37 - Um toque de esperança

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Bonnie entrou no quarto de Damon e se deitou ao seu lado, sem tocá-lo, sem olhá-lo. Ficaram ambos olhando para o teto sem pronunciar nenhuma palavra durante horas. O silêncio quebrado pela respiração deles não os incomodava, talvez antes incomodasse a bruxa, mas agora ela não conseguia mais se importar com esses momentos desconfortáveis e constrangedores. Ela não pronunciaria nenhuma palavra, conhecia Damon e sabia que ele não aguentaria ficar quieto por muito tempo, sabia também que ele podia simplesmente se levantar e ir embora dali. Para o alivio da bruxa, o vampiro tinha perguntas á serem respondidas e apenas ela podia saciar sua curiosidade. E ele começou com um assunto que vinha o perturbando há bons tempos.

- Eu sei o que está atrás daquela porta selada com a rosa de sangue na sua cabeça.

- Dias de um verão perfeito entre uma menina boba e um vampiro misterioso. Eu também lembro Damon. Agora eu me lembro.

Damon imaginava que ela se lembrava, afinal não era possível que apenas ele tivesse aqueles sonhos. Ainda mais agora que ele precisava de qualquer sinal de esperança de recuperar sua bruxa. Tão impassível quanto o possível, questionou:

- O que aconteceu depois que apaguei? Depois que sua avó te contou o que eu era.

- Ela quebrou o galho de uma árvore e ia enfiar em seu coração, mas...

- Me mostre – pediu o vampiro, queria ver aquela versão do passado pelos olhos da bruxa.

Bonnie se virou de lado e estendeu a mão tocando o rosto do vampiro que fechou os olhos ao sentir o toque suave dela, e foi sugado para um momento no passado que ele não presenciara.

Bonnie olhava assustada para o vampiro inconsciente. Ele era um monstro, uma das criaturas que havia levado sua mãe para longe. E ele era também a pessoa mais legal, fascinante, amável e protetor que ele conhecera, sentia-se segura ao lado dele, mesmo sabendo que algo sombrio se escondia por trás do seu sorriso sarcástico, mas aquele sorriso torto era uma das coisas que o tornava tão interessante. Mas ele era um vampiro, um monstro sanguinário que matava pessoas apenas para satisfazer a própria sede... sua avó havia se afastado e agora voltava com um galho seco quebrado, a ponta era farpada e ainda assim era uma arma eficaz contra vampiro e com alguns instantes de atraso foi que Bonnie entendeu para que servia o pedaço de madeira.

- Ele é um Salvatore – gritou se jogando sobre o corpo do vampiro e por poucos milímetros não se tornando alvo da estaca.

Sheila ficou atordoada por quase ter enfiado a estaca improvisada na costa da neta que abraça o vampiro, protegendo seu peito com o próprio corpo.

- Bonnie saia da frente. Ele tem que morrer.

- Ele é um Salvatore – repetiu a bruxa chorando – É dever de um Bennett guardar pelos guardiões. Ele é um Salvatore. Um Salvatore e como o senhor Zach ele pertence ás famílias fundadoras.

- Você detesta os fundadores e com exceção de seus amigos, despreza os seus descendentes.

- Ainda que te vires contra a natureza de seu sangue, ainda que rompa a magia que te guia, ainda que renegues tua linhagem, sempre será uma Bennett e é o dever de um Bennett proteger e guardar o equilíbrio. A senhora o disse.

Sheila estava a ensinando sobre seu legado de família e não podia retirar o que já havia dito. Afinal, estava certa. Com a estaca na mão, tentou convencer a neta a se afastar do vampiro antes que o mesmo despertasse.

- Bonnie, ouça. Ele é um vampiro. Ele deve morrer.

- Se a mamãe tiver se tornado um deles então a senhora a mataria? Ou se Damon tivesse me transformado em monstro também me mataria?

Coração Imortal - TVDOnde histórias criam vida. Descubra agora