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Eu estava desolada. Desesperada. Sem rumo. Sem saber o que fazer.
  Ele... Ele não confia mais em mim, não acredita mais em mim. Todo o quebra cabeça que construímos se foi, toda a relação baseada na confiança um no outro... se foi.
Eu sei, eu entendo que ele é pai e se preocupa com o bem estar do filho, mas... não é justo, não é justo comigo.
  Dói muito saber que Noah não acredita mais em mim, dói não ter a certeza de que a única pessoa do mundo que sempre achei que estaria do meu lado pra tudo não está mais, dói saber que o meu confidente... se foi.
  Não sei ao certo como fui parar em casa. Flashs se passavam pela minha cabeça, às vezes o rosto de Dylan, ou um carro em movimento, uma vontade de vomitar reinava, e foi isso que fiz assim que senti meus pés no chão... no chão da minha... casa? da minha casa? Eu estava totalmente atordoada.
  Corri para o banheiro do quarto e vomitei tudo o que pude, ouvi passos apressados até lá e por um momento a imagem de Noah me veio à cabeça, mas então lembrei que não poderia ser ele.
  Logo vejo a figura de Dylan se agachando ao meu lado, ele segura o meu cabelo para cima enquanto boto tudo para fora.
  - Relaxa, loirinha, é só o nervoso... - Fala e estranho seu comportamento de tentar me acalmar
  Assim que coloco tudo o que acho necessário para fora recosto na parede do banheiro e fecho os olhos já sentindo as lágrimas encherem meus olhos novamente. Em menos de um segundo já está acontecendo tudo novamente e as lágrimas não param.
  Dylan fica sem saber o que fazer, ele dá descarga, fecha a tampa do sanitário e fica sem saber o que fazer comigo, ele segura o meu braço, depois acaricia a minha perna meio sem jeito e aparentemente sem saber o que estava fazendo.
  Tudo isso me dá vontade de rir, e é isso que eu faço, começo a rir que nem uma louca. Dylan solta uma risada sem graça, mas logo é contagiado e ri feito um louco assim como eu.
  - Dylan... - Falo entre as risadas - Você é PÉSSIMO nisso - Eu gritava com as gargalhadas
  - Eu sei! - Ele ria mais ainda - E você sabe como colocar todos os seus órgãos para fora! - Falou e rimos mais ainda de seu comentário - Que fedor da porra! - Gritou e ficamos lá gargalhando feito loucos
  - FEDOR DA PORRA! - Gritei chorando de rir
  - FEDOR DA PORRA! - Ele repete rindo
  - VAMOS COMPLETAR - Grito - FEDOR
  - DA
  - PORRAAA - Gritamos juntos
  Mas no meio de toda essa diversão com Dylan Noah me vem à cabeça novamente, e com esse pensamento paro de rir e as lágrimas voltam a cair. Eu chorava baixinho e sem fazer escândalo, como um bebê.
  - Loirinha... - Ele me abraça e começo a chorar em seu peito - Me conta o que aconteceu, vai que a minha cabeça de porra nenhuma pensa em algo útil - Fala e assinto com a cabeça
  Mesmo não sendo o melhor conselheiro, Dylan me parecia a pessoa perfeita no momento para contar o que estava sentindo, apesar de ser um completo idiota ele me entenderia e me daria os conselhos errados, o oposto do que eu deveria fazer. E isso é tudo o que eu preciso, um pouco de loucura na vida, já que tudo está exigindo de mim que eu seja sempre sã. Que eu sempre me preocupe com o que os outros vão pensar, com o que é certo a ser feito. Quero pensar em mim, agora sim vou ter motivos para ser a errada da história, e foda-se o mundo.
  Contei tudo o que aconteceu para Dylan, ele ouviu atentamente a cada detalhe sempre fazendo seus comentários idiotas que me faziam rir. Era tudo o que eu precisava, rir, me distrair.
  - E então...
  - E então o que? - Pergunta
  - O que você achou? - Faço um bico
  - Eu acho que o Urrea é um filho de uma puta desgraçado do caralho que eu vou sentar a porrada quando me encontrar com ele da próxima vez, ninguém mexe com a minha loirinha - Fala e solto uma risada espontânea - Ah quando a Sabina souber disso
  Arregalo os olhos
  - É, mas isso deixa pra beeem depois, ela é capaz de mandar uma bomba pelo correio pro Noah e pra Audrey - Solto uma risada
  - Não seria ruim, talvez eu faça isso mais tarde - Ele da de ombros - Mas agora, por favor, eu preciso que você vá descansar, já são onze da noite e você não pregou os olhos hora nenhuma depois que eu te achei no corredor
  Franzo a testa
  - Ok - Reviro os olhos me enfiando debaixo das cobertas - Boa noite Dylan
  - Boa noite loirinha - Ele da um beijo na minha testa e sai do quarto deixando apenas a luz o abajur acesa
  - Ei, Dylan - Falo antes que ele feche a porta, ele me encara esperando - Obrigada - Sorrio - Por tudo
  Ele sorri convencido
  - Eu sei que eu sou demais - Fecha os olhos - Mas agora vai dormir, eu não vou sair da sala, e... Loira
  Sorrio levantando as sobrancelhas pedindo que continuasse
  - Eu acredito em você - Fala e sai fechando a porta soltando uma piscadela
  Dylan é um amigo do caralho.
  Me jogo nos travesseiros e assim que me vejo sozinha sinto as lágrimas chegarem, mas antes que possa me sufocar nelas acabo adormecendo.

I will come Back to You - noart concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora