Capítulo 26.

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Lory.

— Querida, acho melhor você trocar essa blusa. Eu posso te emprestar uma. – Dona Suzana falou com seus olhos verdes sobre mim. Neguei com a cabeça, me esforçando para sorrir para ela.

— Mamãe está certa. – Benjamin rebateu com a voz firme. — Din, leve ela. – Ordenou, e naquele momento, eu não conheci o menino sério a minha frente.

— Tudo bem – Sussurrou, me encarando nos olhos. Com o rosto em chamas, pedi licença com um aceno rápido para todos. Segui Dilan até o andar de cima, fitando seus cabelos bagunçados na nuca.

— Eu fui um desastre – Falei atrás dele. A vergonha fazia meu coração bater com força. — Por que você fez aquilo? – Indaguei em voz baixa. Din continuou em silêncio, andando até o quarto de sua mãe com passos rápidos.

Sentia minha camisa molhada grudar em meu corpo. Eu estava fedendo a suco de maracujá. E para piorar, Dilan estava estranho.

Quando entramos no quarto dos pais de Dilan, pude respirar lentamente. Din fechou a porta com cuidado, se apoiando nela e me encarando com hesitação.

— O que foi? – Indaguei preocupada.

Ele desviou o olhar, cruzando os braços. Meu coração começou a bater com força, ele definitivamente estava estranho.

Estava prestes a perguntar novamente, quando ele começou a falar:

— Me ligaram – Juntei as sobrancelhas com sua fala. Ele continuou, molhando os lábios e não me encarando. — na hora que eu fui pegar os talheres com mamãe.  – Falou entre um suspiro.

O encarei paralisada, não entendo onde ele queira chegar. Mas eu sabia que era algo sério.

— Quem era? – Indaguei, tentando esconder meu nervosimo. Mas minha voz trêmula me denunciava.

— Era a Melanie – Murmurou me fitando. O encarei com a testa franzida. Din se aproximou de mim em silêncio.

— O que ela queria? – Indaguei sem tirar meus olhos dos seus. Din afastou meu cabelo, tocando em meu pescoço com suas mãos mornas.

— O que Travis queria – Me corrigiu, me deixando ainda mais confusa. Seus olhos castanhos caíram em meus lábios. Sentia minha respiração curta e acelerada.

— Por que ele te ligaria? – Indaguei nervosa. Din acariciou meu pescoço, focando seus olhos castanhos nos meus. — Dilan, você está me deixando agitada. – Revelei sinceramente, engolindo em seco.

— Uma bolsa – Murmurou encarando meus lábios — em uma faculdade – Arregalei os olhos e antes que eu pudesse falar algo,  Dilan me beijou com necessidade. Pude sentir a saudade, a euforia, a indecisão em seus lábios. Suas mãos afundaram em meus cabelos, aprofundando o beijo.

Abracei sua cintura, não sabendo como retribuir aquele beijo intenso. Sua língua me fez suspirar, me deixando tonta. Porém, mesmo com seu beijo cheio de amor, eu sentia algo pesado se acomulando em meu coração.

O afastei bruscamente. Ele me encarou com dor no olhar.

— Mas você nem começou o último ano – Falei, encarando seus olhos castanhos profundamente. — Dilan, você acabou de completar dezessete anos. – Segurei a gola de sua camisa com força, forçando ele a me encarar.

— Eu sei – Sua voz saiu fraca e baixa, deixando meu coração dolorido. — Eu não vou. – O virei rapidamente com aquele fala, o predendo contra a parede.

— Por que não? – O espremi contra a parede, não deixando seu olhar. — É seu sonho. Por que não? – Indaguei, sentindo o desespero enchendo minhas veias.

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