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Meredith PoV

Eu saio do carro, ele tira a chave, que eu esqueci na ignição e me mostra, sorrindo, eu abro a porta do carro novamente e estendo a mão, ele só olha pra mim
- Entra e pega
Eu sorrio
- Não, é melhor você sair do carro e me entregar a chave
- Acho que não
- Você sabe que eu posso deixar a chave com você, né? Nós vamos pro mesmo lugar
- Sei, mas você não vai
- Não?
- Não, vem cá, você quer vir
- Mas não é o certo a se fazer agora
- Mas é o legal de se fazer agora, esse almoço foi como um encontro que vai terminar com um beijo, é só isso
- Um encontro numa escola e com crianças na mesa?
- Exatamente e foi perfeito
Eu sorri e entrei no carro, ele se aproxima de mim, coloca a mão por baixo do meu cabelo e me beija, eu estava com saudade desse beijo, me aproximo mais, e passo meus dedos pelo cabelo dele enquanto ele coloca uma das mãos na minha cintura, a outra segura meu cabelo, depois do beijo, ele me dá vários selinhos e eu sorrio, ele faz carinho no meu rosto e nós permanecemos presos no olhar um do outro, até meu celular bipar
- Eu tenho que ir
É como se eu não conseguisse sair dali, ele sorri e me dá mais um beijo rápido
- Eu também tenho que ir
Nós saímos do carro, ele trava e me entrega a chave, nós entramos no hospital, eu troco de roupa e vou ver o que a Amélia quer
- Por que demorou tanto? Dra Bailey atendeu
- Eu tava chegando quando você chamou
- E tava onde?
- No almoço da escola com as crianças
- Deluca foi?
- Uhum
- E como vocês estão, Mer?
- Sei lá, tá complicado, confuso e bom
- Conheço isso
Nós rimos e voltamos pro atendimento, já é quase a noite, eu estou me arrumando pra ir pra casa, deixei ele fazendo o pós-operatório do último paciente
- Grey
O Lincoln entra na sala do staff
- Oi
Ele senta no sofá
- Então, nosso café vai sair?
- Eu já to indo pra casa, na verdade
- Poderíamos transformar esse café num drink rápido, então
- Eu acho que não
- Meredith
O Andrew me chama na porta, muito sério
- O que foi?
- Vem
Eu vou com ele, saímos da sala
- Diz o que foi
- A Cece
- Ela...
- Não, ainda, a Maggie já foi pra lá
- Vamos
Eu pego a mão dele e logo chegamos no quarto dela, Maggie e Jackson estão lá, Qadri, Helm, Bailey, nós entramos e nos aproximamos da cama, ela sorri quando nos vê
- Oi, meu casal
- Não fala, não
Eu seguro a mão dela
- Ta vendo, Andrew, ela manda em mim até quando eu to morrendo
Meus olhos estão cheios de lágrimas
- Eu tenho tanto orgulho de você, Meredith, você conseguiu
Ela aperta a minha mão e eu seco as lágrimas com a outra
- Ei, sua garota tá chorando, não vai fazer nada?
Ela fala com o Andrew, ele sorri e me abraça, eu encosto no peito dele
- Cuidem muito bem um outro e do relacionamento de vocês, isso é muito precioso
O Andrew passa a mão no meu cabelo e me beija, a Cece sorri, então ouvimos o barulho da máquina e ela fecha os olhos, eu abraço o Andrew, algumas pessoa começam a chorar, meu coração tá apertado, a Cece foi muito importante pra gente
- Vamos sair daqui
Eu chamo e o Andrew vem comigo, saímos do quarto e estamos andando pelo corredor, abraçados, sem dizer nada, Lincoln vem ao nosso encontro
- É verdade? A Cece?
Nós só concordamos e ele vai pro quarto dela
- Vamos pra casa?
- Vamos, eu vou trocar de roupa
Eu chego no meu carro e não quero dirigir, eu encosto no carro, fico lembrando do quanto eu já me diverti e ri com a Cece, logo o Andrew chega
- Que foi?
- Você dirige?
- Claro, vamos
Chegamos em casa em silêncio, dessa vez não é pesado nem desagradável, é o que nós queremos, as crianças já comeram e logo estão com sono, eu coloco eles na cama, quando eu volto, ouço o Andrew na cozinha
- Eu vou deitar, boa noite
- Você não vai comer, nada?
- Eu não quero
Ele me olha por um tempo
- Ta bem, boa noite, sinto muito pela Cece
- É, eu também
Eu subo, tomo banho, deito na minha cama e rolo por muito tempo, sem conseguir dormir, por volta de 2 da manhã, eu levanto, não penso muito e vou até a porta do quarto dele, vejo por baixo da porta que a luz do abajur tá acesa, bato de leve
- Andrew?
Viro o trinco e a porta tá aberta, ele tá sentado na cama
- Aconteceu alguma coisa?
Ele pergunta e eu encosto na porta
- Eu não consegui dormir
- Por causa da Cece, né?
- É, ela era diferente
- Eu sei, também não consigo dormir
Eu suspiro e ele me chama
- Vem cá, deita aqui
- Eu não sei se é uma boa ideia
Mas é tudo que eu quero e exatamente por isso que eu não sei se é uma boa ideia
- E que tal se não pensarmos nisso e essa noite não tiver nenhum significado, amanhã tudo vai estar igual, nem mencionaremos isso, nunca aconteceu?
Eu penso por um instante, vou até a cama e me aconchego nos lençóis, ele coloca o notebook na mesinha, apaga o abajur, deita e me abraça apertado, eu seguro as mãos dele com as minhas, então, nos braços dele, eu finalmente consigo dormir

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RIP Cece ❤️

Merluca T15Onde histórias criam vida. Descubra agora