Capítulo 31.

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Lory.

Mordi os lábios, explodindo em risos.

Dilan me olhou confuso, passando a mão pelos cabelos molhados.

- O que foi? - Indagou com a voz baixa. Ainda com um sorriso nos lábios, me ajeitei no banco ao seu lado, rindo sem me aguentar. - O que foi, Lory? - Suas mãos quentes tocaram meu rosto, tirando um fio solto e colocando atrás da orelha. Tentei me aguentar, suspirando pesadamente e me concentrando no barulho da chuva que vinha de fora do carro.

- Isso é engraçado - Falei sinceramente, sustentando seus olhos castanhos que ficavam lindos no escuro daquele carro. O dia lá fora estava incrivelmente gelado, mas aqui é quente, reconfortante. Com a felicidade escorrendo por meus dedos, abracei seus ombros. - Quando éramos mais novos, eu nunca pensei que isso iria acontecer. - Contei sentindo seu corpo molhando contra o meu. A pele de Dilan é quente, e gostaria que ele continuasse sem camisa.

- Eu também não. - Falou me abraçando de volta. Apreciei suas batidas aceleradas, rindo discretamente contra sua pele. - Eu achei que ficaria sozinho enquanto via meu amor um dia se casar com outro. - Meu coração tremeu com sua fala. Me afastei com cuidado, capturando seus olhos.

- Isso é sério? - Indaguei observando seu rosto vermelho. Din assentiu lentamente com a cabeça. - Uau. Não acredito que você um dia pensou nisso. Eu vivia falando que nunca iria me casar, e continuo com a mesma idéia. - Admiti beijando sua testa, a ponta de seu nariz e depois seus lábios. Sorri por poder fazer isso livremente, sem medo. É bom e me deixa feliz.

- Você não quer casar? - Indagou com as sobrancelhas juntas, tocando meus cabelos soltos.

- Não.

Minha resposta veio rápido, e Din afundou seus dedos em meus cabelos. Sustentei seus olhos arregalados.

- Por que não? - Rebateu me fazendo rir.

- Porque não. Acho que casamento vira rotineiro, e não sei para que fazer isso se as pessoas podem apenas viverem juntas. Simples. - Peguei sua blusa, que estava jogada no chão do carro, e o entreguei. - Agora você precisa falar com o diretor. - Falei observando seu rosto perdido. Dei um peteleco em sua testa para acordá-lo.

Dilan continuou em silêncio, encarando meu rosto.

- Você não quer casar comigo? - Indagou com sua voz baixa, como se fosse um segredo.

Fiquei paralisada, enquanto sentia seus dedos acariciarem meus fios molhados. Meu coração começou a bater com força, e me perguntei por que aquela pergunta tinha me deixado tão nervosa.

- Temos dezessete anos, Dilan - Avisei colocando a blusa azul nele, que contrastava bem com seus cabelos bagunçados e castanhos. Admirei o menino com pequenas sardinhas no rosto, que analisava meus olhos.

- Mas eu quero me casar com você. - Contou com a voz baixa. Foi impossível não sentir o choque que me atingiu. Meus dedos ainda tocavam sua barriga quente, e eu sabia que ele sentia meus dedos trêmulos.

- A-acho melhor sairmos desse estacionamento. Já está ficando tarde, nossas mães vão ficar preocupadas. - Avisei saindo de seu colo e me esticando para passar para o banco da frente. - Deixa que eu dirijo - Falei me virando para encará-lo. Dilan tinha o rosto perdido, a blusa azul na parte da frente mostrava um pouco da sua pele e seus cabelos estavam completamente bagunçados. - As chaves - Pedi limpando a garganta e estendendo a mão. Dilan me deu a chave, e liguei o carro.

O caminho foi quieto, muito quieto. Apenas o som da chuva era escutado, eles batiam contra o vidro com violência, roubando meu ar. Mas quem estava roubando minhas batidas era o menino calado que observava a paisagem ser deixada para trás.

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