Capítulo 3

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“Graças a Deus o trabalho findava bem ali e poderia finalmente respirar longe daqueles holofotes, maquigens... aquela gravação desgastante, gostava de ser roots e já queria estar de cara lavada novamente. Ansiava pela volta ao Rio, de repente mandar uma mensagem para ele, puxar papo, talvez sobre a banda ou a novela, qualquer coisa que a fizesse sentir abertura para convida-lo. foi até sua bolsa, guardando suas coisas, quando se olhou no espelho da bancada onde seus pertences estavam e ficou os largos segundos se encarando. em que momento se deixou envolver assim? havia se policiado tanto desde o início para que não caísse em tentação, mas aqueles toques... – as lembrando de suas mãos em seu cabelo – aquelas mãos firmes... – sendo capaz de sentir as mãos dele em sua cintura. “podemos?” levando um susto ao sentir a mão de marco em sua cintura, já claramente falando com ela há um tempinho sem ser ouvido. “hã?” despertando do transe. “a foto...” “claro, podemos sim.” e lá foi, para mais um daqueles cansativos registros.”

"Que sorriso é esse?" perguntou Mariana, logo após a foto, "você não estava animada assim há um minuto..." sorriu desconfiada. "estamos voltando... pro Rio" disse ela, com um sorriso tão grande, revelando o cansaço e a ansiedade em estar voltando para território carioca outra vez. O vôo de 1h parecia uma eternidade pra Paolla, que já tinha inventado diversas maneiras de convidar o amado para um japonês - "amado" a expressão que ela usava ao comentar suas fotos.... foto! Ela abriu o instagram e começou a rolar a timeline, se lembrava de ter recebido uma notificação de postagem dele, na pressa acabou curtindo uma foto nada mais nada menos que dela: Bianca Bin. "droga!" rapidamente envia a publicação para sua tia, que por sorte estava online: "por favor, curte essa foto" é tudo o que ela diz. Segue para seu quarto, toma um banho não muito demorado, coloca uma roupa confortável e ensaia ligar para Guizé algumas vezes, até que cede ao impulso e liga..."

“Antes mesmo que completasse o primeiro toque da chamada, achou melhor desligar... e se ele estivesse ao lado da mulher? sentada no enorme sofá caramelo da sala iluminada pelos fracos raios do sol já se pondo, ela decidiu mandar um mensagem solta, apenas para ver se ele a respondia de imediato, seria sinal de estar disponível e ficaria mais à vontade para ligar sem incomodar em pleno final de semana.

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Paolla: mudei de ideia, barco é minha favorita!

Fazendo alusão à uma antiga conversa que já haviam dito, sobre qual música de tio che ela havia gostado mais.”

O sol já estava se pondo na varanda iluminada de Guizé, ele estava sentado em uma cadeira, curtindo sua própria companhia - já que Bianca resolveu passar uma temporada em SP. E concentrado ele escrevia o que futuramente poderiam ser novas músicas de sua banda, que formava com seus amigos de infância - Tio Che. até que escuta um barulho... era uma notificação: Paolla de Oliveira +1.

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Guizé: que coincidência! estava escrevendo uns rascunhos aqui... eu posso cantar pra você depois, talvez o Chiclete não leve jeito só com armas.

“Estava fazendo carinho no carente Marley, que a rondava o tempo todo, quando sorriu ao ver que ele respondera tão rápido. Só a possibilidade de ouvi-lo cantar assim, de forma tão íntima, a inquietou. Para quebrar qualquer resquício de formalidades, apertou o símbolo do microfone no aparelho e foi vagando pela área externa, próximo à piscina.

Mensagem de voz: 🎙
“Não que eu esteja desconfiando, sei que o Chiclete é bom em muitas coisas... – disse com um sorrisinho malicioso – mas será que eu sou digna de ouvir em primeira mão?”

Fez uma pausa de milésimos, até continuar.

“Tô disponível agora. Digo... pra ouvir.”

Largou o botão logo antes que falasse algo demais. até queria, mas ali não era o momento.”

InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora