.

Ele para o que está fazendo e me encara de frente.

Não foi preciso nem insistir, eu já abro logo o jogo, não consigo esconder nada dele.

— Certo, eu menti. Na verdade, quero muito beijar Hinata e parece que ela me corresponde. - confesso com um pouco de medo das represálias. - Outra coisa, aconteceu algo comigo, aliás, com ele. - aponto para abaixo do meu umbigo extremamente envergonhado e vejo meu pai dar um tapa na testa.

— Precisamos conversar sobre esse assunto de homem para homem, quando terminarmos aqui teremos essa conversa. - não foi um pedido e sim um ultimato.

Eu respiro fundo e aguardo minha sentença.

Hinata, Hinata. O que você está fazendo comigo?

Depois do meu pai me falar várias coisas sobre sexo, que tecnicamente eu não sabia, começo a entender melhor o que aconteceu comigo. Então compreendo com mais clareza porque Hinata fugiu de mim anteriormente, ao me ver naquele estado. Ao contrário do que eu imaginava, não levei uma bronca nem nada, só fui instruído a controlar meus hormônios e a não avançar o sinal, muito menos desrespeitar Hinata. Entendi que preciso manter uma certa distância e não ficar olhando muito para suas curvas, apesar de ter bastante vontade de fazer o contrário do que meu pai aconselhou. Além disso, ouvi diversas vezes que somos novos demais para pensar em algo do tipo, além do que, ficou muito claro que Hiashi-san me mataria e tiraria meu coro para usar como exemplo, se eu sequer cogitar qualquer coisa com sua filha. Ou seja, a partir de agora, nós seremos monitorados com ainda mais vigor.

Amor à segunda vistaOnde histórias criam vida. Descubra agora