Capítulo 2 That scream...

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–Visão de Aya Drevis-

O relógio marca meia-noite. Sinto uma tontura. Meus olhos se fecham sozinhos, praticamente, mas eu não consigo dormir. Bela hora em que tudo dentro de mim resolveu conspirar contra mim. Ah, como eu tenho uma bela e maldita "sorte"... Eu vou chegar a loucura se continuar assim. Já não conseguia dormir, e agora vem o relógio me acordar.

– É meia-noite... -Pareço uma zumbi falando. Eu falo sozinha. Acho que isso me faz bem. Mas eu sinto como se eu não estivesse sozinha. E como meu próprio pai me disse, eu nunca estou sozinha.– Hoje é o dia em que a mamãe foi para o céu... Mãe... -Eu me levanto lentamente. Eu não dormi, então é compreensível que eu esteja assim. Não tenho disposição para me mexer rápido. Mas, que motivos eu tenho pra isso ? Eu me sento na cama ainda com ar de cansaço. E eu estou mesmo cansada.- Eu nunca consigo dormir quando eu penso sobre a mamãe...

Finalmente tomei coragem para me levantar. Eu nem tinha colocado meu pijama naquela noite. Já era tarde e eu ainda estava lá no porão estorvando meu pai. Ainda me lembro de suas palavras... "Agora volte para a cama, por favor. Eu vou estar descansando em breve." Aya Drevis, sua idiota. Eu fiquei com tanto medo de ele vir aqui ver se eu estava dormindo, que fiquei de vestido e sandália, e deitei assim mesmo. Nem tirei a fita do meu cabelo... Está me incomodando um pouco, mas não é nada totalmente grave... Eu caminhei em direção a um pequeno porta-retrato de minha mãe, que ficava encima de uma pequena mesinha com uma gaveta embaixo.

– Mamãe... -Ela era perfeita em tudo, não era ? Cabelos castanhos, lisos e compridos, olhos azuis como o mar e um corpo das mais belas curvas.- O que devo fazer, mamãe? Eu amo meu pai, mas... -Eu fitei o chão. Não sabia como falar disso para minha mãe. Tudo era mais fácil quando ela era viva...- Ela me assusta, mãe. Ela sempre... olha pra mim com aqueles olhos... Eu odeio ela. -Não sei como estava dizendo isso. Meu pai poderia estar ouvindo atrás da porta, mas eu não posso esconder quando estou preocupada ou triste. Não posso esconder de minha própria família. Não posso esconder isso da minha mãe.- Eu odeio ela, mamãe. Mas eu sei que meu pai gosta dela... Se meu pai e ela se casarem, acho que ela vai ser minha nova mãe... Eu não quero que ela seja minha nova mãe. Eu não preciso de uma nova mãe. Só tem uma mãe no mundo pra mim... -Eu voltei a olhar para o porta-retrato.- Mamãe, porque você teve que ir ?

Eu precisava relaxar. Fui vasculhar o meu quarto para ver se acho algo com o que me distrair. Ao canto direito, duas cômodas grandes cheias de minhas roupas... Na frente da janela que toma quase toda a parede, está meu urso de pelúcia favorito. Tem o meu tamanho. Talvez, um pouco melhor. Eu sempre gostei de coisas realistas, mas duvido achar um urso do meu tamanho e que seja real. Eu sempre vi aqueles documentários com ursos com mais de dois metros... Coitada de mim. Quase não tenho um metro... Ao lado do meu urso de pelúcia preferido, encontra-se a minha amada boneca.

– Uma boneca dada pelo meu pai ... É tão velha e gasta...

Flashback ON

Meus cabelos estavam amarrados por duas fitas da cor rosa. Eu usava meu vestido preferido. Eu me sento a beira da cama com dificuldade. Eu ainda não tenho tamanho para fazer isso naturalmente. Meu pai entra pela porta. Ele está animado e com as mãos para trás do corpo. Ele vem em minha direção e se ajoelha a minha frente.

– Eu lhe trouxe um presente, Aya. -Ele me mostra o que tinha nas mãos. Uma boneca. Uma linda boneca com um vestido e um capuz. Os dois da cor verde-claro. Seu vestido contém babados brancos e brilhantes que prendiam a minha atenção.-

Mad Father - Um pai psicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora