Capítulo 16.

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Dilan.

Encarei a menina que abraçava os joelhos e puxava o tecido de seu vestido branco. Seus cabelos longos tocavam o chão, e naquele momento, quando um suspiro discreto saiu de seus lábios, meu corpo estremeceu.

Eu não conseguia tirar meus olhos dela, cada batida de meu peito era para ela.

O vento gelado entrava pelas janelas abertas, diminuindo o calor que eu sentia por meu corpo. Minha mente viajou para seus lábios, e seus beijos doces e calmos. Apertei o cobertor com força, sentindo meu rosto em chamas.

— Está pronto – Trevor anunciou com a voz baixa. Encarei seu rosto no escuro, ele sorria de maneira divertida.

— Eu ainda acho que isso não é uma boa idéia. Amanhã temos aula, e se sua mãe descobrir, Lory? – Seus olhos se voltaram para mim com chamas, como ela estivesse pedindo para eu não me intrometer. Fiquei em silêncio, engolindo o que eu pensava.

— Você precisa sair desse cobertor agora, Lan – Respirei fundo, pulando para fora do tecido grosso que me cobria. Foi um ato involuntário eu me cobrir, eu nem sei o que pensei na hora. Estava muito atordoado para pensar em qualquer coisa que não fosse ela.

Me joguei ao lado de Lory, me sentindo completamente tímido e envergonhado. Nós nos beijamos, meu Deus, eu quase sai do controle por causa de seus beijos, de seus suspiros e de sua pele macia, com um cheiro doce, contra a minha.

Abracei meus joelhos, mexendo os dedos dos pés por baixo do tênis. Meu coração pulava de ansiedade, de nervos, e de amor. Agora ela sabe, é impossível que ela não saiba.

— C-como se joga isso? – Só com a pergunta de mestra, vim olhar para o jogo a minha frente. Não.

— Dentro desses copos eu tenho vodka, e aqui eu tenho uma bolinha. Temos que jogar essa bolinha dentro do copo, quem não conseguir, bebe uma dosse. – Trevor explicou. Toquei o ombro de Lory com o meu, fazendo ela olhar para mim.

— Você nunca bebeu, por que isso do nada? – Fisguei seu olhar intenso. — Vamos para casa. Já fizemos o que era para ser feito. – Ela corou, desviando o olhar.

— Porque eu quero, Din.

Suspirei com sua resposta.

— Eu estou te avisando, mas você é teimosa demais para me escutar – Murmurei, ainda empurrando seu ombro com o meu. Ela me ignorou, e eu acabei sorrindo.

É a primeira vez que a vejo tão tímida. Isso é estranhamente bom.

— Vamos começar? – Trevor indagou sorrindo. Permaneci parado, apreciando o calor de mestra batendo no meu.

— Vamos – Ela pegou a bolinha, fitando o menino a nossa frente. — Eu simplesmente jogo? – Seu ombro se afastou do meu, me perguntei o que ela estava sentindo naquele momento. Eu queria abraçá-la com força, e depois beijá-la.

Meu coração vibrou quando nossas mãos se tocaram, e ela puxou a mesma com rapidez. Lembrei da sensação de sua pele fina contra meus lábios, de seu calor.

Merda.

— Sim, mas se errar vai ter que beber. – A resposta de Trevor me deixou aliviado. Ele é bom naquele jogo, não vai errar nenhuma. Isso é bom, Trevor não se dá muito bem com bebida. — Se você acertar, eu bebo. – Minha tranquilidade desceu pelo ralo. Encarei Lory com expectativa. Nós ainda temos tempo de ir embora.

— Ok – Foi tudo o que disse antes de jogar a bola, e errar. Ela murmurou, pegando um copo, levantando e bebendo. Encarei seu rosto vermelho com a preocupação escorrendo por minhas veias.

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