40 - A forquilha de dois dentes

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Quando Cade invocou suas sereias, ela pediu que Matt fizesse algumas pesquisas para ela sobre tais criaturas, qual quer indícios de sua existência fora dos tempos modernos. O Arsenal fora de grande ajuda, a organização humana que colecionava artigos sobrenaturais raros e faziam pesquisas relacionadas com a área, tinha sido um problema no começo. Enzo os conhecia por uma ligação familiar, seu pai havia criado a organização quase duzentos anos antes. Infelizmente a atual líder deles não estava disposta á colaborar nem mesmo quando Bonnie ofertou a cura para o vampirismo, então Enzo chamou uma hibrida vampira-bruxa-sifão que ele tinha conhecido quando Bonnie e Damon estavam presos no mundo prisão com Kai. Bonnie (que estava presa no corpo de Damon), Enzo e sua amiga Penélope tomaram o controle da organização que agora estava sob a direção do vampiro.

Todos os séculos de pesquisa sobre a mitologia do "Inferno" levou-os a descobrir quem era Cade, criarem teorias e encontrar um ponto fraco. O Diapasão de Arcadius ou Garfo do Diabo como havia sido nomeado pelos humanos. Uma arma criada contra bruxas antes da Era Comum feitas com o poder de um antigo sobrenatural, tido por muitos como o primeiro sobrenatural existente. As lendas variavam sobre tal objeto, tanto quanto sua função quanto a origem. Era basicamente um ressonador acústico de ferro forjado pelas chamas do inferno em algum lugar do mediterrâneo cuja frequência perturbava a atividade psíquica e consequentemente interferia na magia.

Era nisso que ela estava pensando naquele momento enquanto olhava distraidamente para as unhas em forma de garras muito afiadas e escutava a narração detalhada de Cade sobre o modo que destruiu Mina e seu reino solar. Era uma narração sangrenta demais para uma Bonnie que no passado se sacrificou muito pelos amigos e pela cidade, mas agora ela não se importava, simplesmente não tinha interesse. De repente percebeu que Cade tinha se calado e compreendeu o porquê um instante depois ao sentir a presença de vampiros. Não era ninguém enviado por Klaus, ele teria ligado antes para avisar.

O homem estranho de origens mística tão antiga quanto a própria magia saiu da cabana em uma velocidade superior á dos vampiros. Bonnie revirou os olhos, cansada. Sem pressa alguma caminhou para onde os amigos estavam, na estrada, onde a barreira de proteção começava. Uma pequena porcentagem sua queria correr para salvá-los de seja lá o que Cade faria com eles. Porem o a maioria de si estava com vontade de conjurar um balde de pipocas e assistir a destruição dos vampiros sem causar nenhuma interferência. Estava considerando os prós e contras de ter vampiros como amigos enquanto se dirigia para a direção de onde ouvia sons dos de ossos sendo quebrados, Cade destruíra sua barreira de confinamento.

E tudo aquilo tinha começado quando uma Bennett estúpida resolvera dar imortalidade á um idiota e acidentalmente criar os malditos doppelgänger, se suas ancestrais não tivessem cometido tantos erros não haveria vampiros no mundo e as bruxas viveriam em paz e ela possivelmente seria uma garota comum cursando direito. Ou talvez houvesse coisas piores que os sugadores de sangue, bandos de lobisomens incontroláveis ou bruxas más fazendo atrocidades ou pior, mais daquelas malditas sereias. Talvez o que ela viveu na última década tenha sido só uma preparação para o climax.

- Maldita seja a porcaria do amor e suas consequências – murmurou quando avistou os amigos caídos aos pés de Cade que parecia se divertir com a dor causada nos mortos-vivos.

...

Damon, Stefan e Caroline bateram contra uma barreira invisível quanto se aproximavam da casa onde Bonnie havia se refugiado nas últimas semanas. O casal de vampiros tentou persuadir Damon de ficar longe da bruxa até que ela consentisse sua aproximação, mas o vampiro moreno era teimoso demais para ficar esperando enquanto outros lutavam pela vida da mulher que amava. Stefan e Caroline o seguiram para que não cometesse nenhuma insensatez, esperavam encontrar qualquer coisa naquele refugio, menos uma proteção contra vampiros.

- Acho que a Bonnie não quer visitas – disse a vampira, mas o namorado e o cunhado já estavam do lado de fora do carro analisando a barreira com as pontas dos dedos como se compreendessem alguma coisa sobre magia – Vamos sair daqui, não estou com bom pressentimento.

Os Salvatore não deram atenção á loira e antes que ela tentasse persuadi-los á deixar a bruxa com suas bruxarias, ouviram o som de passos se aproximando. Os três olharam para o caminho que levava á casa com curiosidade, mas quem apareceu não foi Bonnie e sim Cade que sorria de modo gentil, e um tanto maníaco.

- Visitas – disse o monstro de aparência humana – Ah! Perdoem minha esposa pela barreira, às vezes penso que Bonnie é mais paranoica do que eu em relação aos perigos.

Um gesto de mão e a barreira mágica fora desfeita. Os três vampiros sentiram devida á uma estranha brisa quente no ar seguido de um leve tremor no chão.

- Bonnie conhece alguns feitiços bem fortes. Não é?

- Onde ela está? – questionou Damon em tom desafiador.

Cade deu de ombros e alargou o sorriso. Os vampiros sentiram como se metais quentes perfurassem suas cabeças e a dor fora tão intensa que desmaiaram. O bruxo conjurou uma estaca e ia enfiar no coração de Stefan quando uma pedra atingiu sua cabeça. Ele se virou e fitou sem nenhuma surpresa Bonnie que tinha várias pedras flutuando ao seu redor.

- Deixe-os em paz, Cade.

- Não – respondeu seco – Estou cansado dessas criaturas, os mortos devem permanecer mortos.

Sem desviar a atenção da bruxa, Cade jogou a estaca que acertaria o coração de Caroline, felizmente Niklaus que fora averiguar a situação de Bonnie, chegara a tempo de apanhar a arma de madeira.

- Quanta hipocrisia – disse o hibrido.

- Tire-os daqui – mandou Bonnie se deslocando na velocidade sobre-humana dos vampiros e levando Cade consigo para a floresta.

O diabo lançou a bruxa contra uma árvore que se partiu com o impacto, ele olhou para a direção de onde vieram, o vampiro-lobisomem estava retirando os amigos para um "lugar seguro", decidiu que podia cuidar do problema depois, agora ele ia dar uma lição na esposa. Bonnie se levantou, aquilo de estar se transformando em algo novo tinha uma pequena vantagem. Seja lá no que Mina tivesse a mudando, era absurdamente resistente e se regenerava mais rápido que os vampiros.

- Bonnie, Bonnie, Bonnie – dizia Cade andando em volta dela – Teremos que conviver um com o outro pela eternidade, será bem mais fácil te ignorar se não ficar me desafiando.

- Cade querido – disse a bruxa com calma – Se eu não o desafiar vai transformar meu mundo em pó de estrelas, como fez com o mundo de Mina. Sinto muito, mas prefiro nos congelar no espaço-tempo á deixar que destrua tudo.

Cade riu alto, uma risada estridente e sem humor, arrepiante. Então ele disse algo numa linguagem desconhecida pela Bennett, uma espécie de caixa surgiu em volta dela que tentou inutilmente escapar.

- Não se debata tanto, minha cara, quando mais arranhar a superfície da caixa menor ela vai ficar até que você fique incapaz de se mover e o pior, fique sem oxigênio. Não se preocupe com o nosso reino, irei destruir apenas aqueles vampiros e demais companhia. Volto ao por do sol.

Bonnie gritou por alguns instantes batendo na parede invisível que a trancava. Quando teve certeza que Cade estava longe o bastante para não sentir a quebra de seu feitiço, ela deu um passo e se libertou. Tinha absorvido todos os feitiços do Livro Luz, podia desconhecer a linguagem que o marido usava, mas conhecia os encantamentos.

A mansão dos Salvatore estava em chamas quando a bruxa chegou, podia senti-los, sabia onde estavam. Mas precisava de algo que tinha sido guardada no cofre da adega onde os Salvatore tinham o mal habito de usar como sela contra seus inimigos. Entrou na casa que se consumia em chamas, indo pegar seu novo brinquedo, sem ligar para o fogo infernal que queimava sua pele com fúria. 

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