Sempre juntos

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— Escuta, Hina. Eu tenho um plano. - começo a explicar, vendo os olhos de Hinata um tanto receosos. - Sasuke e eu arrumamos um galpão abandonado e podemos ficar lá, sei que não é uma ótima ideia. Porém, seu pai pode acabar cedendo se perceber que não vamos desistir.

— Naruto, olha. Eu adoraria fugir com você, acredite. Mas isso só pioraria as coisas, meu pai mandaria a polícia atrás de nós até os confins da terra e minha mãe não poderia fazer nada para impedir. - sua voz sai baixa e insegura.

— Eu sei, estou disposto a arcar com as consequências, só não quero... - clareio a garganta para continuar. - Não posso ficar longe de você, Hina.

Hinata me olha com um misto de amor e coragem e suspira lenta e profundamente.

— Assim que meu pai nos encontrar, eu estarei com a passagem reservada para sair de Tóquio. E não sei nem o que ele faria com você, Naruto! - ela se levanta angustiada e desfaz o contato de nossas mãos.

— Olha, se você não quer, não vou te forçar... - minha voz sai baixa e rouca, quase um fiapo. - Eu só queria te ver, acho que já vou indo.

Faço menção de me virar, só que Hinata me impede. Se agarrando em mim pelas costas, sinto suas mãos rodearem minha cintura e ela recostar a cabeça em mim, de um jeito ansioso.

— Não posso ficar longe de você, Naruto. Mas, ainda essa semana, acho que estarei em um colégio só de meninas fora de Tóquio. - eu mal consigo ouvir sua voz.

— O que? - me ouço quase gritar no quarto, o que faz Hinata se empertigar e fazer shiuuu com o indicador nos lábios. - Você... Vai... Me deixar? - as palavras saem num sussurro engasgado.

— Não tenho escolha, nós estragamos tudo. Se não tivéssemos nos apressado, depois poderíamos ficar juntos, talvez mais tarde. - Hina parece ponderar consigo mesmo, pesarosa.

— Não me diga que se arrependeu de me beijar... - sinto um aperto do peito e a garganta completamente seca.

— Jamais, só que agora... - ela recua um pouco e eu fito seu rosto perfeito em busca de conforto para meu próprio coração. - Nós temos todo o tempo do mundo para ficarmos juntos, mesmo que não seja de imediato.

Eu a encaro esperando para ver se ela irá continuar, só que o silêncio se instala no quarto.

— Não consigo ver como errado o que fizemos, foi tudo tão... - eu hesito um pouco, com o olhar de Hinata me queimando, no entanto, não consigo olhar em seus olhos. Mesmo amando tanto a visão que tenho quando o faço. - sincero e real. - concluo sem reconhecer minha própria voz. - Não quero te causar problemas, Hina. Se tem que ser assim, melhor eu ir, não quero estragar sua vida de forma alguma.

Me afasto para ir até a janela, Sasuke já deve estar congelando a essa altura. Entretanto, mais uma vez, Hinata vem ao meu encontro e me puxa delicadamente pela mão.

— Eu nunca, nem sequer por um momento achei que fosse errado, Naruto. Eu só queria que meu pai mudasse de ideia sem que precisássemos apelar assim.

Ela parece angustiada.

— Pensa comigo, se provarmos que o que sentimos não é uma bobagem de adolescentes e que vamos insistir. Com certeza seu pai vai amolecer, eu convivo com você desde a infância, não entendo porque ele está tão irredutível agora!

O desespero me abate e eu fico imaginando minha vida sem a Hinata.

— Naruto, tenho medo do que meu pai pode fazer se eu sumir assim... - a voz de Hinata sai nada mais que um sussurro.

Eu a vejo tão aflita e acabo suspirando, resignado. Não quero causar problemas, pelo contrário, talvez seja melhor aceitar a decisão de Hiashi, afinal de contas.

Amor à segunda vistaOnde histórias criam vida. Descubra agora