Terceiro

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Anahí respirou fundo, observando a sala cheia de instrumentos intrigantes. Chicotes, cordas, algemas. Nada daquilo a assustava — ela já tinha vivido e visto coisas muito piores em sua jornada. No entanto, o que mais a interessava era o que se passava na mente de Alfonso. Ele se achava no controle, com suas preferências obscuras e seu charme calculado, mas mal sabia ele que era ela quem ditava o ritmo daquela dança perigosa.

— Você realmente tem gostos peculiares, Alfonso, — disse ela, levantando uma sobrancelha, esboçando um sorriso enigmático enquanto seus olhos percorriam o ambiente.

Alfonso deu um passo em direção a ela, o olhar cheio de expectativa.

— Espero que isso não te assuste. Eu quero que a gente explore isso juntos.

Anahí riu internamente. Ele não fazia ideia de que ela já estava explorando sua vulnerabilidade desde o momento em que o viu na festa.

— Vamos devagar, querido — murmurou, aproximando-se de Alfonso, passando os dedos suavemente pelo peito dele. — Ainda quero que tudo isso seja inesquecível.

Ela se aproximou mais, deixando que seus lábios roçassem os dele, mas interrompeu o beijo antes de acontecer de verdade, deixando Alfonso no suspense. Era isso que ela fazia de melhor: manter o controle, mesmo quando parecia estar se entregando.

— Me mostra mais — disse ela, com um brilho no olhar.

Alfonso, claramente intrigado com a atitude confiante de Anahí, pegou-a pela mão e guiou-a até uma parede onde estavam penduradas diversas correntes e chicotes. Mas o foco de Anahí não estava nos instrumentos. Seu plano estava em ação, e enquanto Alfonso se distraía com seus jogos, ela planejava o momento exato para agir. A bolsa, onde a arma estava cuidadosamente guardada, nunca saíra de seu alcance.

— O que você acha disso? — perguntou ele, segurando uma das correntes com um sorriso lascivo.

Anahí segurou o pulso de Alfonso e o puxou para mais perto, olhando profundamente nos olhos dele, como se estivesse completamente envolvida naquele momento. Ela deslizou as mãos pelo peito dele, se aproximando lentamente.

— Acho... que quero algo diferente — sussurrou ao ouvido dele, sua voz suave, mas com uma tensão contida.

Ela o beijou com uma intensidade calculada, enquanto ele se entregava ao prazer, Anahí planejava o próximo passo. Mas, como em todo plano arriscado, algo sempre poderia dar errado. Uma leve batida na porta interrompeu o momento, e Anahí congelou. Alfonso se afastou por um segundo, confuso.

— Quem será a essa hora? — ele murmurou.

A batida na porta trouxe uma surpresa inesperada: era Maite, a irmã de Alfonso. Ela entrou no quarto com uma expressão que misturava surpresa e desconfiança, seus olhos percorrendo rapidamente o cenário.

— Maite? — Alfonso disse, visivelmente desconcertado. — O que você está fazendo aqui?

Maite, uma mulher de presença marcante, usava um vestido preto elegante e simples, e seus olhos curiosos se fixaram em Anahí por um longo instante antes de voltar para o irmão.

— Eu devia ser a última a perguntar isso, não? O que está acontecendo aqui? — Maite questionou, sua voz afiada, mas controlada.

Anahí percebeu o desconforto no ar e rapidamente assumiu uma postura mais casual, afastando-se de Alfonso e ajeitando o vestido. A situação estava escapando de seu controle, e Maite não parecia ser uma pessoa fácil de enganar. Por mais que o plano fosse eliminar Alfonso, a chegada repentina de Maite poderia trazer complicações que Anahí não havia previsto.

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