Capitulo 6 It hurts... Help...

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–Visão de Aya Drevis-

Havia um bilhete nela. Aparentando não ser nada demais, mas na verdade significava alguma coisa. Era um bilhete de código. Haviam várias anotações nele, mas aqui não é o melhor lugar para lê-lo. Eu devo procurar um lugar mais seguro, se é que ainda há algum local seguro por aqui...

Eu fui novamente até aquela porta. Ainda trancada. Claro, ela não iria abrir sozinha. E como toda porta, precisaria de uma chave, Claro, claro, claro. Nossa, Aya, você é uma gênia. Já pode morrer pra um zumbi agora...

Eu devo ter alguma maldição, porque tudo o que eu falo acontece. Quando me virei pra trás, havia uma menina zumbi me olhando. Ela estava com os olhos revirados, babando e chorando. Tinha cabelos fortemente louros e curtos, e ela sabia falar...

– Mamãe... Isso machuca... Por favor, mamãe... Ajude-me...

Já lhe disseram que quando você está muito assustado, você não consegue gritar ? Se bem que se eu gritasse, era capaz de atrair mais zumbis... A menina loira veio em minha direção, e eu não me mexi. Apenas fechei meus olhos, esperando pelo pior.

~x~

Quando abri meus olhos, tudo havia mudado. Eu estava agora no laboratório. Meu corpo estava transparente. O que raios estava acontecendo comigo ?

Como eu fui parar ali eu não sei, mas tratei de retirar minha atenção de meus pensamentos, e volta-la para o que se passava em minha frente, naquele momento. Havia uma menina loira, muito fofa, deitada em uma mesa. Ela vestia um vestido cinza, um pouco rasgado, e bem comprido. Acho que ficava comprido pelo fato da menina ser muito pequena. Não sei...

Agora que reparei, suas mãos e pés estavam amarrados a mesa. Eu continuei em meu lugar, apenas olhando. Ninguém ali podia me ver ?

– Eu quero ir pra caaasa! Eu quero ver a mamãe!–A menina loira gritada e esperneava na mesa. Estava tentando se soltar a todo custo, mas não havia força o suficiente.-

– Não se preocupe... –Maria passava uma de suas mãos pelos cabelos da criança, tentando acalma-la. Tentativa falhada. A menina não queria mesmo ficar ali. Acho que qualquer um naquela situação iria querer escapar o mais rápido possível. Não sei se sou muito inocente, mas... Como essa menina chegou aqui, se ela não queria vir ?- Eu vou levar você para ela. Quando tudo isto acabar, é claro.

– Nãaao! Eu quero ir agora! Mamãe! –A garota estava chorando. Estava desesperada. Pudera... Não sabia o que iriam fazer com ela. Ela batia com o corpo, mexia as mãos, batia com as pernas, se encolhia, se esticava...- Mamãe!

– Não se irrite. Tudo vai ficar bem. –Meu... Meu pai se aproximava dela com uma seringa. A mesma estava cheia com um líquido estranhamente vermelho.- Nós só vamos testar esta medicina. Vai machucar um pouco... Mas não muito. Você logo vai se sentir aliviada.

Meu pai injetou a seringa em uma das veias da garota. Ela gritava, chorava. Até que parou por um tempo.

– Pare... -Eu falei, mesmo sabendo que eles não poderiam me ouvir.-

A garota agora estava babando espuma, seus olhos estavam totalmente brancos, sua pele ficava azul, e seus gemidos estavam roucos. Eu não aguentava mais ver aquilo. Era uma tortura para a minha visão. A garota parou de se mexe,r mas continuava tentando chamar por sua mãe. Deveria ser a única coisa que se passava na cabeça dela, naquele momento. Eu fechei meus olhos, tampei meus ouvidos com minhas mãos, e gritei. O mais alto que podia. Eu não queria aquilo. Nem para ela, nem para mim. Não sei o que era mais torturante : Ver e não poder fazer nada, ou passar por aquilo.

~x~

Quando finalmente tomei coragem para abrir os olhos novamente, eu estava de volta a sala da arquivos. A menina zumbi estava na minha frente, me olhando.

Eu a empurrei. Sim, eu a empurrei. A empurrei e saí correndo. Eu sai da sala e me sentei no chão. Abracei meus joelhos, e comecei a chorar. Não imagino como eu reagiria no lugar dela. Perder minha mãe, eu já perdi. Mas aquela garota não tem mais ninguém perto dela. Exatamente como eu neste momento. Mas que idiota eu sou, não é ? Aquela garota deve estar sofrendo, e eu a empurro. Acho melhor eu voltar lá e me desculpar.

Enxuguei minhas lágrimas com a manga de meu vestido, respirei fundo, e finalmente tomei coragem para entrar lá de novo. Eu queria realmente me desculpar, mas a menina não estava mais lá. Havia um colar dourado, com um pingente de esmeralda. Eu me ajoelhei no chão, e fiquei ali, apenas olhando-o. O silêncio da sala de arquivos foi quebrado, finalmente...

– Collina...–Aquela voz outra vez... O que ela quer afinal ?-

Ah! Aquela mulher no quarto de minha mãe, estava procurando por sua filha. E aquela garota loira estava procurando por sua mãe. Então, basta eu trazer aquela mulher zumbi pra cá! Vou ao quarto de minha mãe agora mesmo.

Localização : Quarto de Monika Drevis

Aquela mulher não está mais aqui... A única coisa que permanece é a poça de sangue que está bem onde ela estava. Eu me aproximei. Sinto ainda uma presença aqui, mas não vejo ninguém.

Eu coloquei o colar sobre a poça de sangue, esperando que aquela mulher voltasse e visse-o.

Quando eu o coloquei, a mulher apareceu como mágica em minha frente, ela pegou o colar do chão, e começou a olha-o.

– Esse é... O colar dela... –Ela parecia feliz, ou simplesmente impressionada. O barulho da porta se abrindo retirou minha atenção dela.-

– Mamãe? –A zumbi de cabelos loiros de aproximou aos poucos.-

As duas se abraçaram. São mesmo mãe e filha, afinal de contas. Fico feliz por poder ajuda-las. Acho melhor eu ir procurar um lugar seguro pra ler aquele bilhete...

Localização : Quarto de Aya Drevis

Aqui me parece ser seguro. Para mim, e para Bola de Neve. Eu abri o bilhete devagar. Qualquer esforço e eu poderia rasgá-lo sem querer. Sou uma desastrada mesmo. Quando abri o bilhete, tentei rapidamente decifrá-lo. Mas eu não entendia aquela linguagem... O que pode significar ?

1 - Barris no primeiro andar, ao salão leste.

2 - Candelabros no salão de entrada.

3 - Bonecas vermelhas na sala das bonecas.

4 - Pinturas na sala de recepção.

– É... Um código ? –Eu parei pra pensar por um momento. O que teria um código nesta casa ?-

Mas é claro! No quarto da minha mãe, há um cofre. Eu nunca soube a senha, e nem o que havia lá dentro. Talvez, esse bilhete seja uma pista do código para destrancar o cofre. Aya, retire tudo o que você disse! Você é uma gênia!

Localização : Salão leste, primeiro andar.

Há sete barris cheios de vinho aqui. Sobre um deles, está aquele corvo novamente. Eu tentei abrir uma das portas que havia lá, mas ela estava trancada. Droga!

Bom, a outra porta estava aberta. Se eu estiver certa, esta porta irá me levar até o laboratório do meu pai! Bem, pode ser que ele esteja lá, com a... Maria.

Eu abri a porta e desci as escadas com cuidado. Meus sapatos costumam escorregar muito neste tipo de piso. Por isso, meu pai sempre estende grandes tapetes vermelhos ao redor da casa.

Eu caminhei pelo corredor, estava um pouco escuro. Eu via um estranho vulto a minha frente. Resolvi me aproximar mais para tentar indentifica-lo.

Mad Father - Um pai psicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora