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Andrew PoV

Eu bebi demais e não quero ir pra casa da Meredith, não to em condições de ir encontrar a Cristina, na verdade eu não to em condições de dirigir, só me resta uma opção e que eu vou me arrepender assim que estiver sóbrio, Carina, eu ligo pra ela
- Ta em casa?
- É de madrugada, Andrea
- Eu bebi e não posso dirigir
- Liga pra Meredith
- Por que você acha que eu bebi? 
- Onde?
- Joe's
- To indo
Ou ela chega muito rápido ou a bebida tá fazendo mais efeito do que eu achei
- Consegue andar?
- Eu só não posso dirigir, calma
- Eu só perguntei
- Desculpa, obrigado por vir
- Irmãs servem pra isso
Chegamos no carro dela, entramos
- Então, vai pro apartamento?
- O quarto ainda tá vago?
- Você vai voltar?
- Não sei
- É uma possibilidade?
- É
- Que pena, por quê?
Enquanto ela dirige pra pro apartamento dela, eu conto uma versão resumida do que aconteceu nos últimos dias, chegamos e estamos em silêncio no elevador
- O quarto tá livre, eu não acho que você deveria voltar pra casa dela
- Eu a amo Carina
Entramos no apartamento
- Mas o contrário não parece ser verdade, eu não quero que você se machuque
- Eu não consigo ficar sem ela, sem as crianças, eu não sei fazer isso
- Sabe sim, você consegue, você precisa e você conseguiu ficar sem a Sam
- É diferente
- É?
- É, eu vi como é ter uma casa, uma família, eu amo aquelas crianças mais do que eu imaginei ser possível amar alguém, eu faria qualquer coisa por eles
- Você não merece o que ela tá fazendo
- Eu vou dormir, obrigado Carina
- Boa noite, Andrea
Ela entra pro quarto, eu tomo banho e caio na cama, a bebida me faz dormir rápido.
Acordo no outro dia com o despertador e uma ressaca horrível, nem posso reclamar, tenho que levar as crianças na escola, tomo banho e saio do quarto, encontro a Carina na sala
- Bom dia
Ela me entrega uma aspirina e um copo de água gelada
- Você é um anjo
- Onde você vai tão cedo?
- Eu tenho que ir, Carina
- Não faz isso com você
- Agora não, por favor
- Eu vou fingir que você sabe o que está fazendo, quer ir buscar o carro ou vai pra casa dela?
- Eu vou de táxi, não se preocupe, obrigado por tudo, você é a melhor irmã do mundo
- É, eu sou sim
Eu dou um abraço nela e saio, chamo um táxi e vou chegar a tempo de fazer café para as crianças, estou entrando e ela vem descendo as escadas
- Você tá chegando agora?
- É o que parece, né?
- Achei que você não voltaria
- Eu to aqui
Eu vou pra cozinha e ela veio atrás
- Por que?
- Vim fazer café para as crianças
- Você saiu ontem, tá chegando agora e tomou banho onde quer que você esteve, o que você acha que eu devo pensar?
- Pense o que você quiser
- Andrew, não funciona assim
- Ta na hora de chamar as crianças, você vai ou eu vou?
- Para de mudar de assunto, droga, é bom que tenha uma ótima explicação pra isso
- Você acha mesmo que pode cobrar alguma explicação sobre alguma coisa? Chega dessa conversa, eu vou terminar o café e trocar de roupa, leve eles que eu to sem carro
- Como você chegou aqui, cadê seu carro?
- Eu vim de táxi, pergunta demais, cedo demais, chama as crianças
- Não
- Eu preciso terminar o café da manhã
- Você não vai passar a noite fora e depois cuidar dos meus filhos como se nada tivesse acontecido
- Como é que é?
- É isso mesmo que você ouviu, volte pra onde você estava
- E onde é que você acha que eu estava?
- Como é que eu vou saber?
- Eu dormi no apartamento da Carina, você não pensou que eu... não Meredith, eu não acredito
- Como eu ia saber?
- Se você acha que eu seria capaz de fazer isso, eu não sei qual o sentido de nós dois, chame as crianças ou vai ficar tarde
Ela sai, eu termino o café e vou me trocar, desço e converso com as crianças, evito olhar pra ela o máximo possível, as crianças estão pegando as coisas quando a Cristina desce, ela só olha pra mim e não diz nada
- Gente, eu já vou
Eu digo pra eles
- Vai com a gente, no carro da mamãe
- Não cabe todo mundo, Zozo
Eu beijo eles e chamo um táxi

Meredith PoV
Quando eu vejo o Andrew chegar em casa sóbrio e com o cabelo molhado de quem acabou de tomar banho, eu mal pude acreditar, me vem as maiores besteiras imagináveis na cabeça, eu me controlei pra não perder a calma, assim que ele sai, eu vou pra cozinha pegar as lancheiras
- Muita bagunça ontem a noite num foi?
A Cristina diz
- É, foi legal
- Andrew chegou agora?
- Foi
- Sóbrio?
- É
- Nossa e tudo bem?
Eu levanto a cabeça e olho pra ela
- Onde você acha que ele estava?
Eu pergunto já esperando a resposta irônica dela
- Ele passa a noite fora de casa, depois de brigar com você e chega sóbrio, não sou eu que vou dizer onde ele estava
- Você costuma fazer isso e sempre funciona
- Fazer o que?
- Você não diz o que tá pensando, só induz a ideia pra parecer que foi a gente que pensou nisso sozinho
- Não vem me analisar, não, o namorado que passou a noite fora é o seu, não to nem aí
- Ele dormiu na casa da irmã dele
- Claro
- Andrew nunca me trairia
- Sei, Derek também não
- Eu sabia que você ia falar disso, sabia que você ia levantar um assunto que sabe que me magoa, de propósito
- Eu não deveria ter falado nisso, eu não quero brigar Meredith, só não quero te ver sofrer ou se contentar com menos que merece
- Mas eu faço minhas escolhas sozinha, Cristina, é a minha vida, você não pode interferir, nós não estamos na residência, eu sei o que quero pra mim
- Tudo bem, eu vou parar, eu vou deixar o Andrew em paz
- Já tá mais do que na hora
As crianças chegam e nós vamos pro carro em total silêncio.

Merluca T15Onde histórias criam vida. Descubra agora