Hospital

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Sofia

Abro os olhos devagar tentando me acostumar com a claridade que adentrava pela janela.

Pisco algumas vezes e olho em volta. Aquele não era meu quarto. Era um quarto de hospital. Mas o que diabos eu estou fazendo num hospital?!

Me sento devagar na cama, meu corpo todo doía e eu tinha leves machucados pelas mãos e braços. Minha cabeça estava explodindo e só ao passar a mão pela minha testa que eu noto um curativo na mesma.

Ok, aquilo estava muito estranho. Tudo o que eu me lembrava era de estar num bar e quando deu umas 04h30 eu havia saído de lá, mas não lembro de ter chegado até meu carro.

- Sofia! - a voz de Mel entrando no quarto me desperta dos meus pensamentos e eu olho imediatamente pra ela que estava acompanhada dos meninos. - Você acordou, graças a Deus - ela se aproxima dando um beijo em minha testa se sentando do meu lado.

- O que aconteceu...? - pergunto ainda confusa.

- Nós só sabemos que você foi atropelada - Rich diz. - O cara que provocou o acidente ligou, ele disse que não havia te visto atravessar, pediu desculpas um milhão de vezes e a Mel quase tentou matar ele.

- Mas não matou - Joel fala. - Consegui segurar a minha fera antes que ela completasse o ato - riu.

Rio fraco balançando a cabeça. - Eu não me lembrava dessa parte... Eu só precisava sair por aí.

- O que aconteceu pra você fazer isso...? - Chris se aproxima um pouco.

Engulo em seco lembrando da conversa que eu tinha tido com aquele homem e suspiro baixo. - Meu pai voltou... Eu tinha saído pra almoçar com o Darren só que ele teve que voltar para o trabalho e quando eu estava indo de volta pro meu prédio ele me chamou.

- Oh... Er... Mas vocês conversaram...? - Erick pergunta.

- Não foi bem uma conversa, ele só pediu desculpas por tudo.

- Não conseguimos imaginar o quão difícil deve ter sido pra você, mas, sair por aí de carro e ainda mais pra beber, não é a melhor opção - Zabdi fala.

- Eu sei... E eu peço desculpas por ter deixado vocês preocupados, eu só queria esquecer de tudo.

- Meninos, vocês podem me deixar sozinha com ela por alguns minutos? - Mel fala e olha pra eles. - Aliás, vão no médico, digam que ela acordou e perguntem quando que ela vai ter alta. Andem. Obrigada, de nada.

Joel ri dando um selinho demorado nela. - Já voltamos - ele sorri saindo junto com os meninos.

- Bom, agora que estamos sozinhas, você quer chorar?

- Eu chorei durante todo o caminho, acho que não tem mais o que sair...

- Me diz exatamente como você está, Sofi...

- Eu não sei... Eu não sabia que seria uma mistura de sentimentos e que eu acabaria ficando confusa no final. Tem um lado meu que está dizendo pra ir lá, pra dar um abraço nele, pra dar uma segunda chance... Só que o outro lado está dizendo que ele não merece isso, que ele só se arrependeu porque nesse momento ele está passando pela mesma coisa que eu e a minha mãe passamos há anos atrás.

- Você sabe que não precisa decidir qual lado seguir agora, você só precisa ficar bem, se recuperar 100% e nunca mais sumir ou eu te mato!

Rio baixo. - Desculpa... Eu só queria sumir, esquecer tudo.

- Eu entendo e faria o mesmo se estivesse no seu lugar, mas foi horrível ficar horas sem nenhuma notícia sua, pensei que ia te perder...

Pego sua mão e aperto de leve fazendo carinho. - Você não vai se livrar de mim tão cedo, Melzinha - nós rimos.

- Bom, agora fica descansando aí que eu vou lá fora falar com o médico, daqui a pouco deve aparecer alguma enfermeira pra te dar remédio pra dor.

- Espero conseguir sair daqui hoje.

- Eu também, apesar do Joel estar me fazendo companhia, aquele apartamento não é o mesmo sem você.

- Realmente eu faço muita falta - dou de ombros e ela ri. - Ah, você ligou pra minha mãe...?

- Não e eu sei que deveria ter ligado mas eu estava esperando você aparecer do nada lá em casa no meio da madrugada e acabou que você apareceu, não da forma como eu queria, mas quando eu recebi a ligação do cara eu fiquei tão aliviada e ao mesmo tempo tão nervosa. Ele tinha acabado de me dizer que te atropelou, eu não fazia a mínima ideia de como agir.

- Pelo menos ele se preocupou em parar e telefonar né? Se fosse outro teria ido embora.

- Sim, mas do mesmo jeito eu quis matar ele.

Rio balançando a cabeça. - Que bom que você tem o Joel agora pra te acalmar.

- Meu marido cacheadinho é maravilhoso... - suspira apaixonada e eu reviro os olhos balançando a cabeça.

Pessoas apaixonadas são tão bobas.

- Ah! Mas não ache que só eu fiquei preocupada com você não, ok? Todos os meninos ficaram, Richard e Christopher estavam surtando por não terem te encontrado.

Suspiro baixo. - Preciso ter uma conversa com eles... Eu já me resolvi com o Darren, contei dos beijos e por incrível que pareça, ele havia percebido durante a viagem que somos melhores apenas como bons amigos.

- Isso quer dizer que não tem nenhum sentimento amoroso entre vocês dois? Que você está livre pra cair na real e formar o meu trisal?

- Você não vai sossegar com esse assunto né?

- Eu quero meu trisal, Sofia! Você me deve isso.

- Eu te devo isso desde quando, Rodríguez? - rio.

- Desde quando eu não sei com qual dos dois te shippar e não irei escolher, portanto, você me deve isso sim e você que lute.

- Você é louca e eles nunca que aceitariam isso.

- Amada? Você que está louca. Eles seriam os primeiros a gritarem "sim" em resposta, imagina só o threesome quente que seria entre vocês.

- Melissa! Meu Deus do céu - coloco as mãos no rosto. - Você é uma completa pervertida.

- Eu sou sincera - riu. - Agora eu vou lá procurar esse médico porque com certeza eles erraram o caminho e foram parar na cantina do hospital - se levantou depositando um beijo na minha testa. - Te amo, ok? Já volto.

Sorrio baixo. - Eu te amo.

Ela acena e sai do quarto em seguida.

Encosto minha cabeça no travesseiro e fecho os olhos por alguns minutos.

Tudo o que eu queria era receber minha alta e voltar pra casa.

Two WaysOnde histórias criam vida. Descubra agora