Capítulo 9 Maria's Diary.

103 2 0
                                    

–Visão de Aya Drevis-

A mordida do zumbi parece não ter efeito em mim. Isso é bom. Afinal, não quero me tornar uma destas coisas. Seria como trair a honra da minha família. Eu sou a única esperança de meu pai neste momento, certo ?

Localização : Cafeteria.

Há uma enorme mesa de madeira, com quatro pequenas cadeiras, uma de cada lado da mesa. Há algo nas cortinas também, mas não tenho realmente interesse em ir lá. Se há algo importante ou não, isso eu não sei, mas se tiver, eu vou ter que vir aqui mais cedo ou mais tarde. O corvo estava sobre a mesa também, ao lado de uma pequeno e fofo vaso de flores. Não sei se já me perguntei isso antes, mas o fato é : como ele consegue voar por dentro desta mansão mais rápido que eu ? Foi uma pergunta sem lógica, porque é claro que ele vai voar mais rápido do que eu. Eu nem voo, então... Ah, eu fico queimando meus neurônios com estas coisas inúteis!

Eu andei até outra parte da cafeteria. Um cachorro zumbi estava devorando comida espalhada pelo chão. É melhor eu ficar longe. Andando lentamente e mantendo uma distância moderada, posso perceber que seus olhos são completamente vermelhos devido ao sangue, seu corpo tem várias feridas expostas, e muito sangue cobre seu pelo cinzento. Vasculhando alguns armários, encontrei óleo, e decidi leva-lo comigo. Como já cansei de falar, nestas horas tudo pode ser útil.

Há uma dobra em uma das pontas do tapete. Em momentos como este, a sua curiosidade começa a comer sua mente de um jeito estranhamente forte, e você não aguenta ver algo e não analisar. Eu caminhei até o tapete, segurei firme a ponta levantada, e a puxei levantando todo o tapete, e revelando o que estava escondido : Uma passagem. Uma porta de madeira estava posicionada no chão, de forma que o tapete a cobria perfeitamente. Teria sido mera coincidência, ou alguém realmente queria que eu levantasse este tapete, e por isso levantou uma das pontas ? Penso nisso depois. Agora, devo focar-me em mais uma vez saciar minha curiosidade, e ver o que se esconde de mim lá embaixo.

~*~

Está muito escuro aqui! Não consigo ver um palmo na frente do nariz.

Ah, claro, eu tenho um lampião!

Depois de acender o lampião, fui descendo uma escada grande de madeira. Quando finalmente cheguei ao chão, percebi que o espaço ali não era muito grande. Haviam apenas uma porta, e uma pilha de grandes barris de vinho. A porta estava trancada. Mas que coisa. Não quero gastar mais o meu tempo procurando uma pequena chave nesta mansão enorme.

Bola de Neve desceu da bolsa onde estava, e ficou passando uma de suas patinhas na parede. Eu me ajoelhei para olhar mais de perto o que ele estava fazendo. Percebi que ali, havia um buraco que levava pra dentro do quarto bloqueado pela porta trancada. Eu não poderia passar por ali, mas Bola de Neve poderia. Ele parece ter lido meus pensamentos. Entrou lá, e a única coisa que me resta a fazer, e ficar aqui, e esperar por ele.

Bola de Neve demorou menos de dois minutos. Saiu correndo de lá, parou em minha frente com algo na boca, me deu o que parecia ser um vidro com óleo de isqueiro (era o que dizia em um pequeno papel colado) e saiu correndo. Eu fui atrás dele, mas quando cheguei aonde se encontrava a escada, o lampião apagou.

Eu tentei acender inúmeras vezes, e nada. Quando finalmente já havia perdido as esperanças, resolvo tentar uma última vez. E funcionou! Não sei como.

Senti uma respiração atrás de mim. Ou era uma respiração, ou um vento ritmado. A última hipótese é impossível, mas seria a que mais me acalmaria. H-Há algum zumbi aqui embaixo ?

Eu olhei para trás, mas não havia ninguém. Deve ser minha imaginação querendo pregar uma peça em mim. Isso não está fazendo mesmo nenhum bem para a minha saúde mental. Eu enchi o isqueiro com o óleo de isqueiro rapidamente, e logo sai dali. Eu não gosto da escuridão nem um pouquinho.

Mad Father - Um pai psicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora