-Sabe uma coisa que ainda não se encaixa nessa história toda? - Josh perguntou enquanto empurrava o carrinho com as nossas malas pelo saguão do aeroporto californiano.
-O que?
-Aquela chave que encontramos no escritório do seu pai. Ela não era do diário, certo?
-Não, eu tive que forçar o cadeado.
-Então...
-Você tem razão, mas acho que ela pode ter alguma relação com o que viemos fazer aqui, então trouxe-a na mala.
-Espero que você esteja certa.
Passamos alguns minutos em silêncio, pelo menos até finalmente sairmos do local e chamarmos um táxi.
-Vamos para o hotel primeiro ou já vamos direto para o endereço que descobrimos? - Perguntei, tentando me aliviar um pouco do grande calor que fazia.
-Vamos para o hotel, não aguento mais ficar com essa calça jeans.
-Ok.
Colocamos nossas malas no porta-malas do automóvel e entregamos um pequeno papel com o endereço do lugar onde ficaríamos hospedados.
Tudo o que fizemos nos próximos trinta minutos fora observar a paisagem da Costa Oeste do país pelas pequenas janelas do carro.
(...)
Do lado de fora, o lugar tinha uma coloração creme com o seu nome escrito por grandes letras pretas.
Por dentro, tudo era muito sofisticado e tecnológico, com vários funcionários e uma decoração linda.-Josh, de onde você tirou tanto dinheiro para reservar um quarto em um lugar como esse?
-Digamos que existe uma possibilidade de eu ter forjado uma barraca de ponche em três bailes de formatura seguidos.
-Fala sério?
-Vender cada copo por dois dólares e dizer que todo o dinheiro serviria para a reforma do colégio acabou me ajudando bastante.
-E eu pensando que você era um cara honesto e inocente...
-Todo ser humano faz algo um tanto ilegal pelo menos uma vez na vida, está bem? E eu queria o novo PlayStation!
O tom de indignação na voz dele me fez gargalhar alto, o que levou à recepcionista que estava em nossa frente dirigir toda a sua atenção à nós:
-Boa tarde, posso ajudá-los?
-Claro, a gente quer a chave para o nosso quarto.
-Nosso? - Perguntei em tom de sussurro.
-Barracas de ponche não dão dinheiro suficiente para dois quartos, desculpe.
-Entendi.
-Qual o seu nome, senhor?
-Joshua Melbourne.
-Ok... Suíte 305, aqui está. Boa estadia, senhor e senhora Melbourne.
Quando percebi, eu e Josh já estávamos corados com a frase da mulher.
Por isso, Melbourne tratou de pegar a chave das mãos dela o mais rápido possível, me arrastando pelo pulso até o interior de um dos elevadores.-Parece que somos um casal agora. - Eu disse, tentando constranger ainda mais o garoto ao meu lado. Não estava entendendo o porquê dele estar tão vermelho e sem graça.
-Segundo a recepcionista, somos mesmo.
Continuamos andando pelo quarto andar do hotel, reparando nos pequenos detalhes.
Ao chegar no nosso quarto, fomos mais uma vez surpreendidos.-Acho que não só segundo a recepcionista...
O cômodo só possuía uma cama de casal, com uma bela bandeja cheia de pequenas torradas com geleia e uma carta dizendo "felicidades ao casal!".
-Então eles acham que somos recém-casados?
-Provavelmente.
-Olha, se você quiser eu posso dormir no chão.
-Claro que não, Joshua! A não ser que você veja algum problema em dormirmos na mesma cama por alguns dias...
-N-não, nenhum problema, é que...
O tom vermelho que suas bochechas foram lentamente adquirindo novamente me fez gargalhar ainda mais alto.
-Não precisa se explicar, Josh. Apenas vá colocar uma roupa mais fresca enquanto eu como algumas torradas, ok?
-Ótima ideia.
Ainda sem graça, ele seguiu até o banheiro da suíte com uma de suas malas na mão.
(...)
-Para onde você acha que esse endereço irá nos levar, Pattie?
-Boa pergunta. Pode ser uma empresa, uma loja, qualquer coisa!
Aos poucos o automóvel foi parando em frente ao lugar que tanto procurávamos.
Saímos do táxi rapidamente e completamente confusos, já que o endereço nos levara até uma... Agência dos correios?-Pattie, você tem certeza que estamos no lugar certo?
-Sim, conferi umas três vezes.
-Parece que poderia ser qualquer coisa mesmo... Vamos entrar?
-Vamos.
Entramos com rapidez naquele local, logo sendo atingidos pela refrescante brisa do ar condicionado.
Lá dentro, tudo o que tinha eram pequenas caixas para as cartas, todas numeradas e trancadas por grandes cadeados.-Qual será que é a certa?
-Espere, tem dois números escritos no papel do endereço, certo?
-Sim.
-Se o número 52 se refere à agência...
-O número 97 se refere à caixa certa! Josh, essa sua faculdade de psicologia forense está te fazendo muito bem.
O garoto apenas sorriu para mim e foi olhando para todas as caixas, até finalmente encontrar a certa.
-Aqui!
Andei até onde ele estava e, com facilidade, destranquei o pequeno cubículo.
De lá dentro, tudo o que tirei fora várias cartas, todas escritas por meu pai.-Temos um novo endereço.
-Posso ver o nome da rua?
-Claro.
Entreguei um dos envelopes para o garoto, que em questão de segundos descobriu algo que nos ajudaria bastante.
-Eu conheço essa rua!
-Sério? Onde fica?
-Há uns dois quarteirões daqui. Se você estiver disposta a andar, não precisamos nem pegar táxi.
-Claro que estou disposta, vamos logo!
Peguei Josh pelo pulso esquerdo e saí correndo pelas ruas daquela cidade, ainda com todos os envelopes em minha mão.
Quando chegamos no segundo endereço, fiquei ainda mais confusa.
O local se tratava de uma grande casa, pintada nas cores azul e branca e com vários brinquedos no jardim da frente.-Josh, tem certeza que estamos na rua certa?
-Tenho, absoluta.
-Você acha que eu devo ir bater na porta?
-Acho que sim.
Respirei fundo e, após reunir a coragem necessária, fui até a porta da frente de casa.
Levemente, bati no objeto à minha frente.
Logo uma mulher com longos cabelos loiros e olhos verdes me atendeu, sua expressão estava mais surpresa que a minha.-Oi, meu nome é...
-Patrice? O que está fazendo aqui?
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Miss Jackson - Madness
Teen FictionVocê acha que eu sou psicopata, você acha que eu fui embora para sempre, Melhor dizer ao psiquiatra que algo está errado. Insana, completamente doida, Você gosta mais quando estou fora de mim mesma. Espere, deixe-me te contar um segredo: eu estou a...