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Meredith PoV

Um tempo depois que eu chego em casa, recebi uma mensagem do Andrew avisando que vai demorar, eu respiro fundo e tento não pensar nisso, ele tá trabalhando
- Mamãe - a Ellis vem pro sofá - Cadê o tio Andrew? Eu não gosto quando ele demora
- Ele tá trabalhando
- Eu não vi ele hoje e eu já to com sono
- É porquê já tá na hora de dormir, vamos gente
- Mãe, não
- Sem reclamação, Zozo, vamos
Eles demoram um pouco pra dormir e o nome do Andrew surge algumas vezes, saio do quarto deles, dou um tempo na cozinha, verifico o celular algumas vezes, acabo desistindo e vou pro quarto, um sentimento estranho que me acompanhou o dia inteiro, tá muito mais forte e minha única vontade é chorar ou de quebrar tudo, parece que o tempo não passa, tento ligar pra ele novamente e ele não atende, o coração apertado e o um bolo preso na garganta, me fazem imaginar um milhão de coisas enquanto minha mente tenta me convencer de que ele pegou uma cirurgia longa, nessa briga entre coração e cérebro, o sono vence por volta de três da manhã.

Acordo no outro dia com o som estridente do despertador e uma dor de cabeça irritante, Andrew não tá na cama, eu pego meu celular e não tem nenhuma mensagem, aperto pra ligar, desligo, nem espero chamar, ligo novamente e desligo, fico olhando pro celular, dane-se, eu ligo novamente, ouço tocar algumas vezes e ele atende, com voz de sono
- Alô
- Cadê você?
Ouço ele suspirar, sei como ele fica quando acorda
- Hospital, eu tava cansado demais pra dirigir
- Ta bom
- Não dava pra dar nem mais um passo, eu precisava dormir
- Eu entendo, até mais tarde
- Dá um beijo nas crianças por mim
- Claro, tchau
- Tchau
Eu levanto, arrumo as crianças, o que eles reclamaram hoje não foi normal, estou indo pro hospital com a Cristina, com o nível de estresse já bem alto
- Você tá bem?
- Não
- Ta triste ou com raiva?
- Eu não sei e não quero falar sobre isso
- Ok
Chegamos ao hospital em silêncio, logo depois que eu faço o primeiro atendimento com a Helm, eu vejo de longe o Andrew e a Sam conversando e rindo, observo por alguns minutos, a Helm parada ao meu lado e aquilo já tá ficando constrangedor, quando eu penso que não pode piorar
- Olha só quem voltou
A Carina para ao meu lado e também observa a cena, eu continuo calada
- Ta fazendo o que aí? Vamos
Ela me chama
- Vamos pra onde?
- Lá
Ela aponta pra eles
- O que?
- Não adianta fingir que não se importa porquê tá na cara, vamos
Ela me puxa e eu acabo indo com ela
- Oi, gente
A Carina diz assim que a gente se aproxima, eles olham ao mesmo tempo
- Dra Grey, Dra Deluca, olá
A Sam nos cumprimenta, Andrew sorri pra mim
- Oi
- Oi
- Oi, Sam, você fica até quando?
A Carina pergunta bem direta e o Andrew olha pra ela muito rápido
- Até depois de amanhã, volto com a Dra Yang, Dra Grey, eu nunca pude agradecer, muito obrigada mesmo, ela é incrível
- É, ela é sim
- Meredith, eu posso falar com você rapidinho? Tá muito ocupada?
Andrew pergunta
- Tenho uns minutos
- Licença, gente
Ele pega a minha mão, enquanto saímos de lá, ouvimos a Carina dizer
- Não adianta disfarçar, a gente sabe o que vocês vão fazer
Andrew ri e baixa a cabeça, eu sigo um tanto tensa, não sei o que ele quer conversar e só consigo pensar em uma série de coisas ruins, assim que entramos, ele me encosta na porta e me beija intensamente, vai descendo os beijo pelo meu pescoço
- Diga que você pode demorar aqui, Amor
- Não posso, não
Meus dedos escorregam pelo cabelo dele e voltamos a nos beijar, quando paramos, ele olha pra mim
- Eu senti sua falta, eu já disse que odeio dormir sem você?
É impossível não sorrir
- Eu também senti sua falta
Ele sorri e nos beijamos novamente, toda minha preocupação parece ter sido em vão enquanto as mãos dele passeiam pelo meu corpo, ele chega na barra da minha blusa e começa a levantar, eu seguro as mãos dele e paro o beijo
- Eu tenho uma consulta e eu já deveria estar lá
- Droga
Eu sorri
- Temos a noite toda pra gente
Eu o beijo de leve e ele suspira
- Ta né?
Ele se afasta
- E as crianças?
- Estavam hoje numa reclamação infinita
Ele sorri
- Acredite, eu sei como é, quando você não tá é assim
- É?
- Claro ou você acha que eles ficam tranquilamente comigo sem você?
- Sinceramente, eu achei que sim
- Ta muito enganada, eles perguntam por você de um jeito diferente a cada 5 minutos e tudo é motivo pra uma reclamação
Eu sorrio, eu to com umas inseguranças bestas ultimamente, é claro que eles sentiriam minha falta
- E eles têm um dom pra achar motivo pra reclamar, não é?
- Ah é, quando eu penso que não tem mais motivo, eles ainda acham, no mínimo, 15 coisas pra reclamar
Eu ri
- É verdade
Ele se aproxima de mim de novo e junta nosso corpo
- Você vai demorar?
- Não sei
- E você tem mesmo que ir agora?
Eu sorrio
- Eu tenho mesmo que ir agora
Ele fica olhando pra mim e eu o beijo
- Nesse exato momento?
- Sim
- Então tá né?
- É
Mas ele não se afasta
- Você precisa me soltar
- Acho que não
Eu ri
- Eu tenho que ir
- Só mais um pouquinho, eu to com saudade
Nós beijamos novamente, devagar, suave e lento, depois as coisas começam a esquentar, as mãos dele passeiam pelo meu corpo, por dentro da minha blusa, então batem na porta
- Dra. Grey
É a Helm, nos afastamos muito rápido
- Que susto
Andrew respira rápido e eu não seguro a risada
- Já vou, Helm, eu tenho mesmo que ir agora, Amor
- Ta bom
Eu vou até ele, o beijo de leve
- Até mais tarde
Ele suspira, eu sorrio e saio

Merluca T15Onde histórias criam vida. Descubra agora