Capítulo 5

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Paolla não ouvira a campainha tocar, o que só a sinalizou alguém está ali foi o alvoroço que se armara dos latidos de Marley e Chopp, já curiosos pela presença de alguém do outro lado do enorme portão branco. Por estar no andar superior, Paolla desceu rapidamente as escadas, sendo audível leves tapinhas no chão, por estar descalça. Ao chegar na porta de entrada, parou um segundo para se ajeitar. Voltou ao lugar certo o aro do sutiã, que se mexera pela corrida no pequeno trecho, arqueou os cílios com as pontas dos dedos, conferindo o rímel recém passado, e segurou a maçaneta vertical.

Paolla: oiii... – abrindo um sorriso tão lindo que dera vida às suas covinhas – vem, entraa.

Ele estava lindo, simples, mas lindo.
sempre reparava na forma como ele chegava ao projac pela manhã, com o cabelo molhado pós banho, como era diferente do desleixado Chiclete. Mas vê-lo assim, tão natural, ali, em outro cenário mudava tudo.
seu subsconciente lhe sussurrou: lindo!”

"Ao se deparar com aquele enorme sorriso lindo se abrindo para ele, percebeu que todo seu nervosismo não era à toa. Paolla era realmente uma mulher de levar ao delírio qualquer um. Ela estava tão confortável, diferente da imagem que ele tinha de Vivi. Mas, para sua surpresa, ele preferia ela exatamente como se mostrava ali. Por um minuto, olhou para baixo; não queria entregar seu descontrole, nesse momento acabou visualizando sua mão, estava sem aliança. E pela primeira vez não se incomodou tanto em esquecer o objeto que o lembrava que era comprometido. na verdade, pouco se importou. entrou aliviado por isso. pedindo licença, disse: "não trouxe só a letra, trouxe o melhor vinho que tinha em casa... você me disse outro dia que era metida a analista, sabe? de bebidas. então hoje você tem muita coisa pra analisar." disse, soltando um sorriso bem cafajeste, mas ainda sem malícia."

“De repente aquele encontro ficava cada vez mais interessante, adorava ser desafiada assim, ver ser talento ser posto em cheque. Era justamente quando gostava de surpreender.

Paolla: mas já chega desse jeito? – rindo do atrevimento, mas de sentimento extremamente confortável com ele.

Após fechar o portão, trancando-o com chave, fez o trajeto até a área interna, mostrando a ele o caminho.
tinha recém apagado um incenso, deixando um aroma leve e delicado de lavanda pela sala.

Paolla: aonde estacionou a bicicleta? — brincando com o fato dele não ser bom no volante, sentando num canto do sofá, flexionando as pernas em cima do mesmo, muito à vontade, esperando que ele fizesse o mesmo.”

"Sem fazer a linha de tímido, Guizé antes de se acomodar ao lado de Paolla, sugere que eles bebam um pouco de vinho. Estava com a garganta seca. E o momento pedia um pouco da bebida que mais apreciava. Paolla não hesita e aponta para a cozinha, onde está Chopp - desconfiado. "Oi amiguinho, você deve ser o - faz uma pausa tentando encontrar o nome que ouviu há poucos minutos - Chopp?" ri sozinho ao pronunciar o nome e completa: "sua mamãe nem gosta de bebida, ne?" fala ele, retirando duas taças de dentro do armário. "Se ela gosta mesmo de coisa boa, vai amar isso aqui" - serve o vinho, de forma generosa. Chega ao sofá e se depara com Paolla, ainda sorrindo, ainda da forma mais a vontade possível. Bebe uma golada do vinho, no impulso, apenas por vê-la daquela maneira. Entrega a ela uma das taças e sorri: "espero que esteja tão animada quanto eu..." diz ele, olhando fixamente para ela.

“Ela ainda sorria por observar a forma como se movia pela casa, como falava com chopp, seu jeito relaxado. “definitivamente muito diferente de quando está trabalhando...”

Paolla: vamos ver se você tem bom gosto mesmo... — disse sugestiva, ainda que em tom de brincadeira.

Ergueu o braço até alcançar a taça da mão dele, devolvendo o olhar na mesma intensidade. Inclinou a taça na direção dos lábios, se deixando deliciar como se tivesse tomando um gole do próprio Guizé. Para ela, a escolha de um bom vinho refletia sobre como a pessoa era na essência, na vida. Ali, era como se estivesse conhecendo quem ele era por dentro. E estava ainda mais encantada.

Paolla: é... — lambendo o lábio inferior recolhendo o resquício da gota de vinho que ficara — você entende das coisas. “que bom que gostou!” ouviu ele dizer antes de ambos, como se muito bem combinado, darem mais um gole da bebida, sem cortar o contato visual.
por cima das taças inclinadas, se olhavam como se conversassem em silêncio. Sabiam o que estavam sentindo, sabiam exatamente o que queriam mas, talvez, não ousassem dizê-lo em voz alta.”

"Que bom que gostou" disse ele, vendo a forma na qual ela se deliciava, desesperadamente, com a taça de vinho que ele servira. Significava muito pra ele que ela gostasse tanto de detalhes, era como se estivesse apreciando a sua verdade. Enquanto a olhava, se perguntava quão mágico era o mesmo universo que criou as galáxias, os planetas, a imensidão do céu, o oceano com todos mistérios contidos... parar por um segundo e criar algo tão belo: ela. A mulher mais linda que seus olhos já viram. A maneira em que ela sorria, desconsertada todas as suas certezas. Ele sorria junto, sem nem perceber que a ideia de analisar os rascunhos já não fazia mais parte daquela dia, pelo contrário, ficaram ali até terminar a garrafa de vinho. entre sorrisos, e piadas ruins que Paolla contava, perderam a hora. E, por ele, se perderam muito mais."

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