Knowing best

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Sofia

- Bom dia, flor do dia! - puxo as cortinas do quarto de Melissa e ouço seu resmungo.

- Droga, Sofia, vai dormir - ela diz puxando o cobertor. - Você não deveria estar de ressaca?

- Eu só bebi dois copos, estou muito bem, obrigada - rio e vou até ela puxando o cobertor de cima dela. - Agora vai tomar banho que o seu café já está pronto.

- Eu odeio a sua animação de manhã - ela boceja se sentando na cama.

- E eu amo o seu humor, agora vai logo que temos um dia cheio.

- Dia cheio por que?

- Porque nós vamos passar a tarde toda no shopping comprando o necessário para decorar o resto do apartamento e depois ainda temos que ir no mercado.

- Não podemos fazer isso amanhã, não? Eu estou cansada... E além do mais eu já tinha combinado de almoçar com o Erick.

- Erick? O garoto que você ficou ontem? Já estão marcando de almoçar juntos, é? - ri.

Ela revira os olhos enquanto levanta. - Ele me convidou e depois vai me levar pra conhecer a cidade.

- Parece que alguém se encantou por um cubano... - rio e recebo um travesseiro na cara. - Ei! - digo rindo e jogo o travesseiro nela. - Como eu sou uma ótima amiga irei deixar as compras da decoração para amanhã.

- Muito obrigada! - ela beija minha bochecha. - Mas você vai no mercado né?

- Vou, por falar nisso, enquanto você se produz para o seu almoço, eu vou fazer uma lista do que precisamos.

- Então vai logo porque você vai me ajudar a escolher uma roupa - ela diz entrando no banheiro em seguida. Respondo com um "ok" e desço para preparar a lista de compras.

Depois de ajudar Melissa, fico com ela até Erick chegar, nós não conversamos muito mas ele parecia ser bem legal e era muito lindo por sinal.

Desejo um bom encontro para eles e sigo meu caminho para o mercado que não era tão longe dali.

Chegando lá pego um carrinho e já começo a pegar algumas coisas que estavam nos primeiros corredores.

- Sofia? É você?

Ouço uma voz conhecida atrás de mim e me viro para reconhecer o rosto.

- Eu conheço você...? - pergunto ainda meio confusa, o rosto e a voz eram conhecidos, mas eu não me lembrava do nome.

- Primeiro você recusa passar uma noite comigo, depois não me passa o número do seu telefone e agora esquece meu nome?

Lembranças da noite passada vem a minha mente, eu não fiquei bêbada mas eu era péssima em me lembrar das coisas, eu poderia dizer que minha memória era de peixe mas eu conseguia me lembrar do que era importante.

- Sou o Chris, gatinha - ele se aproxima e eu solto um "ah" baixo.

- Me desculpa, Chris, eu sou péssima em lembrar nomes.

- Pensei que meu nome você lembraria, já que você disse que eu beijava muito bem - deu ênfase no "muito".

- O fato de você beijar bem não me obriga a lembrar seu nome - rio e continuo pondo algumas coisas dentro do carrinho.

- Ouch - ele coloca a mão no peito. - Essa doeu.

- Você é bem dramático, né? - olho pra ele e solto uma risada.

- Só não estou acostumado a ser esquecido - ele ri.

- Então você está acostumado a nunca levar um fora e sempre ser lembrado pelo seu beijo?

- Digamos que ninguém nunca reclamou... - ele deu de ombros e nós rimos.

- Você é bastante convencido.

- E você é bastante difícil - ele fica na frente do carrinho e apoia as mãos no mesmo. - Mas já que estamos aqui conversando, você bem que poderia me dar seu número ein...

- Por que é tão importante pra você que eu dê meu número? Só pra alimentar seu ego de macho alfa e poder olhar pra sua lista telefônica e falar "essa eu também peguei"?

- Vai com calma aí, gatinha, eu gosto de manter uma amizade com as garotas que eu pego...

- Conheço caras como você, Christopher.

- Ok, ok, já entendi - ele levanta os braços em forma de rendição. - Me deixa pelo menos te acompanhar nas compras? Prometo que vai ser sem gracinha, não vou mais insistir em pedir seu número e muito menos falar sobre a noite passada.

Fico uns segundos olhando para ele e me dou por vencida, ouço uma pequena comemoração da parte dele e reviro os olhos rindo baixo.

Passamos literalmente quase a tarde toda apenas no mercado conversando e nos conhecendo melhor. Apesar de eu ter acabado minhas compras, ajudo Chris nas compras dele, de dez alimentos ele só sabia o nome de quatro.

- Chris, isso é espinafre e não cheiro verde - rio da careta que ele faz.

- Pra mim é tudo a mesma coisa - ele dá de ombros colocando ambos dentro do carrinho.

- Você nunca fez compras não?

- Quando eu morava com a minha mãe ou era ela quem fazia ou minha vó, depois que eu me mudei pra cá quem costuma fazer as compras lá pra casa é o nosso amigo Zabdiel.

- Então espera aí, ao invés de você e o Erick fazerem as compras quem faz é o amigo de vocês que nem morar lá mora? Meu Deus, Vélez.

- Ele é melhor nisso do que a gente então... - ele ri. - Mas hoje ele deixou a gente na mão e eu tive que vim.

- Que bom que ele fez isso, agora você já sabe pelo menos identificar alguns alimentos - nós rimos.

- Em minha defesa, quando está pronto fica tudo a mesma cara.

Rio balançando a cabeça. - Já comprou tudo?

- Sim! Agora é só ir lá pagar e sairmos daqui.

- Ótimo - digo e seguimos para o caixa.

Saímos do mercado e eu o acompanho até seu carro.

- Vou te dar uma carona - ele diz enquanto abria o porta malas.

- Não precisa, meu prédio não fica tão longe assim - digo.

Eu não queria incomodar e meu prédio realmente não ficava tão longe.

- Você está cheia de sacolas, entra aí, vai ser ótimo conversar mais um pouco com você, vai que eu consigo arrancar de você alguma receita pra tentar cozinhar hoje? - ele ri pegando minhas sacolas guardando dentro do carro.

- Já te falei que você só irá cozinhar depois que conseguir fazer uma pipoca sem deixá-la queimar - rio entrando no carro.

- Droga, não deveria ter te contado a história da pipoca - nós rimos.

- Era pipoca de microondas, Chris, como você conseguiu queimar ela?

- Fenômenos da natureza - ele fala e eu solto uma gargalhada.

Passamos o resto do caminho até meu prédio conversando. Ele era bem legal quando não tentava dar em cima de mim ou se convencia de que era a última bolacha do pacote.

Confesso que talvez tenha tido uma impressão errada sobre ele no início, ok, em alguns aspectos ele era igual aos caras que eu já conheci, mas em outros ele era diferente.

Ele conseguia manter uma conversa e era muito difícil não soltar uma risada a cada minuto perto dele, primeiro porque sua risada era contagiante e segundo porque ele era uma criança num corpo de um cara de 24 anos.

Two WaysOnde histórias criam vida. Descubra agora