Capítulo 10 Chainsaw

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–Visão de Aya Drevis-

Localização : Laboratório.

Eu voltei ao laboratório, e deixei a chave do quarto de Maria em um dos bolsos de seu vestido. Eu sei que, se eu tivesse um diário, eu não iria querer que ninguém o folheasse. Isto foi o que eu fiz e, não é uma coisa muito boa de se fazer. Espero que Maria não descubra nada. Bem, o laboratório está como antes. Vários sacos com coisas estranhas dentro, as quais não tenho coragem de olhar, livros sobre assuntos nojentos, remédios em várias prateleiras e baldes de sangue até aonde a vista alcança. Acho que meu trabalho aqui acabou. Minha curiosidade agora, se volta para a estranha porta pela qual aquele vendedor saiu daqui. Parece ser uma porta mais fina que as outras, bem gasta, precisando de óleo e não tem um buraco de chave. Não faria nem um mal trancar estas coisas estranhas, mas...

Localização : Sala de "cultivação".

Nesta sala, vários corpos repousam dentro de vidros. Alguns são adoráveis, e outros, até parecem que podem se mexer a qualquer instante. Parecem estar dormindo, o que só os torna mais assustadores. Um rastro de sangue leva até o fim deste enorme corredor. Eu o segui com os olhos. O rasto levava até o corpo de meu pai.

– Papai!–Era ele mesmo. Mas não respondeu ao meu chamado. Eu resolvi me aproximar em uma velocidade moderada. O piso daqui está muito escorregadio, devido as poças de sangue. Mas quem liga ? Meu pai está, provavelmente desmaiado, e ensanguentado bem ao fim do mesmo corredor que eu.-

Eu deveria estar ficando lúcida, só pode! Da porta atrás, surgiu minha mãe. Exatamente, mas ela estava estranha. Estava pálida, brilhante, e com uma ferida no tórax, bem onde fica o coração. O sangue daquela região manchava a parte branca de seu enorme vestido. Seus cabelos, pareciam flutuar em pequenas mechas, como se vento os levasse. Mas ali não havia nenhuma corrente de ar notável o suficiente. É impossível. Surreal demais para ser verdade. Não pode ser a minha mãe... Ela está triste. Posso perceber as lágrimas inundando seus olhos. Mas não está chorando. Porém...

– M... Mamãe ? É-É você ?–Assim que me ouviu chamá-la, ela virou o rosto, e puxou meu pai pelo braço para trás da outra porta. Ela bateu a porta com força. Mas, quando ela andava, eu não ouvia passos...- Espere! Mas... Não pode ser... Aquela era realmente a minha mãe ? Não teria jeito de eu confundi-la. Aquela ERA a minha mãe. Mas porque a mamãe...? Deve ter sido a maldição.

– Você não percebeu ? –Eu reconheci aquela voz assim que a ouvi. O tal vendedor saiu de trás de uma daquelas cápsulas onde os corpos repousavam. Mas, ele havia ido na minha frente... e agora surgiu atrás de mim?- Toda esta tragédia se deve ao poder da maldição de uma mulher. –A mulher de quem ele falava... era minha mãe ?- A malícia de seu pai... Essa malícia virou uma maldição, buscando a morte de seu pai. –Malícia ? Mas meu pai não via nada nesse modo de visão. Ele amava minha mãe, e fora ela, a única que vivia conosco era Maria... Com quem mais ele teria essa malicia, senão minha mãe ? E está tudo bem com isso, porque eles eram casados. Maria não tem nada a ver com isso... não é?-

– Aquela mulher poderia ser... –Eu nunca falharia em algo assim. Aquela era mesmo minha mãe. Mas isto é loucura! Lucidez pura!-

 Então você percebeu. Sim, sua mãe. –Como ele sabia da minha mãe ? E como ele sabe como essa maldição chegou ? Ele não pode fazer parte disto tudo. Seria muita burrice você querer matar alguém, e ajudar um outro alguém a salvá-lo! Ele está esclarecendo tudo. Só não consigo entender porque...-

Mad Father - Um pai psicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora