Miss Jackson - Madness

Capítulo 10

Seria impossível utilizar alguma palavra para descrever o quão rápido saímos daquela delegacia.

Corremos um pouco pela calçada, até percebermos como estávamos sendo idiotas.
Não tínhamos ideia de onde Madison estava, então pra quê tanto desespero?

-Josh, para. Isso não vai nos ajudar em nada! - Eu disse, tentando controlar a minha respiração descompassada. O garoto ao meu lado parecia estar tentando fazer o mesmo.

-O que podemos fazer, então? Ela não te deu nenhuma pista de onde está com Daniel?

-Não, ela apenas me disse que estava com a minha pequena preciosidade e... Droga! Por que essa mulher faz isso com as pessoas? Qual a diversão em ver as outras pessoas sofrerem por sua causa?

Eu já estava beirando as lágrimas. As minhas mãos tremiam, a minha cabeça doía e eu não tinha a mínima ideia do que fazer.

Daniel era apenas uma criança; se ela tinha algo contra mim, não seria sequestrando o meu meio-irmão que ela conseguiria a sua vingança.

-Pattie, calma, respira. Eu sei como você deve de estar se sentindo agora, acredite, eu estou do mesmo jeito; mas nós precisamos pensar juntos, está bem? Não podemos deixar que o desespero tome conta da gente.

Respirei fundo, tentando me tranquilizar com as palavras de Josh. Ele, por sua vez, apenas continuou falando:

-Isso, muito bem. Agora faça o seguinte: pegue o seu celular e mande uma mensagem para a Madison, perguntando aonde ela está e o que quer para liberar Daniel.

Ainda abalada, segui os conselhos do garoto.

Com calma, toquei tecla por tecla, até finalmente digitar o texto que queria:

"Aonde você está e quanto quer para deixá-lo livre? Ele é apenas uma criança, não seja tão baixa, Madison."

E, em questão de curtos minutos, recebemos a nossa tão esperada resposta:

"Ei, garota má, você sabe que eu não gosto que me desrespeite.
Aliás, não pense que será tão fácil me fazer largar desse pequeno. Ele fica tão fofo comendo esse delicioso bolo de chocolate, nem parece uma criança chata..."

-Bolo? Essa mulher só pode estar louca! O que um pedaço de bolo tem a ver com toda essa situação? - Melbourne perguntou, lendo a mensagem junto comigo.

-Eu não sei, eu...

De repente, uma luz clareou a minha mente. Era tão óbvio!

-Já sei!

-O que?

-Eu lembro que a minha mãe era viciada naqueles mini bolinhos de chocolate da marca Aunt Jane, lembra?

-Como não lembrar, eu só comia isso quando era pequeno! Mas a marca não existe mais, não é mesmo?

-Não, os direitos do nome foram vendidos e as fábricas fechadas.

-Tá, mas o que isso tem a ver com essa situação?

-O fato é que a sede da empresa ficava aqui na Califórnia! E, por ser um lugar abandonado, seria um cenário perfeito para todo esse showzinho de Madison.

-E você sabe o endereço?

-Bem, segundo o Google, o lugar é a exatamente... Cinco quilômetros daqui.

Sem perdermos mais tempo, entramos no primeiro táxi que conseguimos parar e seguimos até o local abandonado.

-Vocês têm certeza que este é o endereço certo? - O motorista nos perguntou ao chegarmos lá, claramente desconfiado. Afinal não era todo o dia que ele levava dois adolescentes para aquele canto remoto da cidade.

-Sim, muito obrigado.

Descemos do automóvel e nos dirigimos até a entrada daquele lugar.

Os vidros das janelas estavam estourados por pedras, muitas plantas cercavam a entrada para a fábrica e a construção mostrava muitos sinais de ferrugem.

-Vamos entrar juntos nisso, Pattie, e não adianta reclamar.

Revirei os olhos e segui andando a frente de Josh, observando cada detalhe e procurando por algum indício de Madison.

-Você está vendo algo?

-Não, eu...

Joshua foi interrompido por risadas de criança vindas do fundo do local.
Nos encaramos, tentando decidir o que fazer.

-Eu vou com você.

-Não, Joshua, não vai adiantar. Sei que ela só irá falar comigo.

-É perigoso.

-Você pode ficar aqui e ligar para a polícia. Eu vou ficar bem, nós nos entendemos muito bem.

Por fim, respirei fundo e fui em direção até onde as risadas estavam sendo emitidas.

Ao chegar em uma das antigas salas de estoque da fábrica, pude ver a cena mais estranha de minha vida: Daniel estava sentado no chão, comendo um pedaço de bolo, enquanto Madison o admirava com uma expressão que transbordava loucura.

Quando ela percebeu que eu estava ali, sorriu cinicamente e, depois de se colocar em pé, disse:

-Finalmente, minha querida. Pensei que demoraria menos para chegar até nós.

-Pare de conversa afiada, Madison. Deixe Daniel ir!

-É o que você quer?

-Sim. Ele não tem nada a ver com a gente ou com a nossa briga, é apenas uma criança, pelo amor!

-Tudo bem, não precisa se exaltar, eu irei deixá-lo ir.

-Assim? Tão fácil?

-Meu objetivo nunca foi machucá-lo, de jeito nenhum. Eu só queria chamar a sua atenção.

Incrédula, apenas fiquei olhando para os dois enquanto Madison falava com o garoto e o convencia a ir até a parte da frente do local, onde ficaria com Joshua.

Assim que o garotinho saiu correndo pela porta, pude respirar mais aliviada. A mulher, então, disse:

-Feliz agora?

-Um pouco. Mas ficarei mais ainda quando te ver atrás das grades.

E, como se tivesse sido algo programado, logo sirenes de viaturas policiais invadiram aquele local remoto.

-Não acredito que você trouxe policiais para cá!

-Mas é claro, não posso deixá-la escapar novamente.

-Oh, Pattie, eu estava disposta a ser um pouco mais tolerante...

A cada palavra ela se aproximava mais, com as mãos na cintura e o olhar fixado em mim.

-Mas percebi que você não irá facilitar isso...

Dessa vez, com agilidade, ela retirou um revólver de seu bolso e o mirou em minha cabeça.

Eu apenas engoli em seco.

Madison, por sua vez, continuou com o seu olhar louco e, com a bala pronta para ser atirada, disse:

-Está pronta para conhecer a fúria Jackson?

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