8. Rotinas emocionantes

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Se primeiro dia em Castelobruxo começou cedo. Todos acordaram às sete da manhã com o som de despertadores seguidos pelos gritos Lucas Vásquez, o Chefe da Tribo de Protheus, que já estava vestido com o uniforme.

- Hora de acordar rapazes ! Levantando ! Lavínia tem trabalho a fazer !

Todos levantaram à contragosto, ainda usando as roupas de dormir.

Lavínia era uma Dríade mais velha, que estava de braços cruzados esperando. Ao se levantarem Lavínia começou a arrumar as camas e os meninos foram tomar banho e se arrumar para o café da manhã.

- Aos primeiranistas, eu sou Lucas Vásquez, Chefe desta tribo. Todos os primeiranistas devem estar no Domo Comum daqui a meia hora para o café e para receberem seus horários. Levem as varinhas de vocês ! Os veteranos vão comigo inspecionar a floresta e cuidar de alguns afazeres.

- Pra quê vamos levar varinhas se não temos aula hoje ? Perguntou Yuri para Fábio.

- Sei lá... Depois vamos saber.

Saindo do banho, os dos garotos se arrumaram e desceram para o Salão Tribal. De Lavínia nem havia sinal, mas as camas estavam bem arrumadas.

O Salão Tribal de Protheus era composto por mesas de estudo com poltronas reclináveis de couro verdes e pedras luminosas nas paredes com flores e cipós verdes. As janelas eram de jaspe e uma leve brisa entrava pelas que estavam entreabertas. O chão era de madeira verde escura, com tapetes felpudos da mesma cor e as paredes eram amarronzadas como uma casca de árvore. O que chamou a atenção de Fábio foi uma estante pequena que ficava em um canto. Os outros alunos desceram logo, mas Yuri e ele decidiam ficar mais um pouco.

Ele não havia reparado muito no ambiente na noite passada por causa do sono, mas naquela manhã luminosa ele distinguiu primeiro a estante que viu na noite anterior. Os livros na estante tinham cara de serem bem antigos e ele logo foi até lá, afinal de contas, o que um livro daqueles poderia conter ? E um destes tinha detalhes em ouro ! Esse foi o que ele pegou primeiro, mas ao tentar abrir o livro de couro azul ele emperrou.

- Quer ajuda ?, ofereceu Yuri.

- Não precisa... Só mais um pouco !

Ele realmente se esforçou, mas não tinha jeito. O livro não queria abrir. Então ele entregou para Yuri, mas o resultado foi o mesmo: a tranca não se moveu um milímetro. Que coisa !

- Essa coisa não abre de jeito nenhum ! Eu não entendo porquê, resmungou Yuri.

- Eu vou perguntar pra alguém. Vem comigo.

O menino pegou o livro e abordou Lucas, que estava saindo dos dormitórios naquela hora com a varinha na mão e o rosto meio franzido.

- Algum problema meninos ?, disse o chefe de Protheus, guardando a varinha.

- Sim, esse livro não abre e jeito nenhum ! Falou Fábio, mostrando o livro antigo.

Visivelmente, a expressão de preocupação no rosto de Lucas relaxou e ele guardou a varinha.

- Isto é um livro encantado, meninos. Para ler um é necessário ser digno. E você pegou o mais importante deles: este livro pertenceu ao fundador da nossa tribo ! Ele riu.

Yuri riu. - Ah... Tá explicado então. Eu não me surpreendo que você não consiga abrir. Talvez se a gente chamar o Thor ou o Capitão América...

- Ah! Vocês não deveriam estar lá embaixo ? Lembrou Lucas. ---Vamos, se apressem ou vão perder o café.

Alguns segundos mais tarde, depois de devolver o livro ao seu lugar, eles estavam descendo as escadas em direção ao Domo Comum, já que quase foram enxotados por Lucas. Quase não ! Eles foram ! Que estranha foi aquela reação do chefe de tribo.

As Crônicas de Castelobruxo - O Círculo de furorOnde histórias criam vida. Descubra agora