Fiquei encarando o celular sem acreditar em tudo que tinha acabado de acontecer. Alex estava vindo pra cá. Encarei o violão do meu lado. Eu realmente havia cantado pra ele? O que esse homem fazia comigo? Eu simplesmente não conseguia dizer não pra ele. E agora ele estava vindo pra cá. Me xinguei mentalmente por não ter deixado a Sarah dormir aqui essa noite, ela teria me impedido de atender o telefone. Ela nunca deixaria chegar nesse estado.
Meu deus eu era uma verdadeira bagunça. Eu tinha um, bem... agora namorado incrível e eu continuava pensando no outro cara. Que por acaso era um amigo de infância dele, durante muito tempo companheiro de banda. No que eu tava me metendo?
— Alex o que você tá fazendo comigo? — tornei a perguntar dessa vez em voz alta. Ele disse pela segunda vez que estava apaixonado por mim e eu não sabia o que fazer. Talvez Sarah tivesse razão e eu estava morrendo de medo das suas semelhanças com Danny. Eu deveria ligar pra ela. Ela saberia exatamente o que eu deveria fazer. Mas por algum motivo eu queria manter essa conversa só pra mim.
Foi tão diferente, tão casual e ao mesmo tempo íntima. Eu senti que falei muita coisa, mesmo não falando nada. Eu não falei sobre meu passado com o Alex, eu não precisei. De alguma forma a gente se conectou de outro jeito e eu me sentia muito mais próxima dele agora do que do Nick. Fechei os olhos deixando seu rosto preencher minha mente. Seu lindo cabelo escuro e encaracolado caindo nos olhos, seus olhos verdes misteriosos, provocantes e intensos, os mais bonitos que já havia visto. Seu corpo... ah o seu corpo delicioso coberto de tatuagens. Eu quase sentia a sua mão sobre a minha perna agora subindo devagar, delicadamente, lançando eletricidade pelo resto do meu corpo.
Gemi. Eu não devia estar pensando nisso. Eu não deveria querer o Alex dessa maneira, eu não devia sentir ciúmes ou odiar suas ex namoradas. Isso era errado.
Eu ouvi as batidas na porta. Ele estava aqui. Ele realmente veio. Por que eu estava tão feliz? Isso não deveria estar acontecendo, eu pensava enquanto ia até a sala abrir a porta.
Ele estava realmente lindo. Apoiado no batente da porta com os braços cruzados e a sua pose despreocupada de astro do rock. Cara, eu estava tão fodida...
— Sentiu minha falta? — foi tudo o que ele disse com um sorriso de tirar o fôlego. Eu queria pular em cima dele. Mas eu não podia. Só o fato de eu saber que não podia me fazia querer ainda mais. Tentei manter a postura séria.
— O que você está fazendo aqui, Alex? Vai pra casa. Você tá bêbado, você vai se arrepender amanhã de manhã — comecei o discurso que vinha ensaiando na cabeça para quando ele chegasse aqui.
— Ok, ok, já ouvi esse discurso — ele comentou entrando no meu apartamento e ignorando tudo o que eu disse. Eu suspirei e fechei a porta. Quando virei de frente pra ele seus braços estavam cruzados e ele tava me olhando de cima a baixo. Ele sorria e apontou pra mim:
— Você tá usando a minha camiseta. — Franzi a testa. E olhei pra baixo na mesma hora. Merda, ele tinha razão. Eu estava usando a camisa que peguei do quarto dele no primeiro dia que dormimos juntos.
— Eu posso te devolver, só preciso trocar de roupa... — comecei a me dirigir pro quarto, mas ele agarrou meu pulso. Me impedindo. Eu senti meu braço tremer sob seu toque e ele soltou na mesma hora, voltando a cruzar os braços.
— Fica com ela. Eu não ligo. Prefiro que fique com você. — Ele disse por fim. Mas agora eu queria trocar de roupa de qualquer jeito porque eu só estava usando a sua camiseta e de repente eu me sentia muito pelada perto dele.
E lá estava o silêncio de novo. Nenhum de nós dois sabia o que dizer. Já era difícil o suficiente ter que me preocupar em não tocar nele e pelo jeito que ele me olhava, ele estava tentando fazer o mesmo. O que era impressionante considerando que ele estava bêbado e tudo mais.
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Alex Harris
RomanceJenny Castillo tinha apenas três regras na vida: 1. Sempre se vista como se estivesse indo à Paris. 2. Se não for prazeroso, não vale a pena. 3. Nunca, jamais, se apaixone. Ela sabia exatamente quem era, e quem não queria ser. E ela não queria s...