The same feeling

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Os ensaios estavam ficando mais intensos conforme os dias iam passando.

Nesse sábado já seria a primeira eliminação e confesso que mesmo tentando ao máximo não pensar nisso, o nervosismo ainda tomava conta de mim.

Desvio os pensamentos de minha cabeça e bebo um pouco da minha água, precisava encontrar Mel pra irmos logo pra casa, ainda tínhamos um dia de trabalho pela frente.

- Morena... - Richard sussurra no meu ouvido por trás e eu viro de frente pra ele imediatamente.

- Vem cá, me conta que fetiche é esse que você tem em chegar por trás - rio.

- É que eu gosto de ver você arrepiada pelo som da minha voz sussurrando bem baixinho no pé do seu ouvido... - se aproxima um pouco.

- Você não presta, Camacho - me aproximo um pouco.

- Você gosta, Carter - pisca e ri. - Vim confirmar a nossa saída hoje.

- Estarei te aguardando na porta do meu prédio às 19 horas.

- Ótimo - sorriu. - Te vejo mais tarde então, vou indo agora pra começar a me arrumar.

- Uma hora dessas? - rio. - Ainda tá muito cedo.

- Não quero correr o risco de ficar mal vestido no nosso primeiro encontro, - riu. - se bem que nem se eu tentasse eu conseguiria ficar mal vestido então - deu de ombros rindo.

- Você é muito convencido.

- Eu sou realista, meu amor - piscou e saiu junto com seu irmão que já o esperava na porta.

Balanço a cabeça e rio baixo me virando dando de cara com Melissa com um sorriso malicioso no rosto.

- O que foi agora, Mel?

- Tava pensando que você poderia trocar seu nome para "Dona Flor e seus dois maridos", combina muito mais com você - solta uma gargalhada e eu dou um tapa fraco em seu braço.

- Eu já disse pra você parar com isso de triângulo amoroso, eles são apenas meus amigos.

- Sofia, quem você pensa que engana, minha filha? Até outro dia desses você não suportava nem a ideia de rever eles de novo e agora você já beijou, já transou e está indo em encontros com eles.

- Não são encontros, ok? E as pessoas mudam uai, aliás, foi a senhorita mesmo que me incentivou a dar uma chance de conhecer eles melhor e ser menos durona, então a culpa é toda sua - pego minha mochila e saio junto com ela.

- Eu disse que vocês deveriam se conhecer melhor, eu não falei pra você se apaixonar pelos dois.

- Quem é que está apaixonada aqui? Só se for você pelo Joel.

- E eu estou mesmo, meu namorado lindo, maravilhoso, cheiroso com um total de zero defeitos.

- Viu? Você é a única apaixonada nessa história toda, eu estou muito bem.

- Aham... Agora tenta dizer isso repetidas vezes pra si mesma em frente ao espelho pra ver se você acredita.

Apenas balanço a cabeça sem argumentar nada, aliás, tudo o que eu dissesse não iria adiantar de nada já que essa ideia estava fixa na cabeça dela.

Eu não estava apaixonada. Sim, eu havia ficado feliz quando eles me chamaram pra sair, e sim, eles são pessoas incríveis que me faziam rir a cada minuto, mas eu não estava me apaixonando por eles.

E eu não ia me apaixonar por eles.

...

O dia havia passado rápido, ou pelo menos eu que não notei as horas passando, quando vi já estava em casa me arrumando pra sair com Richard.

Ele chegou pontualmente -o que confesso que me surpreendeu um pouco-, e estava lindo, o que não era uma surpresa.

Fomos o caminho todo conversando, chegamos na pizzaria, fizemos nossos pedidos e continuamos a conversar animadamente, falávamos sobre absolutamente tudo.

A mesma coisa de quando saí com Chris, tivemos espaço para falarmos sobre diversas coisas e isso realmente era algo que me encantava.

- Então, muito nervosa para sábado? - disse dando uma garfada em sua pizza.

- Demais, - suspiro. - tento não pensar nisso mas a cada dia que passa o nervosismo aumenta mais.

- Relaxa, tenho certeza que você vai se sair muito bem, você e a Mel são ótimas dançarinas, as melhores de lá.

- A Mel realmente é uma dançarina e tanto e eu sou boa.

- Não, você não é boa, você é incrível na dança, aliás, não só na dança, você é incrível em tudo... - diz me olhando fixamente desvio o olhar e solto um riso baixo sorrindo.

Eu estava vermelha, definitivamente não sabia como reagir a elogios.

- Eu agradeço, você e o seu irmão eu acho que nem preciso falar né? Vocês arrebentam - rio.

- Tá no sangue - piscou e riu. - Apenas dê o seu melhor.

- Eu irei.

Ele sorri e continuamos a conversar, ficamos até umas 22 horas na pizzaria, depois de comermos a pizza ele quis pedir uma sobremesa e bom, quem é que resiste a um chocolate?

Terminamos de comer e seguimos para o meu prédio, apesar de não querer que a noite acabasse, amanhã ainda era quarta feira e eu precisava descansar.

- Chegamos - ele estaciona em frente a portaria. - Está entregue sã e salva - riu.

Ri tirando o cinto. - Obrigada pela carona e pela noite de hoje, eu me diverti bastante.

Ele sorri colocando uma mecha do meu cabelo pra trás da minha orelha. - Obrigado você por ter aceitado... Foi ótimo conhecer um pouco mais de você.

- Foi ótimo conhecer mais um pouco sobre Richard Camacho - nós rimos.

- Mas pra noite ser encerrada com chave de ouro ainda falta acontecer uma coisinha... - se aproxima.

Me aproximo um pouco dele. - E que coisinha seria essa...?

- Isso aqui - numa coisa de segundos Richard toma meus lábios num beijo calmo e quente, sua mão agarra meu cabelo de leve fazendo carinho e minha mão vai parar em seu pescoço o arranhando de leve.

Ele me puxa pela cintura me fazendo sentar em seu colo e eu permito passar minha mão pelo seu peito.

Nossas línguas travavam uma batalha, eu não queria acabar com aquele beijo, eu ansiava por mais e mais.

Continuamos a nos beijar e ficava intenso cada vez mais até que -infelizmente- o ar veio a nos faltar e tivemos que encerrar o beijo.

- Você tem certeza que quer sair desse carro e entrar no seu prédio?

Rio baixo, ele não sossegava.

- Por mais que seja tentadora a ideia de pedir pra você me levar pra sua casa, eu preciso descansar, meu corpo nesse momento só deseja o meu colchão - pisco e saio de seu colo prendendo meu cabelo num coque em seguida.

- Não acredito que perdi pra um colchão - resmungou.

- Pois é, nesse momento ele vai ser mais útil que você - rio e ele me olha indignado. - Te vejo amanhã no concurso, Camacho - abro a porta do carro saindo.

- Até amanhã, Carter - ele pisca e dá partida no carro.

Suspiro entrando em meu prédio.

Como é possível sentir as mesmas sensações com duas pessoas ao mesmo tempo?

Se alguém me perguntasse hoje se tinha algum momento específico que eu queria reviver, sem dúvida nenhuma eu escolheria reviver o meu encontro com eles.

Eu nunca me senti tão livre, leve e animada como me senti nessas duas noites.

Two WaysOnde histórias criam vida. Descubra agora