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Nós rimos
- Como é que tá, Deluca?
Ela pergunta
- To bem, na medida do possível
- E você, Mer?
- Agora eu to bem
Ela sorri pra gente
- Qualquer coisa me avisem tá?
- Obrigada, Maggie
Ela sai
- Eu queria ir pra casa
Eu olho pra ele
- Eu odeio ficar no hospital... sendo paciente
- Ninguém gosta, mas você precisa
- É
Ele tá ficando de mau humor
- Passa rápido, você vai ver
- Uhum
Mais uma tentativa
- Zola disse que não tá mais brava com você
- Sério?
- Foi, disse hoje de manhã
- Você não tá inventando isso pra eu me sentir melhor, não né?
- Não, é verdade
Ele sorri
- Isso sim é uma coisa boa de se ouvir
Depois de comer, vejo que ele tá dormindo e eu saio pra almoçar com Izzie e Alex na lanchonete, foi muito bom lembrar os velhos tempos, comendo todos juntos, quando eu volto, vejo pela janela do quarto que varias enfermeiras estão em volta da cama, cheia de cuidados, eu respiro fundo e entro no quarto
- Oi, gente, eu agradeço por fazerem companhia pro Andrew mas eu já voltei
Eles sorriem sem graça e saem do quarto
- Quando foi que elas se tornaram tão ousadas?
Ele ri
- Deve ter sido quando você começou a perceber
- Muito engraçado
Ficamos o dia todo juntos, conversamos sobre muitas coisas e acho que ficou bem claro pra todo mundo que nós somos um casal, o Owen dá alta pro Andrew e nós vamos pro meu carro, chegamos no estacionamento e ele lembra
- Meu carro novo tá destruído
Eu ri
- Vamos embora, eu tenho um carro inteiro
- Ri mesmo de mim, você vai ter que me trazer todos os dias
- Por mim, tudo bem, eu tenho que vir pra cá, todos os dias
- Vai me levar onde eu quiser ir
- Tudo bem também, você não sai
- Droga
Chegamos em casa e as crianças já estão, chegaram mais cedo hoje
- Não exagera com eles, tá? Você precisa descansar
- Eu passei o dia inteiro deitado
- É sério, por favor
- Ta bom
Nós entramos, eles vêm correndo e param imediatamente quando veem os curativos do Andrew
- Tio, o que aconteceu ?
A Zola pergunta muito séria, Bailey e Ellis estão vidrados, nem piscam olhando pra ele
- Vamos sentar e eu conto
Nós sentamos no sofá e eles ouvem muito atentos sobre o acidente de uma maneira muito suavizada que o Andrew conta, eles fazem muitas perguntas e eu percebo que o Andrew se arruma muitas vezes no sofá, ele tá sentindo dor e não quer admitir
- Agora o Andrew precisa subir e descansar
Ele olha pra mim
- É sério, você precisa
- Tudo bem
As crianças dão boa noite e ele vai, eu respondo mais algumas perguntas, coloco eles na cama, faço sanduíches e subo, chego no meu quarto e ele não está, eu suspiro, ainda tem isso do quarto separado, eu deixo a bandeja e vou pro outro quarto, bato devagar e entro, ele tá deitado mas acordado
- Vem pro quarto
- Não precisa, eu to bem, você pega o remédio pra mim, por favor? Eu juro que se eu descer as escadas, eu não subo mais
- Eu pego, mas vem, eu fiz sanduíches, você precisa comer
- Então traz aqui
- Ta sentindo muita dor?
- Não
Ele tenta se mexer e fecha os olhos
- Ta sim, eu vou pegar o remédio
Pego o remédio e volto rápido, ele toma
- Você tem certeza que não quer ir?
Ele suspira
- Não é que eu não queira, é só que não dá mesmo pra eu levantar daqui agora
- A gente deveria ter ficado no hospital
- Ei, é normal, você sabe disso, não se preocupa
- Dizer pra eu não me preocupar não muda nada
- Então deita aqui comigo
- Eu vou pegar os sanduíches
Eu pego e volto logo, ele se apoia nas almofadas pra comer
- Você tá sentindo muita dor e não quer me contar, né?
- Mais ou menos
Eu balanço a cabeça, nos terminamos, eu coloco os pratos na mesinha e o ajudo a deitar
- Você não precisa ficar aqui, é sério
- Eu não vou conseguir dormir lá
Eu deito ao lado dele na cama e viro pra ele
- Eu não gosto de te ver tão preocupada
- Eu to feliz que você tá bem e tá aqui comigo
Ele sorri e logo pega no sono.
No segundo dia, eu convenci o Andrew a ir pra minha cama, então ficou bem melhor, hoje, depois de três dias, ele volta a trabalhar, ele já não aguentava mais ficar em casa, estamos nos arrumando e ele tá muito sério
- Ei, o que aconteceu com a empolgação de ontem?
Ele olha pra mim
- A gente precisa conversar sobre a gente
Eu vou até ele e o abraço
- Eu quero você aqui, na minha cama, no meu quarto e na minha vida
- E você consegue acreditar em mim?
Eu me afasto e viro de costas, ele me abraça por trás
- Eu amo você e eu vou esperar o tempo que for necessário
Ele me dá um beijo no rosto e sai do quarto, o que ele quis dizer com isso?
Nós deixamos as crianças na escola e estamos indo pro hospital
- Esperar o tempo que for necessário significa exatamente o que?
Eu pergunto e ele ri
- Significa exatamente isso
- Então você não vai voltar pro nosso quarto?
Eu deixo o nosso bem claro
- Você não quer isso
- Eu acho que eu já disse o que eu quero, Andrew, se você não quer mais...
- Não, eu amo você mas eu acho que você ainda não consegue aceitar que não houve nada entre a Sam e eu, não quero que isso fique entre a gente
- Mas sou eu que tenho que decidir isso
- Eu sei
Eu reviro os olhos
- E isso significa?
Eu pergunto
- Que eu vou continuar no outro quarto
- Isso significa sem sexo também
- Eu não disse isso
- Eu disse
Pisco pra ele e nós chegamos no hospital, ele tá olhando pra mim sem acreditar
- Espera aí
Eu desço do carro e ele vem atrás de mim
- Meredith
- Que foi?
- Isso é injusto
- Então volta pro quarto
- Isso é chantagem
- Talvez
Nós entramos no hospital
- Essa conversa não acabou
- Ok
Ele me dá um beijo no rosto e sai, eu vou me arrumar, hoje é último dia de internação do Mike, quero ir vê-lo antes de começar o dia

Merluca T15Onde histórias criam vida. Descubra agora