Um domingo qualquer

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"...Mariana fazendo chacota da bichinha em pleno domingo"

O início!

- Ela deve estar amando trabalhar hoje.

- Na força do ódio.

- "Ah se não fosse os boletos..." paolla deve pensar.

- "Ah se eu não precisasse comprar 50kg de ração" completa.

"Pensou ela, fitando o vazio enquanto lhe cobriam mais um centímetro de pele com o pó de seu tom."

"Não larguem mais bichos na minha porta, continuava a pensar... tentando disfarçar a cara de descontentamento por estar ali."

Paolla!!! "ouviu ela ao longe, despertando do transe descontente, mas disfarçando sutilmente enquanto esboçava o melhor sorriso que podia, pois eram gatos demais para alimentar e o cachê bem convincente."

"Paolla, levante-se" era Mariana, sua assessora, que a chamava para dar continuidade às gravações do comercial. Rapidamente, vestiu um sorriso falso e um semblante tão forçado quanto... - "estou com fome..." foi a justificativa."

"A câmera se aproximava além do que gostaria, será que seria perceptível a vontade de estar morta? em automático, fazia caras e bocas enquanto, por dentro, só pensava: será que fechei a porta do meu quarto? Se o Chopp entrar vai destruir tudo. Fora interrompida pelo produtor que pedia mais movimento corporal."

"Nesse momento ao invés de revirar os olhos, como o faria, se pudesse, Paolla esbanja movimento e solta um sorriso, afinal, Mariana fez questão de passar a manhã toda, daquele domingo, a lembrando da importância de renovar o contrato pelos menos pelos próximos 2 anos."

"Fora capaz de relembrar as palavras da assessora e amiga: você já atacou o ramo da moda e da beleza, consegui te colocar na alimentação fit com a mundo verde, num fode agora hein, vamos fazer teu nome no mercado alimentício e fazer o brasileiro saturar da sua carinha linda! - disse lhe tocando o queixo com o polegar enquanto anunciavam o avançar o avião em sua cidade natal. "se tiver que lidar com algum fã naquele aeroporto, eu vou atracar!" mentalizou ela antes de afivelar o cinto para o pouso em congonhas."

"Completamente revolta, Paolla recebe uma ligação importante em meio ao aeroporto de congonhas: "inferno, vou ter que atender" diz ela, completamente irritada. Mariana segue atrás com as malas, já prevendo a reação da amiga, que começa a gritar ao telefone, aparentemente com um homem..."

"Com um semblante nada amigável, Paolla imaginava conseguir avançar por entre as inconvenientes sem cessar a ligação, que a irritava muito inclusive. "me dá dois minutos que eu já te retorno!" esbravejou antes de desligar, vendo que já estava próximo demais para ignorar e passar reto. "eu devia ter continuado na fisioterapia" pensou enquanto era abraçada por estranhos."

"Ela tenta disfarçar sua irritação, mas a essa altura seus fãs já estão assustados, alguns até mantém distância, enquanto outros dizem "eu só queria um abraço!" então dali surge o primeiro sorriso - rápido- porém sincero do dia. Mariana também sorri, ao fundo, aliviada..."

"Ok, talvez aquele assédio todo não fosse tão ruim, afinal eram aquelas criaturinhas que compravam os produtos que anunciava e assim, mantinha seu padrão de vida elevadíssimo. "será que é errado pensar assim? *rindo por dentro* quem liga? melhor ser rica que ir pro céu, findou os pensamentos tirando a última foto e saindo dali o quanto antes. Antes que seu pensamento pudesse ir além, acenderam um refletor tão perto que fora trazida de volta à realidade, lembrando que seguia presa naquele estúdio infernal tendo que sorrir para um lanche de plástico... "o trabalho de atriz nunca acaba." em desespero interno, lembrando que poderia estar em araras tirando foto de plantinha pra postar um mês depois e iludir seus fãs."

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