capítulo nove

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Noah Urrea

― Eu sei do que falo, Nono. ― Any suspira, enquanto penteava os cabelos da filha. ― Minha mãe não quer me ver, meu pai muito menos. Eu não preciso deles.

― A última vez que você falou com eles foi há mais de um ano, Any. ― Retruco. ― Você não sabe. Eu consegui o endereço deles, e a gente pode ir lá agora. Eu vou com você!

Ela terminou a última trancinha do cabelo de Maya, suspirou mais uma vez e aperta as mãos nos olhos, acho que estava tentando não chorar.

Eu, mais do que ninguém, sabia o quão aquilo importante é ter a família por perto, e talvez fosse disse que Anu precisasse. Eu conversei com a minha mãe por bastante tempo, ela também acho que é a melhor opção.

― Não vamos levar a Maya. ― Murmura. ― Por favor.

Eu não queria que ela sentisse como se eu desse as regras. Nem que ela se sentisse na obrigação de fazer o que eu digo por estar aqui. Então, por mais que eu quisesse que ela levasse Maya, eu não insistir em nada.

Digo que esperaria lá em baixo, enquanto ela se trocava, eu tava discutindo com a minha mãe.

― Ela está tão receosa. ― Bufo, bagunçado os cabelos. ― Eu não queria que ela se sentisse assim.

― É normal. ― A mais velha tenta, guardando os últimos pratos. ― Ela foi expulsa de casa com poucas semanas de gravidez, é quase um trauma. Mas acho que eles estão dispostos a ouvi-la.

Ela conversou com a mãe de Any pelo teléfono mais cedo. Eu não sei como ela conseguiu o número, mas ela foi grossa com a mulher, então acredito que foi assim que foi recebida.

Any deixa Maya com Josh antes de se juntar a nós na cozinha. Minha mãe ia com a gente, só por segurança.

O caminho foi tranquilo, mesmo com a mais nova enrolando os dedo na manga do casaco que vestia impacientemente. Eu só queria saber o que se passava na cabeça dela.

― Tudo bem, ok? ― Puxo sua mão para mim, deixando um beijo na mesma. ― Vai dar tudo certo, relaxa.

O carro foi destravado e eu abri a porta, esperando Any sair para fechá-la.

A casa era grande e de cores claras. As portas e o pequeno jardim frontal já tinha a decoração de natal, e as cercas pareciam ter sido colocadas recentemente.

Minha mãe é a primeira a atravessar a grama sintética e deixar três batidas na madeira branca. Abraço a menor pelos ombros e a guio até a varanda, onde a porta não demora muito para ser aberta.

O mais velho de pele escura e cabeça branca analisa bem cada um de nós, mas se mostra um tanto surpreso quando encara Any.

Ela apenas passa o braço pelas minhas costas, agarrando o tecido da camisa que eu vestia.

― Olá, senhor Soares. ― Minha mãe se mostra bem humorada. ― Eu sou Wendy Urrea, e esse é meu filho Noah. Essa aqui é a Any. ― Ela puxa a garota de mim, usando todo ironia que tinha. ― Caso te falhe a memória, sua filha.

― É, eu sei bem disso. ― Ele trava o maxilar, dando espaço para entrarmos. ― Priscila, ela chegou.

Guardian angel - Noany Onde histórias criam vida. Descubra agora