e aí eu continuei puto

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Finn Wolfhard

  Nós estávamos no aeroporto, indo em direção ao portão de embarque e hoje Jack não está falando comigo e eu nem ao menos sei o que fiz.

— Eu vou ficar com a Millie. — disse Jack e segurou no braço da garota, indo em direção ao avião.

  Tínhamos decidido que eu, Jack e Caleb ficaríamos juntos nas três poltronas da janela e Millie e Sadie ficariam com uma sobrando, mas agora aparentemente Sadie é que vai ficar comigo e Caleb.

— Eu não gosto da janela nem do corredor, então vou ficar no meio. — disse Sadie já se adiantando.

— O que rolou com Jack hoje? — Caleb me perguntou quando entramos no avião e nos sentamos.

— Hum, eu também tô curiosa. — Sadie se intrometeu e eu tenho certeza de que nós dois não vamos poder conversar sem ela falar algo também.

— Eu também. — respondi e os dois ficaram me olhando com uma cara de “ué”. — Eu devo fazer tanta merda que nem sei mais identificar.

— Bom que você reconhece. — disse Caleb e Sadie respirou fundo para não rir.

  Esse cara que eu chamo de melhor amigo. Me apoia sempre da melhor maneira possível, parece até telemarketing.

— Não é porque eu falo que você é um merda que você realmente é um merda, entende? Você é incrível e o Jack sabe disso melhor que ninguém. Além disso, deve ser só mais uma paranóia dele. Relaxa. — disse Sadie e eu a abracei depois disso. — Mas me larga, seu viadinho. — me empurrou de leve.

— Desculpa, foi emocionante ouvir isso de você.

— Só não começa a chorar. — disse séria, mas depois deu um sorrisinho.

  O piloto deu mais algumas informações através dos auto falantes antes do avião decolar.

[...]

— Sadie... — a chamei baixo mais uma vez.

  Ela acabou dormindo no meu ombro e aparentemente é difícil acordá-la. Já deve ser a terceira vez que a chamo e não quero ter que, sei lá, derramar água nela.

— Quer ajuda aí? — perguntou Millie, que parou ao lado da poltrona onde Caleb estava. Acho que ele e Jack já saíram do avião. Assenti e Millie se aproximou do ouvido da outra. — Te pago um lanche.

— Hum? Nossa, tô lotada de fome mesmo. Vamos logo. — levantou na hora e me puxou junto.

— Com o tempo você aprende uns truques. — disse Millie, tentando pegar sua mala de mão na prateleira de cima. — Ou, ajuda aqui.

  Fui até ela e nem fiquei na ponta do pé para pegar, ela já estava dando pulinhos. Entreguei sua bolsa, sorrindo.

— Debochado... — murmurou e saiu andando na minha frente.

  Sadie estava nos esperando no corredor e já foi cobrando o lanche que Millie disse que iria pagar. Encontramos Caleb e Jack conversando perto daquela esteira das malas.

— Desculpa — disse Jack vindo até mim e me abraçando. — eu sonhei de novo que tava puto com você e aí continuei puto. — “de novo”.

— É, acontece... — ele riu fraco e eu passei meu braço por cima de seu ombro, o puxando para mais perto de mim.

  Pegamos nossas malas e saímos do aeroporto, indo em direção as vagas onde ficam estacionados os táxis.

— As meninas em um e os meninos em outro. — disse Millie com uma voz enjoada e puxou Jack para o táxi que Sadie estava entrando.

  Jack soltou minha mão e sorriu sem jeito, indo com elas.

— Vocês vão ver só, eu vou achar uma londriana pra mim. — disse Caleb após dizer o hotel em que vamos ficar hospedados para o taxista. Hotel Corinthia.

— Vai achar o que? — perguntei rindo.

— Como que chama quem é de Londres?

— Sei lá, ué. Mas tenho certeza que não é londriano.

— Enfim, o que importa é que eu vou achar alguém daqui pra casar e largar vocês pra lá.

— Você parece uma tia solteirona procurando um velho rico.

— E que tia eu sou, né. — revirei os olhos. É um saco quando o Caleb começa a se achar.

— Você é muito convencido.

— Inveja.






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