Coração Imortal - TVD

41 - Infernal

Bonnie ficou surpresa quando viu a multidão no centro de Mystic Falls, todos os moradores da cidade estavam presentes. Todos mesmo. No centro da multidão ela viu com pesar, os amigos erguidos no ar por amarras invisíveis. Devia ter imaginado que Cade os alcançaria com seus poderes psíquicos e os atrairiam de volta para onde podia usá-los contra ela. Por que os vilões eram sempre tão previsíveis? Vinha com o manual do mal ser idiota o bastante para cometer erros tão banais?

- Vai matá-los? – ela questionou abrindo caminho entre a multidão para chegar ao centro.

Cade se virou tentando a encontrar, não esperava que Bonnie tivesse a capacidade de quebrar seus feitiços, a jaula era uma armadilha poderosa e indestrutível. E como é que ele não sentiu a presença dela? Isso era impossível.

A bruxa não demonstrou reação diante do medo que os habitantes de Mistyc Falls ao vê-la, sabia que tinha um aspecto sinistro por causa da transformação que ainda estava sofrendo. Tinha tocado a mente deles, suas emoções estavam á flor da pele e Cade se alimentava disso enquanto os mantinham presos no mesmo lugar.

- Isso é admiração ou surpresa, Arcardius? – perguntou a bruxa olhando para os vampiros.

As bruxas não estavam entre os prisioneiros e isso era um bom sinal. Talvez não tivessem em Mystic Falls por causa do diapasão ou talvez Cade tivesse os achado com a arma e agora estivessem empalados por ai. Havia muitas possibilidades de por que o grupo não estava presente ali e Bonnie preferiu não se preocupar com eles, só podia lidar com um problema de cada vez.

- Como conseguiu escapar do cubo? – perguntou Cade depois de um breve silencio.

- Passei um tempo com Kai, um sifão que tinha o habito de absorver minha magia. Aprendi coisas interessantes com ele – foi a resposta vazia da bruxa – O que fez com meus mortos? Parecem petrificados.

Cade ia responder que estava drenando as emoções nos amigos sobrenaturais de Bonnie, mas mudou de ideia quando percebeu o olhar vidrado da bruxa negra. Tinha algo estranho nela, mesmo para os parâmetros de uma pessoa parcialmente desalmada.

- O que é que você e seus amigos estão aprontando bruxa?

Bonnie sorriu, e seu sorriso se transformou em uma gargalhada vazia de emoções, alucinada e sem motivos.

- Sabe o que acontece quando a razão ultrapassa os limites da emoção, Arcardius? – questionou a bruxa ainda sorrindo – Os humanos possuem uma centelha que é produzida nos primeiros momentos de vida, essa fagulha tente á crescer com os anos. Todas as emoções fortes ou fracas tem um ponto de ignição ainda na infância e quando a chama que possuímos se apaga... então a razão vence.

- Do que está falando?

- Sabe o Kai, esse sifão idiota que estava preso e depois me torturou e fugiu e causou um estrago antes de ser morto? Ele era um psicopata. Mas isso você sabe, já que depois de morto ele foi tragado para o seu mundo dos mortos. Condenado á uma eternidade de dor e sofrimento para te alimentar, eu sentiria pena, mas... Eu não ligo.

- O que você fez? – ele questionou tentando alcançar a mente dela.

- Te enganei. Abri mão de minha consciência, como um psicopata. Eu sinto, está tudo aqui – ela tocou a têmpora – Só que não me importo mais com as consequências, não tenho medo e ignoro tudo o que pode me afetar no quesito emocional. O amor é uma arma poderosa e eu aprendi a usa-lo.

Cade a olhou completamente confuso, ou Bonnie estava louca de vez ou ela estava falando algo que ele apenas não estava conseguindo assimilar. Então ele ouviu o som metálico de sinos cortando o ar, se virou á tempo de ver aquela bruxa antiga e o irmão híbrido-imortal desaparecendo enquanto uma lança de ferro voava na sua direção. Ele desviou da arma que passou á centímetros do seu corpo o fora pego no ar por Bonnie, por um segundo pareceu que estava tudo bem, ela manejou a arma como se fosse uma faca, mas então algo aconteceu e como se a gravidade puxasse o ferro para baixo, Bonnie se esforçara para manter a lança erguida, mesmo com o enorme peso que o objeto mágico possuía.