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Para onde estes filhos da puta estão nos levando?

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Para onde estes filhos da puta estão nos levando?

Presmane continuava vendado no banco de trás. O corte na boca salpicava seu paladar com o gosto metálico do sangue. Ao seu lado, conseguia captar a respiração densa e chiada do príncipe André. Como chefe da guarda de Alignis do Norte, precisava reunir seu autocontrole. Não sabia o que aqueles malucos eram capazes de fazer.

Ouvia vozes abafadas.

— Sinto muito... Não, nada... Estão armando algo...

— Sim, claro... Nenhuma palavra foi dita sobre o Fractal...

Fractal? Que merda é essa?

Engolindo em seco, Presmane escutou o estrépito do que parecia ser um portão de garagem se abrindo. Sentiu que o carro estava avançando para lá. Logo em seguida, o portão se fechou atrás deles num baque ardido.

Silêncio.

Presmane percebeu que estava tremendo.

Controle-se. Você precisa se manter firme para proteger o príncipe.

Com um estalo, a porta do carro se abriu. O ar frio mordiscou seu rosto. Presmane sentiu uma dor lancinante nos ombros enquanto era arrastado, pelos braços, para fora. Havia um cheiro familiar naquele lugar. Terrivelmente familiar. Até mesmo a atmosfera úmida não lhe era estranha.

Podia ouvir outros passos os acompanhando. Supôs que André também estava sendo levado junto com ele, para sabe-se lá onde.

Pararam subitamente. A venda sobre os olhos era sufocante. Presmane ouviu um bipe eletrônico, seguido pela abertura de uma porta.

Onde estamos? O que aconteceu com o resto da comitiva?

O silêncio de André o assustava. Temia que os malucos houvessem ferido o príncipe gravemente.

Braços potentes o empurraram porta adentro. Sem que pudesse raciocinar, Presmane foi obrigado a se sentar em um banco.

— O que vocês querem? — perguntou com o coração descompassado. — Se ousarem tocar no príncipe, jamais escaparão impunes!

Houve um riso abafado.

— O regente Hector jamais abrirá a fronteira! Vocês não vão conseguir nos trocar por mais escravos e terras!

A única resposta que recebeu foi o deslizar de botas se afastando.

Merda. Merda. Merda.

A sensação de uma respiração muito próxima à sua nuca fez seus pelos eriçarem. Algo estava perto. Muito perto.

— Senhor Presmane. — Sem aviso, a mão de alguém tocou seu rosto. Ele se encolheu instintivamente. — Farei algumas perguntas.

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