4. Despedidas

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Fábio acordou no quarto de seus pais com um pouco de dor de cabeça e a luz do sol que entrava pela janela causou aversão em seus olhos por alguns segundos. Ao seu lado estava Flávia, que deu um sorriso e saiu correndo. Quando ela voltou segundos depois, vieram com ela seus pais, os pais de Fabio e Vitória, irmã de Flávia. Sua mãe pousou a mão na sua testa e depois beijou o seu rosto.

- Por Merlim ! Que bom que você acordou. Como está se sentindo ?

- Só com um pouco de dor de cabeça.

Ao ouvir isso, Larissa pegou um frasco com um líquido azul e misturou uma parte dele com água, oferecendo para o menino.

- Tome um pouco. Vai se sentir melhor.

A mistura que o garoto tomou tinha um leve gosto de limão e mel e estava geladinha. Ele pousou o copo no criado-mudo e tentou se levantar quando seu pai segurou seus ombros e o deitou denovo.

- Pensa que vai onde ?

- Sair. Respondeu impaciente.

- Não. Você precisa descansar meu filho.

- De noite trazemos o jantar pra você, falou Felipe.

O menino revirou os olhos mas não reclamou.

- Posso pelo menos ter uma companhia se eu não posso sair ?

-Pode. Flávia, pode fazer companhia para o Fabinho ?

Flávia assentiu e sentou ao lado do garoto e todos os outros saíram do quarto. Fábio viu que a menina estava um tanto inquieta, como se quisesse contar algo.

- O que foi ?

- Não sei se eu preciso te contar, respondeu Flávia, hesitando.

- Fala logo, Flávia !

- Tá bom... É que ontem os seus pais discutiram por sua causa.

- Por quê ?

- Porque sua mãe disse que que seu pai fez errado em chamar você pro passeio.

- Mas como ele ia saber que ia acontecer aquilo ? Fábio indagou.

- Foi isso que ele falou e depois eles fizeram as pazes. De verdade, ela ficou muito preocupada contigo.

- Eu sei... Mas pelo menos eles se entenderam.

Durante a tarde toda os garotos brincaram no quarto e conversaram. A noite trouxeram o jantar para ele e deixaram ele sair do quarto para "tomar um ar". Depois do jantar Vitória e Flávia foram perguntar pro menino o que houve.

- Mamãe falou que não é da nossa conta, mas a gente queria saber, explicou Vitória.

- Foi uma onça que nos atacou.

- Uma onça ? Se espantou Flávia.

- Foi. Ela correu atrás da gente e meus pais não conseguiram usar magia nela.

- Mas como ? Perguntou Vitória.

- Eu não sei... Ela se desviava dos feitiços muito rápido. Acho que não era normal.

- Você acha que ela foi...enfeitiçada ? Interrogou Flávia.

- Acho que sim... Mas eu consegui escapar dela.

- Mas ela quase te pegou... Como foi que você fugiu ?

- Eu usei magia. O menino disse orgulhoso.

- O que você fez ?

- Eu aparatei pra longe dela. Mas se não fosse meu pai.. O menino descartou logo aquela ideia.

- Uau... A Flávia levitou um copo antes dele quebrar. Mamãe disse que isso acontece quando nossa magia desperta. Falou Vitória, com um ar inteligente.

A conversa deixou o garoto preocupado mais tarde, antes de dormir. Será que aquela onça estava enfeitiçada ? E se estava quem lançou o feitiço ?

As suas preocupações se dissolveram durante o resto da semana. Eles comemoraram o aniversário de sua mãe no dia 22 dezembro e o natal e ano novo foram ainda melhores. Foi tudo muito alegre, os doces da festa e o próprio bolo ( feito por Larissa ), estavam muito bons e Fabio deu de presente para sua mãe um kit de jardinagem. A escolha foi certa: ela amava plantas. O ar tão fresco e puro, o sol ameno e aconchegante e aquele sítio tão convidativo distraíram Fábio e quando ele viu o período de férias já iria acabar e hora de partir para casa.

Eles acordaram cedo naquele dia para arrumar toda a bagagem e se despedir e por volta das seis já estavam prontos. Todos se abraçaram e se despediram. Já sentiam saudades. Depois de colocar a bagagem no carro, seu pai pegou uma bolsinha no bolso da calça e entregou dois pequenos globos azuis na mão de Felipe.

- Aqui está o pagamento.

- Pra quê isso Maurício ? Não precisa disso, falou Felipe, tentando devolver o dinheiro.

- Não, fique com o dinheiro. Trato é trato.

- Está bem... Se cuidem. Felipe abraçou o amigo mais uma vez e Maurício chamou Fábio que ainda estava dando um último abraço nas duas amigas.

- Tchau Flávia, tchau Vitória.

- A gente se vê em Castelobruxo. Disse Flávia sorrindo.

O menino pegou a mão de sua mãe, fechou os olhos e de mãos dadas eles aparataram de volta para casa. Não precisavam se preocupar com o carro, que seria entregue depois, da mesma forma.

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