Ômega

Vai ficar tudo bem

18:36

-Hisashi? - Inko tentava achar um jeito de começar o assunto sem deixar o alfa irritado.

-Sim? Izuku deveria estar aqui, vocês não foram ver a qual classe ele pertence? - o homem já estava irritado por um dia exaustivo no trabalho, saber que seu filho não estava em casa e que Inko saiu sem sua permissão o deixou um pouco mais irritado.

-Sim, nós fomos. E é exatamente por isso que ele não está aqui. - a mulher, pequena em comparação ao homem em sua frente, já estava chorando litros.

-Inko, Izuku é um beta, não é? Ele tem uma aparência frágil e feminina, é impossível que um filho meu seja um ômega masculino. - a irritação de Hisashi aumentava cada vez mais.

-Hisashi! E-eu_'. - Inko foi cortada bruscamente quando Hisashi empurrou ela, indo em direção ao antigo quarto da criança.

A porta, que ainda tinha o nome 'Izuku' em uma placa do super-herói favorito do próprio, foi arrombada com um chute por parte de Hisashi. Ele abriu cada gaveta, cada armário, e nada. Estava tudo vazio.

-Onde ele está?! Onde aquele erro está Inko?! - Hisashi foi incapaz de sequer pensar em Izuku como seu filho naquele momento.
Se Izuku fosse mulher poderia usar como forma de negócios, uma ômega mulher pode engravidar e se for ensinada direito como ômega se comporta ele iria oferecer como esposa, mas ninguém vai querer um ômega homem. Quem se casaria com algo que não pode engravidar? Esse tipo de ômega são vistos como coisas, nada além de brinquedos sexuais sem útero.

Hisashi voltou para a cozinha, vendo que Inko estava na sala foi até ela.

-Você entregou ele para Mitsuki, não foi? - Hisashi encarava a mulher com superioridade, o jeito que qualquer alfa nessa sociedade foi ensinado a ver um ômega. Ele disse uma afirmação, já sabia a resposta, conhece os Bakugou e sabe como é o cheiro do único filho deles, um alfa forte com presença forte, você sabe que ele está ali assim que entra por uma porta.

A mulher não disse nada apenas afirmou com a cabeça.

-Você quer ver ele não quer? - Hisashi fez um pequeno carinho nos cabelos verdes de Inko.

De novo, a mulher não disse nada apenas se limitou a afirmar com a cabeça.

-Eu sinto muito meu amor. - foi tamanha gentileza com a qual Hisashi recitou essas palavras, que Inko não pode evitar olhar, com seus olhos inchados, para cima.

-Você jamais vai ver aquele erro de novo. - puxou os cabelos lisos da ômega, a forçando a o olhar e a impedindo de olhar para baixo como sempre faz. Estava odiando sentir pena por causa dos sentimentos de tristeza da ômega que deu cria a um erro, precisavam ficar equilibrados ou seriam uma mistura de emoções desconexas.

Lágrimas transbordavam dos olhos de Inko, a dor de não ver seu pequeno de novo era quase insuportável.

-Vá fazer a janta Ômega. - sem dizer mais nenhuma palavra, se retirou.

-Como quiser, Alfa. - a todo momento culpa sua família por usá-la como moeda de troca, teria a chance de achar alguém que a amava se não a oferecessem para casamento. Sente falta dos tempos da escola, onde se sentia protegida com o alfa que conheceu, onde sonhava em ter um filhote e cria-lo para ser um grande adulto, não importa qual classe ainda é seu filhote. Agora é obrigada a nunca mais o ver para protege-lo, se pergunta como ele vai ficar no futuro, se vai a odiar por o abandonar assim.

Só o tempo dirá, se viver até lá.

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18:45

-O que vocês querem de janta? - Mitsuki desde a cozinha já abria armários vendo oque poderia fazer.

-Eu acho que Katsudon, é uma boa ideia. Não acha Izuku? - disse um aduto de cabelos castanhos e óculos.

-Obrigado Tio Masaru! - a criança disse feliz, não esquece do que é, mas tenta ignorar com a felicidade de estar na casa de seus tios, não sabe se pode ajudar algo, ele quer ajudar. Na escola os professores disseram que os ômegas precisam ficar em casa e limpar.

-Então Katsudon será! - respondeu Mitsuki.

-Oi! Deku, vamos tomar banho primeiro. - Katsuki chamou Izuku, já com duas toalhas em um braço, apenas o esperanto.

-Ok! - Izuku foi com Katsuki, adora tomar banho, se diverte ainda mais quando é com o alfa.
Vendo de fora não é estranho já que ele é uma criança, o problema é quando os velhos hábitos são difíceis de largar.

Provavelmente, se não visse Katsuki como um irmão mais velho não confiaria tão cegamente nele. Mas quem se importa? O seu tão querido Kachan jamais faria algo errado com ele, porque Kachan está sempre certo, então tudo que ele faz também é o certo. Certo?

-Mitsuki, por que todas as coisas do Izuku estão aqui? - perguntou Masaru, sabe que devia ser hoje o exame, apenas não sabe o resultado.

-Masaru, - deu uma pausa. - ele é um Ômega.

Masaru colocou um olhar compreensivo. - Pobre criança.

-Masaru. - Mitsuki mais uma vez chamou sua atenção.

-Sim?

-O que nos vamos fazer quando os cios chegarem? - alguma hora vão chegar e quando acontecer precisam estar preparados, não importa a idade, quando o cio chegar precisam dar um jeito nos alfas próximos.

-Sendo sincero Mitsuki, eu não sei. Katsuki se transforma numa besta quando o cio chega, mas não sabemos como Izuku será.

-Ele é um ômega dócil, não deve ser difícil o conter.

-Vamos contar com isso Mitsuki. - existem ômegas que são quase incontroláveis em tempo de cio, Izuku mesmo parecendo dócil pode virar outra pessoa. Mas a preocupação também é Katsuki, ele é alfa, ficar no mesmo lugar que um ômega no cio pode ser um problema, claro, os cios chegam naturalmente por volta dos quatorze e é descoberta a classe aos doze, mas com o avanço da Medicina é fácil controlar os cios e descobrir mais cedo a classe. Sendo a baixo de doze ou quatorze anos, tem a possibilidade de chegar mais cedo os cios, oque resta e torcer para que Izuku tenha o cio tarde, assim quando acontecer Katsuki vai ser um adulto e se Deus quiser não vai morar mais ali.

O ômega masculino não tem o necessário para ter filhotes, tem cios como qualquer outro ômega e funciona como qualquer outro ômega, apenas não engravida.

São ditos como nada mais que brinquedos, descartáveis tão facilmente quanto lixo.