Cap. 15

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Hava

Sabe quando você vê o seu mundo desmoronando na sua frente e não existe nada que possa fazer, pois bem e assim que estou me sentindo agora não acredito que isso está acontecendo, me recuso acreditar porque a gente nunca imagina que isso possa acontecer com os nossos.
Me encontro no UPA aqui do asfalto, minha mãe acabou sendo acertada por uma bala perdida mas que na realidade é achada mesmo, a bala está alojada perto do fêmur direito e foi um milagre terem trazido ela rápido pois o médico falou que se eles demorassem mais um pouco ela não estaria aqui devido a perca de sangue e nem quero pensar nesta possibilidade de perder a minha mãe.

Kaik: Alguma notícia dela?

Hava: nenhuma ainda, e eu tô muito preocupada com isso

Kaik: ei fica tranquila que ela vai sair dessa e você vai vê- me abraçou e era disso que eu precisava, pelo menos um pouco.

Quando percebemos já se passava da meia noite e a sala de espera estava com as pessoas que sei que poderei contar sempre, a Izzi tentando ser forte por mim mas eu conheço a minha amiga.

Izzi: nada ainda né?- neguei- que bosta mas eu sei que a tia vai sair dessa e vamos vê ela correndo atrás da gente com a vassoura.

Hava: só você mesmo pra me fazer rir, mas cada o Gustavo?

Izzi: ficou fazendo companhia pra Raquel e o Caio.

Dr. Márcio: Familiares da paciente Sara

Kaik: Somos nós, como está a nossa mãe?

Dr. Márcio: Bom a bala estava num lugar bem delicado mas conseguimos retirar, só que depois ela teve um crise convulsiva já revertemos. Pedi um exame de sangue e a Sara teve um ceteacidose diabética e isso é bem preocupante, tivemos que iniciar um hidratação mas lentamente pra não ocorrer outra convulsão. Passarei outras exames mais pra frente, agora ela está na sala vermelha em observação então infelizmente não poderei permitir a entrada de vocês, então eu peço que vão pra casa descansarem e se puderem tragam cobertor, roupas pra ela depois tenham um boa noite e não se preocupem a mãe de vocês irá ficar bem, com licença.

Kaik: Boa noite Dr.

Hava: graças a Deus

Izzi: viu amiga, agora vamos pra casa e já deixar tudo certinho pra trazer amanhã pra tia Sara.

Hava: Vamos sim.

Espero que esse momento termine logo e que eu tenha a minha mãe aqui junto conosco. Mas uma vítima de bala perdida e graças a Deus não aconteceu o pior mas até quando vamos viver assim, sem saber se teremos mais um dia de vida aqui neste lugar que chamamos de casa. Até quando pessoas inocentes vão ter que morrer pra perceberem que tem algo de errado que não está dando certo. Não quero estatísticas negativas sendo destacadas todas as semanas em noticiários, só queremos ter o direito de viver sem medo e sem receio e isso não é pedir muito.
Chegamos em casa e fui arrumar as  coisas da mãe e quando dei por mim já era quase três da manhã.

Kaik: oh doidona, vai dormi cê tá acabadinha KKK

Hava: cheio de graça, minha mãe tá de vendendo né.

Kaik: mas é sério poow, vai dormir e depois a gente acaba de ajeitar isso.

Então a gente deitou na cama da nossa mãe e ali eu pareia aquela menininha, quando as crianças me zuavam e eu chegavam em casa chorando porque ninguém queria ser meu amigo e o kaik me consolava.

Kaik: eu vou está sempre aqui por vocês- falou afagando meus cabelos e assim o sono me fez esquecer um pouco deste dia cinza.

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⏰ Última atualização: Dec 09, 2019 ⏰

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