10. Magia, enfim !

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                        Fábio

Tive uma noite sem sonhos, ou se tive, não lembrei de nenhum quando na manhã seguinte, Lavínia acordou todos os alunos ao som de música, não aqueles acordes melodiosos e suaves mas sim com um rock pesado em um rádio e depois caiu na gargalhada quando todos nos levantamos num pulo, assustados.

"Mas que dríade mais louca", pensei. De qualquer forma, estava na hora de levantar mesmo e enquanto esfregava meus olhos, fui caminhando vagarosamente para tomar banho, meus cabelos enrolados rebeldes como sempre. Depois de tomar banho, me vesti em um dos vestiários no banheiro com o uniforme que havia trazido. Eu esava muito empolgado com o primeiro dia de aula, pronto para aprender a ser um mago de verdade. Aprender aquele feitiço ontem me animou bastante e me deu vontade de aprender mais e mais feitiços. Como não havia trazido um espelho, emprestei o do Yuri para ajeitar a minha juba, digo, meus cabelos. Cabelo cacheado dá um trabalho! Mas com um pouco de creme de pentear, óleo de coco e umas remexidas nos cachos, logo estava pronto... Eu gosto dos meus cabelos, apesar de ninguém na família ter cabelos cacheados, o que era meio estranho. Deixei de pensar nisso e desci com Yuri até o Salão Comum para a refeição matinal, onde nos servimos (ou melhor pedimos, já que a comida se materializava "do nada" nos nossos pratos) de geleia, fatias de bolo e suco de maça e se sentaram, deixando as mochilas no chão.

Minutos depois chegaram as meninas e Vitória... Allan, depois de ter chegado e se servido, também se sentou ao nosso lado, os cabelos bagunçados mas de alguma forma sem afetar seu visual. Allan era do tipo de pessoa que já nascia abençoado por alguma divindade com uma boa aparência. Ele quebrou logo o silêncio ao ver Vitória.

— Olha só a princesa Vitória! E os novos amigos? A voz de Allan estava carregada de sarcasmo.
Todos paramos de comer na mesma hora, fitando os dois.

— Vocês também são meus amigos gente, limitou-se a dizer Vitória.

— Hum.... E por que nem falou com a gente direito ontem? Perguntou Allan.

— Tá esnobe... Completou Yuri, os olhos puxados se estreitando.

— Ah, Yuri  que nada! E Allan, eu quase não me afastei de vocês ontem.

— Ah, tá. Anna disse.

Eu iria comentar neste exato momento se o humor da Anna havia melhorado, mas antes de dizer algo ela lançou um olhar gelado para mim  e Yuri que devia significar algo como "sem papo", então preferi ficar de boca fechada. Enquanto ainda estávamos no café da manhã, araras sobrevoaram o Salão Comum, trazendo cartões nas patas e os deixavam cair no colo dos primeiranistas, inclusive meu grupo, onde eles se expandiram, transformando-se em pequenos livros de couro.

— Que é isso? Perguntou Allan.

Eu abri o meu e li no verso da capa:

— Diário de descobertas... Ah... Igual aqueles que tem no salão tribal Flávia.

— Eles servem para que a gente anote o que descobrir ou criar. Um clube, uma poção ou uma nova criatura. É Bem legal, nossa chefe de tribo nos disse ontem, falou Allan.

Anna pegou sua mochila, colocou o livro dentro e consultou seu horário, parti do sem falar com ninguém.

— Já era pra você ter pedido desculpas pra ela Yuri.

— Mas eu já pedi ! Ontem mesmo eu falei com ela...

— Seja mais convincente, disse Flávia.

— Se não tivesse feito besteira ontem...

— Parou aí Allan. Tá meio cedo pra isso. Por falar nisso temos que ir pra aula, falei, consultando meu horário. A primeira aula era de feitiços.

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⏰ Última atualização: Sep 16, 2020 ⏰

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As Crônicas de Castelobruxo - O Círculo de furorOnde histórias criam vida. Descubra agora