Capítulo 8.

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Música indicada para ler o capítulo na mídia.

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Dilan.

Sai do elevador com espelhos grandes, sentindo meu peito agitado. Eu não queria ter brigado com a mamãe, eu não queria ter quebrado as fotos do papai, porém, já que ela não se importa mais com o meu pai e já vai se casar com outro homem, naquele momento, movido pelo ódio, não me importei de gritar com ela e nem de fazer o que fiz.

Mas agora, me arrependo.

Engoli em seco, piscando por causa da luz forte daquele hospital frio. Meus músculos ainda tremiam e a adrenalina dominava minhas veias. Parei em frente ao quarto de Stephan, encarando a tintura branca da porta fechada. Três semanas sem vir aqui...

Segurei a maçaneta, afogando em nervos. Eu só preciso conversar um pouco, e como mestra não está mais aqui, ele é o único que tenho para isso. Mesmo que ele não mexa nos meus cabelos e não me faça tão bem quanto ela, ele ainda é meu amigo.

Estava prestes a abrir a porta, quando escutei uma voz feminina e conhecida vindo de dentro do quarto. É sua enfermeira, a mulher que cuida dele. Sua voz e inesquecível por ser tão grave, principalmente por ela sempre se dirigir a mim por gritos, dizendo para eu parar de vir aqui no meio da noite e levar Stephan para o telhado. Ele não pode nem tomar um ar fresco.

Tapei a boca, soltando a maçaneta e segurando a respiração. Sua voz estava diferente do costume, estava baixa. Tentei me concentrar em suas palavras. Eu podia muito bem, simplesmente entrar, porém, por algum motivo, algo me diz para escutar essa conversa.

Foi o que fiz.

- Sente-se aqui. - O silêncio reinou no cômodo por um minuto, deixando meu coração acelerado. - Eu vou ser direta. O tratamento não está funcionando, Stephan. - Sua voz falhou. - O vírus já tomou conta. Os medicamentos não funcionam mais. - Afirmou lentamente, como se estivesse com medo de pronunciar tais palavras. Apertei a boca, tonto com o que eu estava escutando. - Eu lamento, criança. - Ela estava chorando. Sua voz grave estava afundada em tristeza. - Eu lamento... Uma criança como você não deveria passar por isso. - Stephan continuou em silêncio, deixando meu peito dolorido. - Eu lamento... - Sussurrou com dor. Dei alguns passos para trás, não acreditando no que eu estava escutando.

Meus olhos e os verdes de Stephan se encontraram pelo vidro da porta. Puxei o ar com força e me obriguei a correr para longe daquele lugar.

Ele mentiu para mim. Ele falou que estava melhorando.

Stephan está definhando. Meu amigo irá morrer.

Não quero perder ele também. Por favor.

...*...*...

Apertei a menina em meus braços com força e cuidado, seu calor era bom e calmo. Ela continuava em silêncio, tocando meus cabelos suavemente, em busca de uma resposta. Provavelmente ela podia escutar os meus batimentos, já que eles estavam tão acelerados.

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