Capítulo 5 Snowball

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–Visão de Aya Drevis-

Localização : Quarto de Aya Drevis

Aquele cara estranho finalmente de foi. Meu quarto continua calmo. Parece ser seguro aqui. Pelo menos, eu espero que seja... Eu fui em direção as minhas cômodas. Abri a segunda gaveta de cada uma. Na primeira, havia um pássaro morto, completamente ensopado de sangue. Na segunda, havia um gato morto, também com sangue. Mas haviam mais "detalhes" no corpo do gato. Pra começar, seu intestino estava saindo por um corte em sua barriga, seus olhos estavam esbugalhados e fora do lugar, e ele parecia estar vomitando um pedaço de sua própria carne. Eu fechei a gaveta, me segurando para não vomitar.

Isso não vai ser bom para a minha... saúde mental. Eu interrompi meus pensamentos, olhando Bola de Neve se mexendo em sua caminha. Ele estava brincando de agarrar suas patas traseiras, com suas patas dianteiras. Ele virava constantemente. Eu ri de sua inocência. Me aproximei calmamente para não espantá-lo. Hm, eu devo ter uma pequena bolsa aqui, do tamanho de Bola de Neve...

Eu vasculhei meu guarda-roupa, e achei uma bolsa perfeita para colocar Bola de Neve. Eu me aproximei outra vez, e fiquei apenas olhando ele. Depois de alguns segundos assim, fiz um carinho em sua barriga.

– Aqui, Bola de Neve!–Ele pulou em meu colo. Eu comecei a acariciar sua cabeça. Ele farejava minha mão, e seus bigodes me faziam cócegas.- O Bola de Neve ama o papai também, não é mesmo ?

Flashback ON

– Bola de Neeeveee! Onde você está ?– Já faziam alguns minutos, quase meia hora pra tentar ser mais exata, que Bola de Neve havia saído do alcance de minha visão. Eu admito que estava preocupada. Sua pata traseira estava machucada, e qualquer coisa poderia piorar sua dor.- O que eu devo fazer ? E sua está machucada também... Eu estou preocupada...

Ouço barulho de alguém pisando na grama, eu me levanto da sombra onde eu me sentei a pouquíssimo tempo, e caminho em direção a porta. Algo finalmente vem ao meu encontro.

– Bola de Neve! –Ele correu pra perto de mim. Eu me ajoelhei e o peguei no colo. Ele estava agitado, se revirando e farejando meu braço. Aquilo me fazia cócegas, admito. Mas como ele conseguia correr com a pata traseira machucada ? - Onde você tinha ido ? Eu fiquei tão preocupada quando você desapareceu... Eu não posso curar você se você ficar correndo por aí! – Agora que eu parei para reparar direito na ferida de Bola de Neve. Mas, não havia mas nenhuma ferida...- Espere... Sua ferida já está curada...

– Bem, ele é um coelho bem problemático. Ele abriu a porta. Ele tem algo haver com o fato da ferida de Bola de Neve... estar curada ?-

 Papai !–Ele me assustou. Quase deixei Bola de Neve cair no chão, mas consegui me controlar.-

– Aya, tente não deixar Bola de Neve fora de sua visão, tudo bem ? O coelho conseguiu fazer uma bagunça na cozinha... –Ele olhava para mim com um sorriso de canto. Acho que não estava com raiva de mim, e ainda bem. É a ultima coisa que eu desejo.-

– Desculpe... -Pode até ser que ele não esteja bravo, mas isso não deixa de ser um poucominha culpa... Um pouco.- Bola de Neve devia estar tentando pegar um pouco do que Maria está cozinhando, novamente... *suspiro* Você encontrou Bola de Neve, papai ?

– Sim, e curei sua pata nesse período de tempo. -Ele passava uma das mãos em seus cabelos. Parecia estar feliz com o que fez. Ver ele feliz, me deixava feliz. Tão feliz quanto o fato de saber que Bola de Neve estava curado.-

– Ainda bem que o papai estava por perto, não é, Bola de Neve ? -Bola de Neve estava olhando para mim. Eu entendi aquilo como uma resposta positiva. Pois o melhor quando estamos ~machucados~, é ter alguém que nos livre da nossa ~dor~.- Obrigada, papai!

– Bola de Neve é um membro da família. Deve ser tratado como todos os outros. -Ele se aproximou de mim e começou a acariciar Bola de Neve, que estava deitado em meu colo, quase dormindo. -

Flashback OFF

– Vamos salvar o papai juntos, Bola de Neve. -Ele entrou por completo dentro de minha bolsa. Parecia ser confortável pra ele. E ainda bem que ele fez isto. Não quero o meu coelho de estimação vendo aquelas ~coisas~ andando pela mansão. Pois bem, agora não estou mais sozinha.-

Eu saí de meu quarto, me dirigindo ao lado esquerdo do corredor. Cheguei perto do Salão de entrada, mas não desci as escadas que davam acesso a ele. Eu pude ouvir algo se arrastando, mas não sei se quero realmente ver o que é. Andando um pouco mais, cheguei a uma nova área da mansão. Eu tentei abrir a primeira porta, mas estava trancada! Bati um dos pés no chão, demonstrando minha raiva. Porém, eu havia me esquecido de algo.

Chave dos arquivos usada.

Localização : Sala de arquivos.

A sala de arquivos é cheia de estantes; então, eu acredito que poderei me perder aqui com facilidade, ou então não. O corvo com quem me encontrei logo depois de ver aquele vendedor de olhos vermelhos, estava lá, me observando, como se quisesse algo de mim. Vários livros estavam espalhados no chão. Eu me aproximei das estantes para tentar encontrar algo realmente útil.

Novamente, achei um livro brilhante. Este era laranja com amarelo. Suas características eram compatíveis com seu título. "O ovo flamejante."

– Ah, eu me lembro dessa história! Havia uma garota com o misterioso poder de controlar o fogo. Ela então partiu em uma jornada para achar a família da qual ela fora separada. Proclamando "queimar todos em meu caminho" ela fez exatamente isto com todos os seus inimigos.–O fato de lembrar desta história realmente me empolgava! Eu até gesticulava e fazia poses enquanto falava sozinha, me lembrando de seu enredo.- Mas, eu acho que no fim, o poder saiu do controle e ela destruiu o mundo. Ela então não achou sua família. Ela ficou totalmente sozinha.*suspiro* Uma pobre garota totalmente sozinha... Se eu perder meu pai, eu vou ficar sozinha também. E eu não quero isso... Portanto, não se preocupe, papai! Eu vou salvá-lo do que quer que seja.

Me dirigi em direção a uma porta que ficava no fim da sala. Trancada. Dei um soco na estante ao meu lado, demonstrando que minha raiva anterior, agora estava mesclada com a de agora...

Um livro caiu da estante. Mas este não brilhava. Pelo contrário, era escuro, e sem título. Eu o peguei em minhas mãos, e abri ele ao meio, fechando meus olhos. Quando os abri, fiquei impressionada com o que vi. "Dados sobre a experiência viva." era o título da página. Nela, haviam várias fotos de humanos deformados, e vários textos dos quais eu não entendia uma única palavra. Havia também algo preso na folha...

Mad Father - Um pai psicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora