(ouçam Neck do SoMo quando forem ler o hot)
- Richard, me solta!
Ouvi Sofia gritar e se debater ao meu lado pelo o que julguei ser a décima vez em menos de cinco minutos, na tentativa falha de se livrar dos meus braços.
Inferno de garota!
Não ia desistir nunca, não?
- Quer parar de fazer cena? - a encarei impaciente. - Eu não vou te soltar!
- Você está tão morto, Richard. Você não tem noção do quanto, porque eu vou te matar! - ela grunhiu, agora me estapeando.
Revirei os olhos, decidindo ignorar as ameaças, o tom furioso em sua voz e os vários tapas distribuídos por meus braços e peito.
Todo aquele surto de histeria não me afetava em nada.
Sabia que não devia estar cutucando a onça com vara curta, porque com certeza as coisas não acabariam bem pro meu lado. Mas quer saber? Que se foda também! Minha noite já estava uma merda mesmo, não tinha como ficar pior.
Se ela estava brava comigo, eu estava mais puto ainda com ela.
Pelo menos nisso, estávamos quites.
Continuei andando, tratando de desviar da multidão de corpos amontoados um no outro pelo caminho. Estava tentando chegar ao lado de fora da balada, mas parecia uma missão impossível. Quanto mais eu tentava me aproximar da saída, mais longo o percurso aparentava ficar...
Bufei com raiva, me controlando ao máximo pra não sair xingando todo mundo que estava na minha frente.
Mas que porra de lugar lotado do caralho.
Parecia que Miami inteira tinha resolvido vim aqui hoje.
Será possível que ninguém tinha nada melhor e mais produtivo pra fazer da vida num final de noite de sábado, ao invés de estar bebendo, dançando e se esfregando uns nos outros numa balada insuportável de tão cheia?
Pelo amor de Deus!
Depois de muitos esbarrões e alguns solavancos, finalmente consegui chegar onde queria. Suspirei com alívio, vendo que, assim como eu imaginava, a movimentação do lado de fora do estabelecimento era mínima. Como já estava tarde, quase não tinha veículos circulando pela rua e as únicas poucas pessoas que ainda se encontravam por ali faziam fila pra entrar na balada. Sem falar na chuva que ameaçava cair forte a qualquer momento. Nenhuma alma viva em sã consciência queria ficar pra ver acontecer, obviamente.
E eu estava agradecendo aos céus por isso.
Levei Sofia até o outro lado da rua, onde meu carro estava estacionado. Ela continuava se debatendo e me xingando, tentando a todo custo se livrar da minha mão em seu braço. Até que finalmente conseguiu, se afastando alguns centímetros de mim em um piscar de olhos.
- Sofia...
Antes que eu pudesse pensar em fazer qualquer coisa, ela me pegou de surpresa ao vim pra cima de mim, me empurrando várias vezes seguidas até que me corpo se chocasse contra a lataria do carro.
Como uma pessoa tão pequena podia ser tão forte?
- Seu idiota! - gritou, me encarando furiosa. - Quem você pensa que é pra sair me arrastando de um lado pro outro desse jeito, como se eu fosse sua cadelinha e você meu dono? Eu não te dei esse direito, Richard!
- Já vai começar com esse showzinho de novo? - cruzei os braços.
- Foi você quem começou, agora eu vou terminar. Então me escuta bem, Richard... - seu indicador parou bem próximo ao meu rosto. - Essa é a primeira e a última vez que você faz isso, entendeu? A primeira e a última - reforçou. - Eu não sei com que tipo de garota você está acostumado a lidar, mas eu não sou como elas. Repetindo, eu não te dei esse direito. Eu não te dei direito nenhum!
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Two Ways
RomanceSofia uma aspirante dançarina que se muda com sua melhor amiga para Miami com um único objetivo, vencerem o concurso anual de dança. O que Sofia não esperava era que seu mundo viraria de cabeça pra baixo ao conhecer Christopher Vélez e Richard Camac...