Capítulo 4

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Guizé escuta o áudio e de forma inocente solta um sorriso de canto de boca, não imaginava que ela estivesse tão interessada em suas músicas.

Mensagem de voz: 🎙
"a gente não grava essa semana juntos... a crise chegou mesmo pra viclete" - solta uma gargalhada de nervoso - "mas se você quiser, posso dar um pulo aí e você me ajuda na letra" da uma pausa rápida e em seguida continua: "...digo, por áudio não ficaria legal. teria que ser pessoalmente. Não estou muito longe."

"Conferia se seu pé de jabuticaba estava cheio quando deu play no áudio e fora capaz de deixar um frutinho cair no chão, com a forma sutil com que ele sugeriu o encontro. Ela sabia bem o quanto ele também estremecia com as faíscas que saiam quando juntos.

“Será que eu chamo?” ponderou ela, outro encontro em público seria visado demais e não queria mais especulações.

Mensagem de voz: 🎙
“Onde eu moro você já sabe né? – lembrando da carona que ele havia dado na noite do japonês – se quiser aparecer, estou sozinha por aqui também...”

Dando graças a Deus sua tia estar com o namorado naquele dia.

“Eu não sei cozinhar, mas sei pedir um ifood como ninguém!” – disse num tom divertido como se fosse o feito mais incrível do mundo.

Te espero?”

"Borboletas surgiam em seu estômago apenas de ouvir aquele áudio tentador, não caberia outra resposta a não ser aceitar o convite. Teria que ir a casa de Paolla de Oliveira lhe mostrar suas músicas novas. Ou o começo delas. Mas não era apenas isso que o motivava a se deslocar de sua casa, um sentimento de necessidade estava tomando conta dele, imaginou ser devido a descarga de sentimentos que colocou nos rascunhos."

Mensagem de voz: 🎙

"Eu não sei dirigir, mas em 1h estou aí. me espera."

Correu rapidamente para tomar um banho, estava tão ansioso que poderia jurar que o encontro era com anjos. No céu. Talvez fosse exatamente dessa forma que ele enxergava a companheira, mas ignorou o sentimento e saindo do banho vestiu uma camiseta branca, uma calça jeans escura, seu melhor sapato preto e claro... um sorriso enorme."

“Paolla riu ouvindo o começo da frase. Chegou a pensar “eu te ensino”, já que se orgulhava de tamanho domínio na direção, mas deteve a frase e respondeu apenas um “💋”. sutil porém efetivo.

Achou melhor subir para se arrumar um pouco, ainda que soubesse do gosto dele por simplicidade, o que ela se identificava completamente. O cabelo tava num coque frouxo lindo e envolveu o emaranhado dos fios numa bandana vermelha que formava uma fita fofa. Pelo calor já esperado da cidade, optou por um short jeans um pouco mais escuro, era justinho e lhe dava a silhueta farta que gostava, na parte superior uma shirt branca largadinha mesmo, não precisava de muito para estar linda. É certo que pediriam algo pra comer, mas achou de bom tom colocar um vinho branco pra gelar, ainda que preferisse uma boa cerveja. Era a primeira vez que o receberia em casa, queria dar a melhor impressão possível.

“Melhor tirar isso daqui” – riu, dando os brinquedos de borracha do Chopp largado em cima da mesa de centro.
passou os minutos seguintes recolhendo a bagunça dos pets, já achando demora demais, ainda que houvesse passado menos 20 minutos.”

"Não posso esquecer os rascunhos" falou ele rindo e voltando até a mesa para apalhá-los. Pelo visto estava consideravelmente nervoso "nunca mostrei meus rascunhos para alguém de fora - da banda - acho que isso explica o nervoso." saiu até mesmo antes do combinado, preferiu chamar por um táxi, pedir carona a algum conhecido daria a brecha perfeita para que maliciasse o ato, que dá parte dele soava muito inocente até então. Estava fugindo de polêmica desde seu envolvimento com quem ele chamava de esposa. SIM, não era o cada dado a mídia - principalmente se ela fosse um escândalo. E agora estava ali, em frente a casa de Paolla. Passou uma das mãos nos cabelos para organizá-los, não queria chegar desengonçado como seu personagem, ali ele queria ser Sérgio Guizé. Em outra mão carregava um bom e velho vinho português que trouxe de sua última viagem a Lisboa. "Espero que ela goste" sorriu ao olhar o vinho... dos rascunhos" disse, desviando de seus próprios pensamentos. Estava começando a se deixar levar demais, percebera. "Dos rascunhos" repetiu para si mesmo, de forma séria, tocando a campainha da enorme e luxuosa mansão."

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