Capítulo 9
"Anila Tânia Bazov"
Eu sabia que o nome era familiar, Anila e a diretora Maggyebeth tem o mesmo sobrenome. Anila nunca falou sobre seu passado, sobre sua família, não sabia nem a sua idade. Eu tremi levemente, todas as informações estavam dentro daquela grande pasta vermelha com o nome dá minha amiga, e eu não tinha certeza se estava pronta para ler o que tinha ali, mas agora era tarde demais para voltar atrás. Espero que Anila me perdoe.
"Nome completo: Anila Tânia Bazov
Nome da mãe: Maggyebeth Bazov
Nome do pai: Roger BazovIdade no momento da internação: 11 anos
Data de internação: 17 de maio de 2007
Responsável pela internação: Maggyebeth Bazov
Médico responsável pela internação: Dr. Albert PatsDoenças pré diagnosticadas: nenhuma.
Motivo da internação: Paciente apresenta sinais de trauma psicológico causado por desaparecimento das colegas.
Dados do momento da internação: A paciente se encontrava rindo no momento da internação, um riso de escárnio doentiu, seu corpo tremia como se estivesse convulsionado mas seus sinais vitais estavam estáveis, a mesma estava coberta de sangue mas não foram encontrados ferimentos exceto pelo sangramento excessivo no nariz, ainda sim, a responsável alega que o sangue em seu corpo não é dela.
Diagnóstico do psiquiatra de plantão: Paciente se encontra em estado de choque e não demonstra qualquer tipo de reação a avaliação médica. Ela se manteve rindo por algumas horas após a internação e não se mostrou consciente a medicação ou aos estímulos testados pelas enfermeiras. Quando perguntado sobre o que tinha acontecido com ela naquela noite ela não respondeu, nenhuma palavra saiu de sua boca.
Conclusão: Paciente internada para observação do caso, se necessário entraremos com medicação intravenosa. Até o momento ela não apresentou qualquer reação que não fosse o riso."
Ela era só uma garotinha, não deveria ser exposta a um evento tão traumático que a faria entrar em choque. A sua sorte é que sua mãe era diretora de um hospital com a capacidade de tratar um trauma como esse. A segunda folha da sua pasta era uma investigação policial, assim como do garoto do quarto azul, eu imaginei se a segunda folha da minha pasta era o relatório policial do acidente que matou a Alisson, provavelmente sim.
"O CASO DA SAPATILHA COR DE ROSA
No final da tarde do dia 17 de maio de 2007, oito garotas, com idades entre 11 e 13 anos, chegaram ao teatro de Santa Lúcia para uma apresentação que aconteceria mais tarde naquela noite.
As garotas foram orientadas para começar os ensaios enquanto a instrutora acertava os últimos preparativos do show.
Alguns momentos mais tarde, a instrutora e o rapaz responsável pelo som que daria vida ao espetáculo, começaram a ouvir um riso que eles descreveram como "assustador" e "presságio do mal". Ao procurarem as garotas notaram que as mesmas haviam desaparecido da sala de ensaio. Foram encontrados os pertences de todas as 8 garotas mas não havia sinal delas.
As testemunhas afirmam que continuaram ouvindo a risada e que, na companhia de um dos seguranças do prédio, seguiram o som para ver sua origem. No palco foi encontrada uma das garotas, que era a responsável pelo riso assustador, reconhecida como Anila Tânia Bazov, de 11 anos.
O segurança afirma que ninguém entrou ou saiu do prédio, as câmeras de segurança comprovam sua história. Ele afirma também que a instrutora teve o instinto de correr até a criança no palco, mas que ele a impediu quando percebeu que algo estava errado. A garota estava parada, em pé, no meio do palco, rindo. Ela vestia a roupa que deveria usar na apresentação, colan e tutu cor de rosa, e usava uma única sapatilha de balé. Mas mais estranho que o riso da garota, percebeu o segurança, era o sangue. Havia sangue por todo o palco, em grande quantidade, e na roupa da garota. A mesma também apresentava um sangramento excessivo no nariz.
O segurança entrou em contato imediatamente com a central, que acionou a polícia sobre o desaparecimento de 7 garotas com idades entre 11 e 13 anos, e ainda auxiliou a instrutora a dar a notícia para os pais. A polícia fechou o prédio e a garota encontrada foi levada pela mãe. Até o momento em que deixou o prédio a garota ainda não havia parado de rir.
Após investigação foi constatado que o prédio não possuía quaisquer outras saídas, exceto as de emergência que estavam trancadas, e que nenhuma outra pessoa entrou ou saiu do prédio. Uma câmera de segurança que ficava no corredor da sala de ensaio não capturou nenhuma pessoa suspeita entrando na sala, mas filmou todas as garotas saindo correndo de dentro dela em direção ao palco. A gravação não possuía som.
Aquela foi a última imagem das meninas desaparecidas. O palco foi o único lugar do prédio onde foi encontrado sangue. Exames revelaram posteriormente exatamente oito amostras diferentes de sangue, das sete garotas desaparecidas e de Anila.
Até o momento nenhuma das garotas foi encontrada."
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Querida Alisson
Mistério / SuspenseInternada em um hospital psiquiátrico após a morte da irmã, Olivia e outros pacientes decidem investigar sua morte para descobrir se realmente foi um acidente ou se foi um assassinato. Será que a morte de Alisson realmente foi acidental ? "Escreva O...