Capítulo 16 Burn it real good.

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–Visão de Aya Drevis-

Localização : Passagem curva, 3º andar

A visão daquele local já estava começando a me deixar nervosa. Sempre as mesmas caixas, as quais eu não conseguia abrir. Portas trancadas tinham se tornado a coisa mais normal do mundo pra mim, e eu nem me preocupava em achar a chave para tal. Eu sabia que não importando como, alguém ali estava brincando com a minha cabeça. Se eu me recusasse a procurar por algo, aquilo simplesmente viria para mim. Caso contrário, eu não prosseguiria. Como já mencionei, há alguém no controle de tudo por aqui. Seja quem for, de qualquer forma, não sei ainda se este ser quer me ver viva ou morta.

Virando a curva do lugar, havia um corredor muito estreito me aguardando, o qual não podia chamar de corredor, porque o escuro não em deixava ver as paredes. Deduzi ser estreito por conta da pouca luz que ilumina o pouco espaço que vejo. Nele, vários ratos passando de um lado para o outro. Havia algo brilhando no meio. Poderia apostar minha própria vida, dizendo que aquilo ali era uma chave. Porém, quando tentei passar pelos ratos, vários deles subiram em minhas pernas e começaram a me dar mordidas. Eu tentei passar o mais rápido possível e acabei até mesmo esmagando alguns com os pés. Após pegar a chave, tentei correr pra fora dali, e depois de conseguir, sacudi minhas pernas para afastar os ratos, que voltaram correndo para o corredor. Não por medo, mas sim porque haviam vários outros de seu tipo ali. Só tem duas portas nesse corredor. A do quarto que eu dormia, e a trancada. A resposta era mais do que óbvia naquele momento. Abrindo a porta, vejo a minha frente a garota pálida e loura, que havia pegado o perfume da minha mãe. Um rato estava a sua frente, e ela, com sua mão estendida para ele.

??? : Vem aqui...–Eu pude claramente sentir o cheiro do perfume que minha mãe usava. A garota parecia ter usado um pouco em si mesma. O rato estava relutante a respeito de subir em sua mão.- Não fique com medo...–Sua tentativa de tentar acalmá-lo falhou. O rato saiu correndo assutado, deixando a garota ali, olhando para o buraco na parede no qual ele havia se escondido.-Acho que o cheiro não é bom. Animais parecem odiá-lo... –Interrompendo-a de sua conversa consigo mesma, eu a empurrei em direção a parede e me posicionei em sua frente, deixando assim bem claro que ela não escaparia desta vez.

Aya : Me dê o perfume da minha mãe! –A garota deu uma risada quando ouviu-me dizer tais palavras, e mostrou-me suas mãos vazias. Seu vestido não tinha bolsos, então, ela não teria onde colocá-lo.- O-O que? Huh? Não está com você? Onde o colocou?–Graças a surpresa causada por minha intuição falsa, eu baixei a guarda por um segundo, esquecendo que agora, ela poderia escapar se quisesse.

??? : Não sei. Procure?–Ela me empurrou e saiu correndo em direção a porta, me deixando sozinha ali, culpando a mim mesma por não ter conseguido respostas dela. Sim, claramente ela sabia onde havia deixado. Mas ninguém entrega os pontos assim tão facilmente. Para alguns, esta é a graça do jogo. Já para outros, este é o ponto ruim de se jogar no time que aparentemente está perdendo...

Começando a olhar ao redor do quarto, uma rachadura nas finas paredes de madeira me chamou a atenção. Ela estava atrás de uma grande estante, e eu tive que quebrar alguns barris com minha motosserra para finalmente poder gastar minhas forças empurrando-a. Não pude abri-la apenas com minhas mãos, então, usei novamente minha motosserra para tirar a madeira do caminho. Havia uma passagem ali, a qual tinha pouca luz. Pra ser sincera, a única luz que havia, era a que saia do quarto onde eu estava. Pouca, se me permite dizer. Não tinha muito campo de visão, mas logo vi algo refletindo. Quando me aproximo, percebo ser o perfume de minha mãe. Devo admitir, não foi tão difícil, mas eu não teria pensado nisso. Talvez deva parabenizar aquela garota por sua inteligência. Eu fui em direção a saída quando achei que tinha acabado, até que algo pulou em minhas costas. Outro daqueles zumbis sem pernas... Eu me sacudi desesperadamente, saindo da passagem correndo. Mas ela ainda estava aberta, então ele saiu. Por pouco não percebo aquilo tarde demais, e por pouco consigo sair dali intacta.

Mad Father - Um pai psicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora